:::::::::::::::::::::::::::::::::JAIME CORTESÃO:::
Romance do Homem da Boca Fechada
JAIME CORTESÃO (1884 - 1960)
Fonte: http://www.universal.pt/scripts/hlp/hlp.exe/artigo?cod=2_40

Escritor, político e historiador português, natural de Ançã, Cantanhede. Estudou medicina, que veio a exercer como voluntário durante a I Guerra Mundial, na Flandres. Foi deputado, entre 1915 e 1917, e dirigiu a Biblioteca Nacional, entre 1919 e 1927.

Os seus ideais políticos levaram-no ao exílio, após a instauração do Estado Novo, de 1927 até 1957. Durante esse período, viveu em vários países da Europa e no Brasil. Em 1957 regressou a Portugal e, um ano depois, foi nomeado presidente da Sociedade Portuguesa de Escritores.
Esteve ligado, juntamente com Leonardo Coimbra e outros, ao movimento da Renascença Portuguesa e à revista A Águia, de que se afastaria algum tempo depois. Foi ainda co-fundador e director da revista Seara Nova.

A partir dos anos 20, a sua actividade como historiador, precisamente aquela em que mais se destacou, intensificou-se. Escreveu A Expedição de Pedro Álvares Cabral e o Descobrimento do Brasil (1922), Alexandre de Gusmão e o Tratado de Madrid (1950), O Sentido da Cultura em Portugal no Século XIV (1956) e Os Descobrimentos Portugueses (1960), obra incompleta, deixando ainda A Política de Sigilo na Época dos Descobrimento (1997). Colaborou em diversas obras colectivas (História de Portugal, de Damião Peres, ou História da Expansão Portuguesa no Mundo).

Dedicou-se ainda à poesia escrevendo A Morte da Águia (1910), Esta História é Para os Anjos (1912), Glória Humilde (1914), Divina Voluptuosidade (1923), Missa da Meia-Noite (1940) e Poesias Escolhidas (1960), ao drama com O Infante de Sagres (1916) e Egas Moniz (1918), ao conto em Daquém e Dalém Morte (1913), e ainda à literatura infantil com as obras Romance das Ilhas Encantadas (1925) e Contos para Crianças (1964). Jaime Cortesão foi também autor de obras ensaísticas, como Memórias da Grande Guerra (1919) e Eça de Queirós e a Questão Social (1949).

Considerado uma das figuras cimeiras da cultura e da historiografia portuguesas deste século, foi capaz de associar, nas suas obras, uma grande capacidade de exposição e de comunicação ao rigor científico.