::::::::::::::::::::::C. RONALD:::::::

Antologia de Poemas

NA CANTINA DO BOSQUE

Recebendo o presente dos amigos, começo

uma idade nova sem mudar os hábitos.

Eu, animal ainda não notado na natureza.

Pronunciem um nome que a identidade se apresenta.

Não é um local apropriado para a alma

a realidade que os adultos inventam.

 

Qualquer lugar deste país, embrutece.

As aves choram o vermelho da terra esfolada.

Ah, regato perfeito, a voz humana

só é percebida depois de perdidas as palavras.

A sordidez é toda a História e ali

qualquer lembrança pode ser rival dos sentidos.

 

De certo há muita coisa a nos integrar.

Uma bela italiana a nos servir.

A alma rústica não sabe o que é pensar

antes que nos roubem, rápido, sua essência.

No cardápio o avesso foi escrito por alguém:

“Temos que comer o que nos é dado olhar”.

 

(in A Cadeira de Édipo, 1993) (a)