:::::::::::::::::::::LUÍS COSTA::::::::::::
DO CIMO DA MONTANHA

Do mítico paraíso pouco me ficou.

Esta camisa ensebada,

talvez.

Estas jeans rotas,

talvez.

Ah quem me dera poder lá voltar!

A minha vida é um violino

desaparafusado,

um hino quebrado,

raso de tédio.

 

Desço a rua. Encontro-te. Conversamos.

( Conversas de café. )

Como gostaria de poder

Ainda acreditar

nas tuas palavras!

São simples de verdade,

quase puras,

doces caramelos.

Mas a minha alma já não ama

essas paisagens:

 

Voou alto de mais

- escureceu de tanta luz.