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REVISTA TRIPLOV
de Artes, Religiões e Ciências
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Ana Luísa Janeira
Foto de José M. Rodrigues |
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ANA LUÍSA JANEIRA
A MINHA ÚLTIMA AULA
- tópicos orientadores
31.3.2011 |
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EDITOR |
TRIPLOV |
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ISSN 2182-147X |
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DIREÇÃO |
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Maria Estela Guedes |
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Índice de Autores |
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Nova
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TriploII - Blog do TriploV |
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Jornal de Poesia |
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0m
Configurações Epistémicas
(saberes+ciências)
10m
comecemos por entrar na
REAL ABADIA DE SANTA MARIA DE ALCOBAÇA
15m
Agora tomemos uma caravela para o
NOVO MUNDO
20m
entremos seguidamente no
GABINETE DE HISTÓRIA NATURAL DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA |
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25m
vamos agora visitar a EXPOSIÇÃO UNIVERSAL
DE PARIS 1855
através dos relatórios escritos por 2
politécnicos portugueses
José Maria da Ponte e Horta (5ª)
e Júlio Máximo de Oliveira Pimentel
(6ª)
30m
visitemos a ESCOLA POLITÉCNICA DE LISBOA
35m
para finalizar esta sequência,
tracemos a arquelogia-genealogia da
instituição intalada no
Palácio das Laranjeiras – O MINISTÉRIO DA
CIÊNCIA,TECNOLOGIA E ENSINO SUPERIOR (MCTES)
40m
recapitulando
passo a destacar os principais conteúdos
de cada um destas configurações
epistémicas
conjuntos conceptuais
+ respectivos universos significantes
45m
lacunas |
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Configurações Epistémicas (saberes+ciências) |
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Constituindo-se porque as ciências exactas e
experimentais tinham atingido um grau de maturidade e porque as ciências
sociais e humanas emergiam com peculiariedades próprias a área
científica da HFC assume o processo das ciências
- pela sua vertente histórica
- e pela sua vertente reflexiva
cabendo-lhe procurar uma inteligibilidade para o
processo histórico das ciências
Por sua natureza marcadamente interdisciplinar
- ela consolida a formação intelectual de cientistas,
técnicos e professores
- contribui para a reflexão crítica de qualquer um em
termos da contemporaneidade
- e deve servir de pedra imprescindível para uma
cultura cidadã fundamentada e interveniente no mundo actual
Ao longo do seu processo, a HFC tem-se desdobrado em
escolas, tendências e projectos, onde a arqueologia-genealogia de Michel
Foucault contribuiu para - detectar preconceitos e bloqueios
epistemológicos - definir configurações epistémicas |
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I - Preconceitos e bloqueios epistemológicos |
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- confusões conceptuais perdurantes no
senso comum entre:
teoria e prática experimental; ciências
fundamentais e ciências aplicadas; ciências aplicadas, técnicas e
tecnologia
- abordagens alimentadas por um
continuismo temporal, acumulativo e linear, na ausência de
discontinuidades
- modelos de perenidade = sempre foi
assim, incluindo transferência para as ciências de crenças próprias do
conhecimento tradicional e saberes
- preconceitos sobre o desenvolvimento
das ciências e técnicas
segundo os mesmos ritmos e um mesmo
centro ou as mesmas periferias
- repetição de erros e falsas
interpretações na sequência do peso das autoridades e por ausência de
contacto com o arquivo
Assim sendo, o conteúdo principal desta
aula visa contribuir para uma inteligibilidade do processo institucional
das ciências e saberes em Portugal, através da definição de
configurações epistémicas segundo esta articulação:
Espaços institucionais
Discursos produtores = criatividade
científica/técnica + Discursos reprodutores = transmissibilidade das
ciências, saberes e técnicas
Configurações Epistémicas
Do que irá resultar uma
proposta de inteligibilidade que vai
incluir esta sequência conceptual
I
Ouvir-Ler
II
Olhar-Ver
III
Comparar-Nomear-Classificar
IV
Controlar-Explorar-Expor
V
Observar-Experimentar
VI
Investigar-Institucionalizar-Internacionalizar
NOTA
Estas configurações epistémicas
corresponderam quer a dominâncias que sobressaíram ao longo dos tempos e
passaram posteriormente, em muitos casos, a dominadas quer a sistemas
que nunca desapareceram totalmente embora passassem a apresentar um peso
menor
Passo agora para uma aplicação descritiva
I
10m
comecemos por entrar na
REAL ABADIA DE SANTA
MARIA DE ALCOBAÇA
começada a construir de raiz em 1178
onde se destacam
púlpitos e estantes
- para leituras e
sermões, coro e canto gregoriano -
sala do capítulo – reunião diária
durante a qual os monges do coro ouviam
ler, a partir de um púlpito de leitura, um capítulo da regra de São
Bento
no caso, apresenta 4 aberturas de modo a
permitir
que os restantes monges também ouvissem o
abade
parlatório – onde o prior, depois dessa
reunião, ouvia quem lhe queria falar
refeitório – adossado à parede lateral,
um púlpito para leituras
no lado oeste, uma escada de pedra conduz
ao púlpito do leitor, que lia textos da Ordem durante as refeições. Os
monges sentavam-se com os rostos virados para a parede e tomavam a sua
refeição em silêncio.
livraria – códices e copistas,
le(ge)ndas
De facto este mundo cisterciense
emergia numa relação especial com
o arquétipo “no princípio era o verbo”
e por isso, a vitualidade da
escuta/leitura alimentava-se:
- do silêncio
- dos tempos marcados pelos
sinos/cânticos
- dos códices nas estantes de coro ou nas
estantes de missal
- e de algumas poucas imagens
vegetalistas dos capiteis
entendidas como leitura e escrita para
iletrados
Igreja do Mosteiro de Santa Cruz de
Coimbra dos Cónegos Regrantes de S. Agostinho - púlpito de Nicolau de
Chanterenne, datado de 1521
estudos gerais = corporação de mestres
(lentes) e de alunos
trivium e quadrivium
púlpitos nas salas de aula
Colégio do Espírito Santo da Universidade
de Évora – púlpitos nas salas de aula viradas para o claustro
Universidade de Salamanca – + primeira
universidade com cátedra de música
púlpito da Aula de Frei Luis de Léon
lentes
Lógica, retórica e dialéctica
MODELO PERDURANTE
Academia Portuguesa de História e da
Universidade de Coimbra
(ambas no reinado de D. João V) de
plantas dos Kew Gardens para ser criado um jardim botânico em Portugal
segundo uma oferta da Royal Society
Na sequência de correspondência havida com o marquês de Alegrete, a
Real Academia Portuguesa de História recusou, com um desinteresse
anacrónico, a oferta feita pela comunidade científica inglesa
intermediada por Jacob de Castro Sarmento, visando o envio de sementes
do
Chelsea Physic Garden para a criação de um
Jardim Botânico na Universidade de Coimbra, reiterada de novo a D.
Francisco Carneiro de Figueiroa, seu reitor, no ano seguinte.
Palácio da Anunciada, 4º Conde da
Ericeira – ouvir? ou ver?
Ler Anastácio da Cunha, parágrafo 7 pág
233
e último parágrafo da pág 248
II
15m
Agora tomemos uma
caravela para os
NOVOS MUNDOS
CANTO V DOS LUSÍADAS |
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17
"Os casos vi que os rudos marinheiros,
Que têm por mestra a longa experiência,
Contam por certos sempre e verdadeiros,
Julgando as cousas só pela aparência,//
E que os que têm juízos mais inteiros,
Que só por puro engenho e por ciência,
Vêem do mundo os segredos escondidos,
Julgam por falsos, ou mal entendidos.//
18
"Vi, claramente visto, o lume vivo
Que a marítima gente tem por santo
Em tempo de tormenta e vento esquivo,
De tempestade escura e triste pranto.//
Não menos foi a todos excessivo
Milagre, e coisa certo de alto espanto,
Ver as nuvens do mar com largo cano
Sorver as altas águas do Oceano.//
19
"Eu o vi certamente //(e não presumo
Que a vista me enganava) //levantar-se
No ar um vaporzinho e subtil fumo,
E, do vento trazido, rodear-se://
Daqui levado um cano ao pólo sumo
Se via, tão delgado, que enxergar-se
Dos olhos facilmente não podia:
Da matéria das nuvens parecia.
22
Vejam agora os sábios na escritura,
Que segredos são estes de Natura.
23
"Se os antigos filósofos,// que andaram
Tantas terras, por ver segredos delas,
As maravilhas que eu passei,// passaram,
A tão diversos ventos dando as velas,//
Que grandes escrituras que deixaram!//
Que influição de signos e de estrelas!//
Que estranhezas, que grandes qualidades!//
E tudo sem mentir, puras verdades.//
Fogo de Santelmo
aparece na extremidade dos mastros e vergas dos navios em altura de
tempestade, e que resulta de descargas eléctricas.
Tromba Marítima
enorme tubo que aumentava em direcção ao céu, começava como um
vaporzinho, adensava-se chupando a água das ondas para uma nuvem, a qual
se carregava para dar uma violenta chuvada sobre o oceano.
Conclusão:
os marinheiros por experiência própria, têm mais capacidades de explicar
estes fenómenos naturais, do que os sábios que o fazem por meio de obras
escritas, teóricas. |
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Olhar
Nos novos mundos, o olhar constrói-se como olhar
sobre o outro, sendo por isso um espaço propiciador de fitar com os
olhos
Descoberta que pode equivaler a t(r)emor. Se o
marinheiro e o cartógrafo estão habituados, por dever de ofício, a
mapear o mundo com sucessivas inflexões, logo mais afoitos para tanta
novidade, imagine-se o abalo e, porque não o conflito exigindo ruptura,
que afronta o conservadorismo ibérico: do visitante fortuito ao senhor
de engenho estabelecido.
O substrato do desconhecido - realidade outra, outrém
e suas estranhezas - faz relevar uma impressão de espanto.
Contrariando a tendência para retóricas elaboradas e
argumentos sofisticados, próprios da escolástica decadente, os textos
inscrevem-se numa maior simplicidade de estilo, o descritivo. As
descrições de assombro são comuns a colonos e a viajantes, como se
verifica em Pêro Vaz de Caminha (? - 1501), Gabriel Soares de Sousa
(1540 - 1592), Pero de Magalhães Gandavo (? - 1579), Fernão Cardim (1542
- 1625).
Destaque-se, por exemplo, o fascínio gerado pela
fisionomia e sabor do ananás, entre a «fruita (...) mais prezada de
quantas ha» (Gandavo, p. 46), o encantamento pelas bananas, ou a magia à
volta das flores do maracujá, o fruto proíbido dos trópicos (fruit de la
passion, passion fruit). Ou também a sensualidade generosa do caju com a
sua castanha bizarra, teimando em prosperar no meio de solos áridos,
secos e pedregosos.
No cenário espectacular sobressaem as árvores,
muitas. Dão frutos - mangaba, araçá, araticú, jaboticaba, coqueiro (Cardim,
pp. 95-99). Dão bálsamos e óleos para medicinas - cabugeigba, igcigoa,
cupaigba (Cardim, pp. 100-104). Dão madeira - pau santo, jacarandá,
sândalo-branco, cedro, angelim (Cardim, pp. 108-109). A que se juntam o
vinhático, a sucupira e a araucária brasileiras.
Ver
O ver indica que, a partir de agora, se está munido
de um canal intermediário de tipo psíquico, capaz de gerar uma
apercepção, opinião ou conceito. Inteligibilidades, por outras palavras.
Com efeito, o discurso acolhe modos mais elaborados para formalizar as
impressões exteriores, por via de um intelecto operando sobre os dados
fornecidos pelos sentidos.
As posições mais específicas deste contexto cognitivo
fazem-se acompanhar de um reinvestimento interpretativo, onde crescem as
capacidades de mediação com a realidade natural, através de descrições e
de interpretações mais exactas e concisas. Como se verifica nas obras de
Frei Cristóvão de Lisboa (? - 1652), Ambrósio Fernandes Brandão (1555 -
1625), André João Antonil, Padre António Sepp (1655 - 1733) e Frei José
Mariano da Conceição Veloso (1742 - 1811).
O reconhecimento de diferenças continua a encher
relações de viagens e diários, dando conta de coisas imprevistas, ao
longo destas paragens. Às vezes, faz-se adensar por uma certa
interiorização reflexiva, pela qual o autor do texto deixa claro quanto
a alteridade perceptiva exige uma alteridade conceptual: «A diferença
está toda em nós mesmos, que precisamos modificar nosso conceito. Quando
é meio-dia na Europa, é meia-noite aqui entre nós. O vento sul, lá
morno, é aqui fresco e frio. (...) Tudo às avessas. (...). Numa palavra,
tudo aqui é diferente, e está a calhar a expressão, chamando a América
de “mundo às avessas”» (Sepp, p. 85).
Para circunscrever transformações na atitude face à
Natureza, importa valorizar a detecção epistemológica que delimita uma
ocorrência muito precisa e evidente: a existência de novas técnicas e de
maior rigor quando se desenham animais, vegetais e minerais. De facto, é
neste momento que surgem manifestações, onde a escrita se prolonga por
um risco mais incisivo; apetência que atinge melhores resultados na
aproximação entre o real (inteligido) e a realidade (percebida).
Enquanto afasta uma linha indeterminada e imprecisa, a capacidade
aperceptiva cria imagens imitando uma realidade mais real. A
imagem-ideia está menos dependente de uma imaginação fantasiosa e, por
causa disso, aproxima-se mais do processo indutivo. Quer isto dizer que
o sujeito e o objecto do conhecimento estabelecem nexos com maior
articulação, de que resultam apetrechos e recursos enunciativos,
garantindo novidades no grafismo.
Devido à capacidade de identificação, cada ser
natural pode deixar de ser referenciado por semelhanças parcelares com
outros, como acontecia com o tatu - « (...) tamanho como coelho (...)
casco á maneira da lagosta como de cagado (...) parecem totalmente um
cavallo armado (..) o focinho he como de leitão (...) a carne delles tem
o sabor quasi como de galinha» (Gandavo, p. 49) - para começar a ser
individualizado através de comparações com outro indivíduo, não
referenciado parcialmente, mas concebido como um todo. Além disso,
entram as medidas
De facto a panorâmica do olhar é sensorial.
O topos é feito de espanto, porque se descobrem
múltiplas novidades e desmesuras, ou seja, mudanças de escala.
Repetindo acontecimentos vivenciados noutras paragens
recém descobertas, mas menos cheias de perplexidades para os europeus, a
experiência da Natura (olhada) obriga a rever ideias feitas. Muito há
para alterar, porque a força da realidade envolvente não se compadece
com pré-juízos montados sobre as certezas anteriores à partida, e exige
outras evidências, resultantes da chegada. O sentir impõe-se. Para uns
com ingenuidade. Para outros com mestria elaborada.
Na verdade, a vivência experimentada no espaço
cognitivo revela-se, e rebela-se, contra a Escritura (ouvida ou lida).
Corrigem-se erros, porque as autoridades e os livros divulgam
informações limitadas e limitantes. Mesmo assim e apesar de tudo, a
interpretação continua a precisar de símbolos e de analogias. Esta
circunstância possui ainda recantos gnosiológicos que se aproximam de um
Petrarca, descrevendo literariamente a paisagem. Conjuntura que vem a
culminar, bem mais adiante, entre os românticos sensualistas.
A panorâmica do ver é categorial.
Na verdade, a produção do discurso epistemológico -
feita de palavras, desenhos, entalhados de madeira ou da faina mineira -
favorece um certo número de agentes, capacitados para o exercício mental
da análise. Neste contexto, a ilustração, insipiente ou consistente,
pode apetrechar um conhecimento cada vez mais orientado para os
pormenores significativos.
Pormenores que fazem a diferença e vão permitir um
paradigma científico bem sucedido. Mesmo assim, continuam a existir
séries de classificação obstrusas que nos confundem, lembrando o texto
de Jorge Luís Borges inspirador de Les mots et les choses de Michel
Foucault.
Além disso, os exotismos e os usos de árvores, peixes
e pedras preciosas propiciam curiosidades mais elaboradas, as quais
acarretam textos e gravuras, onde as imagens ilustram palavras a
balbuciar o que virá depois: o labor de separar metodologicamente o
perto e o longe, o próximo e o distante, o semelhante e o diferente, o
mesmo e o outro.
Assim, estes espaços reais do conhecimento continuam
uma Renascença, descobrindo as leis da Perspectiva, e aproximam-se das
posições que determinam a emergência de teatros anatómicos e de
anfiteatros químicos, gerando, logo de início, o desenvolvimento de
áreas
- como a Anatomia e a Medicina, na sequência de
Vaselio, Harvey, Leonardo e Dürer,
- ou o nascimento da Química, distanciando-se da
Alquimia celebrada por Paracelso. |
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III
20m
entremos seguidamente
no
GABINETE DE HISTÓRIA NATURAL DA UNIVERSIDADE DE
COIMBRA
criado pela Reforma Pombalina da Universidade em
1772
Muséum de Paris –
visita 2000
Viagens Filosóficas -
Alexandre Rodrigues Ferreira, etc
Comparar – Nomear -
Classificar |
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A panorâmica é histórico-natural. Todavia, sob o ponto de vista da
inteligibilidade corresponde a uma Criação - natura naturata
- que remete para um Criador Único - natura naturans -
- e porque assim é, o sistema natural retira desta origem a razão
ontológica que influencia a ordem gnosiológica que permite conhecer.
Por isso, a escola ou classe botânica encontra a galeria de minerais
nesse preciso e indelével elo de harmonia pré-estabelecida.
Por isso, ainda, a vitrine com animais secos, em álcool ou
embalsamados, não está longe do arboreto, pela contiguidade de uma
génese comum.
Por isso, finalmente, a inteligibilidade conceptual e estética
constrói-se pela necessidade de articular: uma reserva de objectos
preciosos e raros, dotados de valor ou de simbolismo significante; e
uma reserva de inspiração para quem os percorre, frequenta e deles
recebe instrução.
1º
Estas espacialidades ligam-se a outras, mais antigas e porventura
mais mundanas, perdurando nas suas formas primitivas ou elaboradas: as
Câmaras de Curiosidades, também chamadas Câmaras de Maravilhas, que
preservam práticas de conhecimento com componentes diversificados, dos
saberes aos prazeres. Paços - reais, senhoriais ou episcopais (como
ocorre com o Bispo de Beja e depois Arcebispo de Évora, Dom Frei Manuel
do Cenáculo) - acolhem galerias e armários cheios de signos cumulativos
da representação à escala mundial:
- a naturalia (conchas, pedras preciosas, animais embalsamados,
folhas de herbário)
- a artificialia (armas, medalhas, moedas, quadros, relógios,
antiguidades, instrumentos)
- a mirabilia (raridades + aberrações)
Os gestos requeridos na colecta (esta componente é relevante nas
práticas ligadas aos Três Reinos da Natureza, onde o coleccionador é
também muitas vezes colector,) ou na escolha, por quem selecciona, na
manutenção, por quem conserva, e no apreço, por quem admira, movimentam
mecanismos do olhar e do ver.
No contexto cultural envolvente,
- o sistema, todo obtido através das partes, mais ligado a
Aristóteles
- e o inventário, descrição exaustiva, dependendo da tradição nascida
com Plínio, «são maneiras de representar que fazem intervir a ordem dos
coexistentes (...).
Pensar é espacializar.
E espacializar é classificar.
Razão pela qual os Gabinetes de Curiosidades
e as Bibliotecas de Raridades apresentam tantas semelhanças entre si.
2º
A emergência do coleccionismo no interior da configuração
histórico-natural implica a existência de instituições específicas: os
Gabinetes de História Natural e os Jardins Botânicos. Como resultado, a
detecção cuidada de semelhanças e de diferenças.
A ordem prima. A par disso, verifica-se um outro movimento
desdobrado:
- por um lado, a preocupação sistemática em desenvolver a
capacidade das vias sensitivas, através de equipamento e de objectos
específicos (termómetros, telescópios, balanças, lupas); -
por outro lado, a necessidade de construir condições privilegiadas
para potencializar, avaliar e testar essas informações, mediante
espaços individualizados para a produção (Observatórios Astronómicos,
Gabinetes de Física, Laboratórios de Química).
Neste particular, o Gabinete de História Natural «toma como ideal de
realização o imperativo de se constituir como resumo do universo,
miniatura do grande espectáculo que é o mundo da criação: divina ou
humana, ordenando o que foi coligido (...),
Assim, catálogos e inventários servem como exemplos de enumeração e
de organização, ao mesmo tempo que revelam facetas (...) do
coleccionador.» (Janeira et al, A Paixão do Coleccionador, p. 78),
- quer pela «“cartografia” geral do seu património»,
- quer pelas «“viagens” possíveis nos “territórios” criados pelas
suas representações.»;
- representações enriquecidas pelo destaque outorgado à ilustração
científica. Aquilo a que tempos depois se vai chamar o papel formativo
da geometria descritiva, com importância enaltecida por Comte.
Além disso, o afluxo de bens coloniais muda a relação dos europeus
com os objectos naturais.
No que respeita a representatividade do Segundo Reino, o
enriquecimento da flora faz-se acompanhar de gestos, tendo a montante e
a juzante desenvolvimentos práticos e técnicos, postos ao serviço de
fenómenos de aclimatação, nomeadamente se o poder faculta o saber.
Conjunto muito real e palpável onde se jogam encontros entre o mesmo e o
outro: a actividade de aclimatar pressupõe o conhecimento da planta
nova, ou pelo menos a sua referência às já conhecidas, e propõe meios
para que a vegetação endémica partilhe terreno com as espécies raras.
Da mestria para possibilitar o crescimento do exótico em solos menos
adaptados, resultava uma maior extensão da matéria cultivada,
- quando ela se destinava ao consumo alimentar - hortas -,
- ou quando se destinava à produção de fármacos ou deleite em tempos
de recreio - hortos -.
Os cuidados requeridos misturam saberes tradicionais e inovações
metodológicas, num composto feliz entre ciências, artes e ofícios. É o
naturalista que a identifica, colhe, encaixota e classifica, dando-lhe
um nome e dispondo-a em quadros. É o arquitecto que projecta conjuntos,
sem esquecer o porte desmesurado das árvores exóticas, da araucária, ao
dragoeiro ou à palmeira. É o jardineiro que descobre sistemas de rega e
de enxertia adequados à natureza da planta recém chegada. É o cenarista
imaginando sobreposições de perspectiva mais adequadas para evitar que o
diálogo floral caia em monólogo.
Todo este vasto conjunto de actividades mostra quanto o
conhecimento empírico, entendido como obstáculo epistemológico, é votado
a um certo desprezo. Dentro da mesma lógica, alteram-se os conceitos de
Criação e de Natureza, a partir do Iluminismo. Como consequência entre
as maiores e permanecendo numa longa duração, a Natura e a Cultura
afastam-se uma da outra, gerando um divórcio no pensamento ocidental.
Por outras palavras, define-se um processo epistemológico onde a
primeira é dominada pela segunda. Neste contexto, para longe começam a
ficar certas espontaneidades mais imediatas do território sul-americano,
marcadas por espantos menos mediatizados e olhares menos
instrumentalizados, ou formas de ver incipientes, à margem da rigidez
das metodologias.
Ser-se naturalista é ser-se «aquele espírito singular, atento ao
universo globalizante dos seres vulgares ou exóticos, por isso
pesquisando semelhanças e diferenças, por meio de veredas múltiplas,
em demanda do sistema natural. Apaixonado e requintado no observar
pertinente, o naturalista é atraído pelo campo, através do corpo e da
alma. Apelo a que corresponde fielmente, com saídas por poucas horas ou
estadias de anos. Apesar de muitos servirem quase como militares,
nenhuma das instruções dadas, aquando da partida ou já no local, contém
o que só o percurso lhes vai mostrar: da terra paradisíaca à fome e
febre mortífera.
Uns tantos ficam por lá. Diários, roteiros, relatórios, notas,
memórias e correspondência permitem-nos seguir e compreender estes
empreendimentos pelo seu lado científico e pela sua importância
política. Enfim, os Três Reinos ao Serviço do Reino.».
Atender, examinar, estudar, ponderar, criticar, comparar.
Como resultado, aparece um rigor novo na ordem do discurso. Na
verdade, o que fora inicialmente característica de um estilo, adquire,
agora, as exigências de um método, processo global destinado a fins
determinados. Circunstância evidenciada por muitos e variados
testemunhos.
Para conseguir tal objectivo, a «necessidade de inventariar e de
descrever» contextualiza-se entre cartas oficiais, propostas
programáticas e planos de actividade, relacionados especialmente com a
flora. Uma entre outras razões para fazer dela «a grande época da
História Natural, e não da Matemática ou da Física».
Espiar, espreitar - percorre este novo espaço do conhecimento. A
comprová-lo
- além dos objectivos políticos, mescla de função administrativa e
espiatória, que a norteia
- os roteiros de viagens, as cartas, as relações dos produtos
naturais, as memórias e as aguarelas magníficas que resultam desta
expedição.
Herbários e inventários Sistemática e
taxonomia Nomenclatura química
Tratado dos Limites - definição
fronteiras, balística, fortalezas
Técnicas da jardinagem e taxidermia |
|
IV
25m
passemos, agora, a
visitar a
EXPOSIÇÃO UNIVERSAL DE
PARIS 1855
através dos relatórios
escritos por 2 politécnicos portugueses
José Maria da Ponte e
Horta (5ª)
e Júlio Máximo de
Oliveira Pimentel (6ª)
Ler GE 14-15
e a SOCIEDADE DE
GEOGRAFIA DE LISBOA
criada em 1875
Conferência de Berlim
1884-1885 |
|
Exploração do continente
africano
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CONTROVÉRSIA entre a
Marinha e o Exército
Marinha - Andade CORVO,
Bettencourt RODRIGUES
Exército - Luciano
CORDEIRO, José Vicente Barbosa du BOCAGE
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Andrade Corvo
Ministro dos Negócios
Estrangeiros de Portugal entre 13 de Setembro de 1871 e 29 de Janeiro de
1878, durante o Governo de Fontes Pereira de Melo. Nesse período também
acumulou a pasta da Marinha e Ultramar de 1872 a 1877. Durante o seu
Ministério Andrade Corvo procurou executar uma política de
diversificação das alianças de Portugal, reafirmando a tradicional
aliança aliança Luso-Britânica, estreitando laços com a Espanha e
estabelecendo relações com os Estados Unidos da América, que ele
considerava a grande potência do futuro.
Luciano Cordeiro
Deve-se-lhe o impulso à
propaganda africanista e ao movimento colonialista. Notabilizou-se pela
acérrima defesa dos interesses de Portugal tendo ficado célebre a sua
actuação quer no Congresso de Geografia Colonial em
Paris em
1878 quer na
Conferência de Berlim em 1884. A sua extensa acção editorial conta
com obras publicadas no campo da crítica literária, da
história, das questões coloniais, da
economia e da
política.
JJ Betencourt Rodrigues
Na sequência do Congresso
Internacional de Geografia foi fundada em Portugal a Sociedade de
Geografia de Lisboa, onde integrou o seu Conselho Central, e a Comissão
Central Permanente de Geografia, que propôs ao Governo, em 1876, a
organização de uma expedição portuguesa para investigação e exploração
do interior africano. Esta expedição veio a ser decidida em 1877, com a
escolha dos exploradores, Hermenegildo de Brito Capelo (1841-1917),
Alexandre Alberto da Rocha Serpa Pinto (1846-1900), e Roberto Ivens
(1850-1898). As instruções para esta expedição foram redigidas pelo
naturalista J. Vicente Barbosa du Bocage (1823-1907) e por José Júlio
Rodrigues. Os fins da expedição e os seu âmbito geográfico eram assim
definidos: “A expedição terá por principal objectivo o estudo do rio
Cuango nas suas relações com o Zaire e com os territórios portugueses da
costa ocidental, e bem assim toda a região que compreende, ao sul e a
sueste, as origens do rio Zambeze e Cunene, e se prolonga ao norte até
entrar pelas bacias hidrográficas do Cuanza e do Cuango. A exploração do
Cunene até à sua foz, deverá reputar-se compreendida nos encargos da
expedição, quando não haja incompatibilidade entre aquela exploração e a
que, por sua particular importância constitui a principal obrigação dos
expedicionários.” (cit. in Mendes, p. 40)
José Vicente Barbosa du
Bocage
Presidente da SGL de 1877
a 1883. Na década de 1880 foi
Ministro da Marinha e mais tarde Ministro dos Negócios Estrangeiros
de Portugal. |
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V
30m
atentemos, de seguida,
à ESCOLA POLITÉCNICA
DE LISBOA
criada em 1837 e onde, depois de 1859, os espaços das 12 cadeiras
fundamentais se organizavam segundo quatro campos disciplinares
dominantes: cálculo, observação, experimentação e classificação
A mesma configuração,
mas mais amplificada, associa dois grandes vectores em torno do
observar:
o nomear-classificar
(ciências naturais e médicas)
e o
calcular-experimentar (ciências matemáticas e ciências físicas).
ler SEC págs 95-96 |
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até anos 80
- Anfiteatro de Química – lente e
demonstrador
- laboratório de química – só para lentes
e demonstradores
alunos sentados nas bancadas seguem
demonstrações
agostinho vicente lourenço – 2º
parágrafo, pág 100
fim anos 80
- Laboratório de Química – lente e
demonstrador
mas os alunos começaram a experimentar na
galeria com varandim
1901
- ensino prático obrigatório
Positivismo
ler SEC - 2º e 5º parágrafos da pág 108 |
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VI
35m
para finalizar esta
sequência,
tracemos a
arquelogia-genealogia da instituição intalada no
Palácio das Laranjeiras
– O MINISTÉRIO DA CIÊNCIA,TECNOLOGIA E ENSINO SUPERIOR (MCTES)
Tutelas da Investigação |
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1929
A investigação científica
começou a ser financiada de forma mais ou menos regular com a criação da
Junta de Educação Nacional em 1929.
1936
Instituto para a Alta
Cultura substituiu a JEN - Junta de Educação Nacional
1952
Substituído pelo IAC -
Instituto de Alta Cultura, que vai dar lugar ao Instituto Nacional de
Investigação Científica, em 1976.
A PARTIR DE AGORA
IMPOSSIVEL NÃO MISTURAR
- E DESEJAVEL INTEGRAR -
EXPERIENCIA PESSOAL
1967
criada a JNICT - Junta
Nacional de Investigação Científica e Tecnológica que, com o INIC passou
a acumular a administração do financiamento das instituições de ensino
superior e de bolseiros pós-graduados, aquando da extinção do INIC em
1992.
1979-1980
Prof S Nunes foi Ministro
da Coordenação Cultural e da Cultura e Ciência no V Governo
Constitucional, presidido por Maria de Lurdes Pintassilgo, entre 1979 e
19
1992
Extinto o INIC em 1992,
fica só a JNICT que é extinta, posteriormente, com a criação da FCT em
1995
2002
Criação do Ministério da
Ciência e do Ensino Superior, actualmente Ministério da Ciência,
Tecnologia e Ensino Superior.
O processo histórico
desta sequência institucional, associada ao percurso discursivo que foi
nelas acontecendo, é fundamental para se conhecer as raízes da política
portuguesa, no que respeita as áreas científicas e tecnológicas, no
século XX.
Unidades de Investigação
http://complexo.ist.utl.pt/24-08-07.pdf
1929
Cyrillo Soares não foi um
investigador é nomeado director do laboratório de Física da Faculdade de
Ciências de Lisboa, início da investigação em Física + emergência de
uma escola
deu origem ao Centro de
Estudos de Física criado em 1940
1931
Tendo terminado o Curso
de Ciências Físico-Químicas, em 1925, casada com o Professor António
Sousa Torres, em 1931 BEM foi para Paris, com bolsa do Instituto de Alta
Cultura, acompanhada pela mãe. Integrada na equipa da Madame Curie,
realizou o doutoramento em 1935. Depois do doutoramento em Paris
empenhou-se no Laboratório de Radioquímica da FCUL criado em 1938-1939 e
que passou a Centro de Estudos de Radioquímica em 1953
1947
Expulsão de docentes das
universidades portuguesas - o que tinham em comum? A defesa da
investigação
SEC pág 144-145
Até 1950
Centros de Estudo do IAC:
Lisboa 15 Porto 7 Coimbra 7
1954
Criação da JEN – Junta de Enrgia Nuclear
1957
Início da construção do
LFEN - Laboratório de Física e Engenharia Nucleares em Sacavém
Entrada em funcionamento do Reactor Português de
Investigação (RPI) em 1961
1963
Criação da Junta de
Investigações do Ultramar
Unidades reputadas de
investigação
Laboratório Nacional de
Engenharia Civil
Junta Nacional da Energia
Nuclear
Instituto de Engenharia e
Tecnologia Industrial
Instituto Gulbenkian de
Ciência
Complexo Interdisciplinar
I e II
Internacionalização
1940
Congresso do Mundo
Português contra a internacionalização (ideias exóticas)
1956
XV Congresso de Química
Pura e Aplicada da IUPAC no IST, + de mil cientistas de 40 e tal países
Exposição Átomos para a
Paz, também no IST e depois noutras cidades do país
Anos 60
Ida de jovens licenciados
doutorar-se no estrangeiro em Física Nuclear
Anos 80
Início – primeiro acordo
com o CERN - Centre Européen d’Energie Nucléaire, criado provisoriamente
em 1952 e definitivamente em 1954
Vejamos como PAULA BORDALO descreve, em Fevereiro de
2000, a participação portuguesa na descoberta do Plasma de Quarks e
Gluões (QGP) -- estado primordial da matéria recriado no laboratório
depois de 15 anos de trabalho:
- “Portugal participou no projecto desde a primeira
hora:
- Em 1984 éramos 3 jovens portugueses, a acabar as
nossas teses de doutoramento num laboratório francês, que já estavam a
pensar no seu regresso à Pátria como físicos.
- Em 1985 a Proposta de Experiência, que inclui a
distribuição de responsabilidades, foi assinada por 7 portugueses, 22
franceses, 3 suíços e um espanhol.
- Em fins de 1986 um primeiro feixe de iões de
oxigénio foi acelerado no SPS do CERN e canalizado para as seis
experiências, entre elas a nossa, NA38. Ao mesmo tempo nasce o nosso
Laboratório LIP e Portugal torna-se oficialmente membro do CERN.”
1981
Exposição De que São
Feitas as Coisas?, Instituto Superior Técnico |
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40m
recapitulando, ao longo
deste percurso foram destacados
os principais
conteúdos de cada uma das 6 configurações epistémicas
com seus conjuntos
conceptuais e respectivos universos significantes
Ouvir-Ler
Real Abadia de Santa
Maria de Alcobaça
Olhar-Ver
Novos Mundos
Comparar-nomear-classificar
GH Natural da U
Coimbra
Controlar-Explorar-Expor
Sociedade de Geografia
de Lisboa + Expos Universais
Observar-Experimentar
EPLisboa
Investigar-Institucionalizar-Internacionalizar
MCTES
A DETECÇÃO DESTA
SEQUÊNCIA DE SISTEMAS EPISTEMICOS
foi determinada com
base em projectos de investigações
que constam da nota
distribuída no início da aula
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45m
lacunas |
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Chegados a este ponto,
chegámos ao ponto final desta aula, que, como é própria da Filosofia
vai-se traduzir na pergunta que pergunta
quais são as maiores
lacunas que sinto poder ser interessante continuar ainda a investigar,
dentro da História e Filosofia das Ciências?
Sinto que ainda não
consegui perceber com o rigor merecido
- como as ciências se
articularam/desarticularam
- com os saberes -
artesanais, oficinais, técnicos/tecnológicos
em Portugal, ao longo
deste processo cognitivo
E como isto me parece
importante foi, neste sentido, que nasceu o projecto NaturaMeio projecto
onde resolvi testar aos limites [ COM MUITA OUSADIA, ENTUSIASMO E CERTA
TEMERIDADE] a importância que a História e Filosofia das Ciências
- poderá ter na
coordenação de um contexto interdisciplinar
- dentro das relações
Universidade-Empresa
Felizmente, fomos bem
recebidos na Herdade do Freixo do Meio
maior unidade portuguesa
de agricultura biológica, com 10.000 hectares,
A minha hipótese de
trabalho parte do princípio que a HFC pode ajudar um empresário e a sua
equipe a
- identificar problemas
- descrever bloqueios
- e superar dificuldades
actuais
nomeadamente ligados a
uma revalorização inovadora do ecosistema mais rico da Peninsula Ibérica
O MONTADO
mas poderá mesmo?
50 m
Neste momento passo a
palavra ao Eng. Alfredo Cunhal Sendim para que nos diga, como empresário
agrícola, como tem sentido esta nossa proposta
terminarei a aula com uma
curta reflexão final |
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E AGORA ANA?
Agora devo concluir que tive, felizmente, sempre a alegria de nunca
ter sentido o dilema (que teria sido fatal para mim)
= ENSINO vs INVESTIGAÇÃO ???
= ENSINO OU INVESTIGAÇÃO ???
pois sempre tomei a liberdade de os conciliar com harmonia
integrando os projectos nas aulas e os alunos na pesquisa
[ ao mesmo tempo que estes sempre tiveram OBVIAMENTE respeitado o
direito de assinar os trabalhos, logo como muitos me continuam a dizer
= começar a fazer o seu curriculum de investigação nos trabalhos da
área de HFC ]
Parto pois realizada e com uma sensação de futuro
porque sei perfeitamente que
A MINHA DEMANDA DE ABSOLUTO
SEMPRE ESTEVE/ESTARÁ NOUTROS LADOS...
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UNIVERSIDADE DE LISBOA . FACULDADE DE CIÊNCIAS
Secção Autónoma de História e Filosofia das Ciências
SESSÃO DE HOMENAGEM À PROF.ª ANA LUÍSA JANEIRA |
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Ana Luísa Janeira (Portugal)
Professora Associada da Secção Autónoma de História e Filosofia
das Ciências da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa
(2007--») aposentada. Investigadora do Centro Interdisciplinar
de Ciência, Tecnologia e Sociedade da Universidade de Lisboa
(1995--»). - Co-fundadora e primeira Coordenadora do Centro
Interdisciplinar de Ciência, Tecnologia e Sociedade da
Universidade de Lisboa (1995-1999). Com Agregação em Filosofia
das Ciências pela Faculdade de Ciências da Universidade de
Lisboa (1985) e Doutoramento em Filosofia Contemporânea pela
Université de Paris I (Panthéon-Sorbonne) (1971), a partir de
2000, iniciou uma reflexão crítica, visando definir teoricamente
topologias entre inovação – tradição – globalização,
nomeadamente os conceitos de espaço e de tempo, na sua
articulação com inovação científica, saberes tradicionais e
culturas globais. Projectos interdisciplinares em curso sob sua
coordenação:
- Marcas
das ciências e das técnicas pelas ruas de Lisboa
Construção de uma base de dados relativa a construído,
estatuária e toponímia em Lisboa, destinada a ser
preferencialmente utilizada em turismo cientifico e tecnológico.
(http://marcasdasciencias.fc.ul.pt/pagina/inicio)
-
NaturaMeio
Relações Universidade-Empresa orientadas para a procura de harmonias entre cultura e
natura na Herdade do Freixo do Meio, maior propriedade
portuguesa de agricultura biológica.
- A Real Abadia de Santa Maria de Alcobaça: organização
dos espaços, produção dos discursos, sistemas epistémicos
Estudo
histórico-filosófico visando configurar e articular espaços
arquitectónicos e espaços económicos.
- Natura,
Cultura e Memória
I - A
natureza impactante por terras de missão e a configuração
epistemológica moderna (séculos XVI-XIX)
Estratégias epistemológicas da Companhia de Jesus na memória
americana e asiática, na área da produção de conhecimentos
locais e globais. (http://www.triplov.com/jardins/missoes/guaranis/index.hm
http//:www.triplov.com/ana_luisa/notas-de-viagem/índex.htlm
II -
Memória, natura, cultura e literatura
A operatividade do acto e da acção dinamizados pela memória,
em contextos científicos e literários. |
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© Maria Estela Guedes
estela@triplov.com
PORTUGAL |
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