Segundo o docente da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (FLUC), Luís de Miranda Rocha morreu hoje de madrugada em casa.
Autor de obras de poesia como «O Corpo e o Muro» (1968), «Os Sextos Sentidos» (1982) «Os arredores do Mar, os Subúrbios da Noite» (1993), ou «Nocturnos Litorais» (2003), Luís de Miranda Rocha trabalhou durante dez anos no antigo Diário de Lisboa e na revista Observador.
Actualmente era director-adjunto do jornal «Voz de Mira» e leccionava no ITAP - Instituto Técnico Artístico e Profissional de Coimbra.
Como ensaísta e crítico literário escreveu em diversas publicações, nomeadamente na Colóquio/Letras e em vários suplementos culturais.
«Foi, sobretudo, um poeta não canónico, de alguma forma marginal aos centros do poder cultural», disse o professor Pires Laranjeira, amigo do ensaísta.
Na perspectiva do professor de Literaturas Africanas da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, Luís de Miranda Rocha «é um dos raros poetas do Século XX que não usa o sentimentalismo, a retórica empolada de um discurso da tradição portuguesa, mas, pelo contrário, uma linguagem muito semelhante à música experimental».
«Foi um crítico de poesia de invulgar qualidade», disse à Lusa o director-regional da Cultura do Centro, António Pedro Pita, também amigo do autor.
Para António Pedro Pita, professor do Instituto de Estudos Filosóficos da Faculdade de Letras de Coimbra, «foi marcante o modo como Luís de Miranda Rocha acompanhou a produção poética dos anos setenta».
«Numa época em que a actividade crítica era muito intensa e até polémica, Luís de Miranda Rocha foi um dos críticos mais influentes», frisou.
Um dos seus títulos mais recentes neste domínio foi «Fingimento e Escrita/Fernando Pessoa numa Perspectiva da Comunicação e dos Meios».
O funeral do jornalista e ensaísta realiza-se quinta-feira, pelas 16h00, para o cemitério de Mira, concelho de onde era natural.
Lusa/SOL
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