NAZISMO E SUBVERSÃO DO DIREITO HUMANO
Henrique Doria
 

O nazismo como nova religião
Ocultismo e nazismo
Racismo e anti-semitismo
Mentira e violência
Breve cronologia de uma subversão do Direito Humano

Ocultismo e nazismo

A religião nazi confunde-se com a pura superstição. A começar pelo primeiro dos seus símbolos, a suástica. Para o nazismo, a bandeira com a cruz suástica assume uma importância mística. A cerimónia da consagração da bandeira que todos os anos era feita em Munique, era a parte essencial de uma cerimónia litúrgica. A famosa “bandeira de sangue” que fora guardada do fracassado putsch de Munique, era esfregada todos os anos noutras bandeiras, tornando-as heróicas e sagradas.

A suástica sempre constituíra um símbolo do sol, da luz. As sociedades ocultistas alemãs pré-nazis, os Novos Templários, a Sociedade Thule, e Sociedade Teosófica, a Sociedade Vril ( Vril seria a força central do universo, cujo domínio daria ao homem o poder sobre todo mundo) tinham como um dos seus símbolos essenciais a suástica, que os nazis acreditavam ser portadora de uma força misteriosa. Os nazis chamaram Força W a esta força, e procuraram-na obstinadamente.

Uma das sociedades secretas que mais influenciou o nazismo foi a Escola da Sabedoria, fundada em 1920 pelo conde Keyserling, defensor dum pensamento anticristão e antidemocrático, baseado numa visão muito pessoal do budismo. Keyserling considerava o povo alemão um povo casta superior, e preconizava que o homem deveria transcender o bem e o mal, não se preocupar com Deus ou com o Diabo, estar para além do bem e do mal.

Outra dessas sociedades era a Sociedade Thule, que procurava também aquela força misteriosa, e acreditava que a Alemanha estava destinada a dominá-la, e a conseguir alcançar uma posição de liderança mundial. A Sociedade Thule, a que pertenciam vários apoiantes de Hitler, nomeadamente o general Haushofer, considerava-se um instrumento dos Chefes Secretos do Tibete, também conhecidos como Loja Branca, ou Homens Sábios do Mundo. Seria ser chefe dos Homens Sábios do Mundo o Rei do Medo, que seria o Rei do Mundo.

Na procura do Rei do Mundo e dos Homens Sábios do Mundo estaria a motivação de inúmeras expedições ao Tibete promovidas pelos nazis, a fim de daqueles obterem ajuda para a dominação do mundo.

Mas não só o Tibete era local de interesse para os nazis. Também Montségur, último lugar de resistência dos cátaros, era para eles um lugar com poderes ocultos, e eles acreditavam que se escondia o Graal, cujo poder mágico permitiria o domínio do mundo.

Por isso, enquanto os bombardeiros aliados despejavam toneladas de bombas sobre o Monte Cassino, em 16 de Março de 1944, setecentos anos depois do holocausto cátaro perpetrado pela Igreja Católica em Montségur, Rosenberg visitava esse lugar sagrado, e um avião nazi desenhava no ar, sobre a montanha, uma cruz céltica dentro dum gigantesco disco solar, a fim de invocar a protecção das energias ocultas do lugar para o triunfo da Alemanha.

E ainda Stonehenge, as Canárias ( restos da lendária Atlântida) e até a Antártida, eram para os nazis locais possuidores de forças ocultas.

Para encontrar esses locais, os nazis desenvolveram mesmo uma pretensa ciência, a geomancia, através da qual era escolhida a posição de todos os lugares importantes do nazismo, desde o bunker de Hitler em Berlim ao seu quartel general em Rastenburg, na Prússia Oriental.

Para tal fim dispunham de uma organização poderosa, a Deutsche Ahnenerbe, Organização da Herança Ancestral Alemã, cujo dirigente máximo era Wolfram Sievers, julgado e executado em Nuremberga, depois da derrota nazi, por crimes contra a humanidade.

Para conseguir os seus objectivos de busca dos locais da herança ancestral alemã, nomeadamente do seu território e das suas tradições populares, o Ahnenerbe convocava geomancistas para descobrirem geometrias sagradas, vedores para descobrirem as energias telúricas, monges e lamas do Tibete, para descobrirem saberes e poderes superiores vindos da Terra Oca.

Acreditavam os nazis ainda no poder mágico das Runas. As runas, segundo T.S.Elliot, “são fórmulas práticas destinadas à produção de resultados específicos, como, por exemplo, a retirada de uma vaca de uma atoleiro.”

A antiga escrita germânica denominava-se rúnica, e atribuia-se-lhe poderes mágicos, sendo característica dos povos do norte da Europa entre 400 ac a 1200 dc. As insígnias das mais importantes organizações nazis continham runas. A sua ligação aos antigos povos germânicos, os seus poderes mágicos, faziam das runas instrumentos poderosos da grande mistificação nazi.

Hitler e o seu círculo acreditavam nos números mágicos. Segundo eles, a história tinha uma viragem em cada 700 anos. Assim, 544 fora o ano da morte de S. Bento, o fundador do mosteiro de Monte Cassino e, segundo a lenda, do rei Artur. 1244 fora o ano do colapso final dos Cátaros, dos quais os nazis se consideravam herdeiros espirituais. Segundo esperava Hitler, 1944 seria o ano do triunfo da Alemanha sobre o mundo.

Em Maio de 1944, precisamente no Monte Cassino, os nazis foram derrotados e sofreram enormes perdas em homens e material numa das mais ferozes batalhas da Segunda Guerra Mundial. Em Junho de 1944 dava-se o desembarque nas praias da Normandia, região privilegiada da cultura beneditina. O ano de 1944 foi, realmente, o ano de magia negra para Hitler e o III Reich, o ano em que o seu colapso se tornou definitivo.

 

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Última Actualização:
29-Jun-2006




 

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