Ergo-me dos nevoeiros de um sonho.
Inteiro como um precipício o Sol
Poisa-me sobre o rosto e os olhos
Abrem-se-me, secretos ainda, ungidos
Ainda, como um gorgolejante regato.
Visto-me. E enquanto me barbeio, visito
Os barcos que repousam sobre os terraços
Do meu pensamento. Um café traz-me de
Volta ao mundo. desço a escadaria. A cidade
espraia-se, ainda pura, à minha frente...
Ao fundo da rua choupos e plátanos
Iluminam-se, filigrana . E dedos de cristal
Tocam-me a alma. E um acorde de cítara
Fá- la vibrar - como um pasmo em Deus
Como um vento, como um nada. |