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JOSÉ ÁVILA MARTINS,
geólogo e universitário
(1917-1996)
FERNANDO NORONHA

 

Resumo : O Professor José Ávila Martins foi um Açoriano que no decorrer da sua vida construiu uma carreira multifacetada. Pautando sempre a sua vida pela maior seriedade e honestidade o Prof. Ávila Martins, homem de princípios dotado de uma personalidade notável constitui uni exemplo a recordar e a seguir.

Noronha, F. (2004), José Ávila Martins, geologist and professor. Boletim do Núcleo Cultural da Horta , 13: 49-55.

Abstract : José Avila Martins, geologist and professor was borne in Azores and during his life he created a multidisciplinary career. Guiding his life with sincerity and honesty, professorAvila Martins, owner of a kind and generous personality, will always be reminded as a great teacher and a good friend, being an example to cherish and to pursue.

Fernando Noronha - Departamento de Geologia, Faculdade de Ciências da Universidade do Porto. 4099-002 Porto.

 

A carreira do Professor José Ávila Martins foi multifacetada pois foi geólogo, professor e gestor universitário. O Prof. Ávila Martins nasceu em S. João da ilha do Pico a 5 de Agosto de 1917; frequentou os liceus da Horta e de Angra do Heroísmo. Os seus estudos universitários decorreram em Coimbra tendo-se licenciado em Farmácia, em 1943, e em Ciências Geológicas em 1945. Após a licenciatura em Ciências Geológicas, exerceu o magistério do ensino secundário durante quatro anos. Foi convidado para assistente da secção de Ciências Geológicas da Faculdade de Ciências de Coimbra, posição de que veio a desistir por ter sido nomeado para o lugar de geólogo dos Serviços de Geologia e Minas de Angola.

Em Angola, em 1949, iniciou auspiciosamente a sua carreira de geólogo confirmando-o no decorrer da sua vida ao tornar-se um geólogo notável que serviu de farol a muitos profissionais. Ao longo de seis anos o Prof. Ávila Martins participou e dirigiu diversas campanhas de prospecção geológica e mineira. Contactou com geólogos profissionais de outros países, alicerçou e aumentou os seus conhe­cimentos, nomeadamente no domínio da Geologia Económica, domínio a que veio posteriormente a dedicar-se com entusiasmo e sempre com espírito inovador. Com efeito, procedeu ao levantamento geológico do jazigo de ferro de M’Bassa e realizou reconhecimentos geológico-mineiros na área de Cambondo-Canhoca-Golungo Alto, estes, com vista à prospecção de minérios de manganésio. Participou na campanha de prospecção de petróleos, levada a efeito pela empresa norte-americana Standard Oil Co. (ESSO), durante a qual se procedeu ao levantamento geológico que cobriu a totalidade das formações mesocenozóicas do litoral de Angola. Fez parte das brigadas da empresa norte-americana E. J. Longyear Co., contratada pelo governo português para proceder a trabalhos de prospecção mineira nas áreas de Curoca, de Malange e do Alto Zambeze. Regressado de Angola ingressou nos quadros da Junta de Energia Nuclear (JEN) e durante oito anos, participou nos trabalhos de cartografia e prospecção geológicas que levaram à descoberta de importantes jazigos de minérios radioactivos em Portugal. De 1955 a 1960 realizou trabalho de campo, chefiando uma brigada de

geologia que efectivou levantamentos geológicos nas áreas de Sabugal, Guarda, Celorico, Fornos de Algodres, Mangualde, Viseu, Tondela, Tábua, Sever do Vouga, Oliveira do Hospital, Arganil, Caramulo, Oliveira de Frades e Gerês, cobrindo um total de 15 folhas do mapa à escala 1/25 000, equivalentes à área de 940 km 2. Elaborou os correspondentes mapas geológicos e de prospecção e respectivas notas explicativas. Os primeiros trabalhos foram publicados em 1957, 1958 e 1959 de parceria com o Prof. Carlos Teixeira ou com o Prof. Torre de Assunção. Nesses trabalhos foram descritos aspectos geológicos dignos de destaque e referenciados nos trabalhos de campo: uma estrutura rara que por vezes ocorre em rochas magmáticas, a estrutura orbicular em granitos da região de Oliveira do Hospital ( Teixeira & Martins, 1957), um filão de microgranito moscovítico da região de Tondela (T orre de Assunção & M artins, 1958) e o Silúrico de Arganil (T eixeira & Martins, 1959). Na JEN, depois de prever a possibilidade da existência de mineralização uranífera nos xistos, tida até então como exclusiva das zonas graníticas, veio, mais tarde, a descobrir naquelas rochas, pela primeira vez em Portugal, uma ocorrência que veio a ser uma das mais importantes minas de urânio em Portugal (mina de Cunha Baixa, Mangualde). O trabalho “Ocorrências uraníferas em metassedimentos na orla de contacto do maciço granítico das Beiras, nos distritos de Coimbra e Viseu” (M artins & Limpo de Faria, 1959) foi, para a época, trabalho muito ousado e constitui um marco na metalogenia dos jazigos de urânio portugueses e uma mais valia que permitiu a descoberta de novos jazigos.

Aproveitando a oportunidade que se oferecia com os trabalhos da JEN, o Prof. Ávila Martins continuou a estudar as formações graníticas e os fenómenos de alteração e mineralização, temas a que sempre dedicou particular interesse. Daí resultou a publicação de dois trabalhos: um sobre mineralização uranífera relacionada com fenómenos de hematitização dos granitos (M artins, 1959), outro sobre a geologia da área do Caramulo, no qual evidenciou alguns aspectos particulares dos fenómenos de metamorfismo e procurou explicar a origem das rochas graníticas da região (M artins, 1961). Os fenómenos de hematitização em granitos do Gerês foram o tema de dois trabalhos, publicados posteriormente, em que o Prof Ávila Martins descreveu processos epigenéticos de alteração hidrotermal ( Martins, 1972; M artins & Saavedra, 1976).

Em 1960, ingressou na Junta de Investigações do Ultramar e durante três anos foi responsável pela cartografia geológica do Estado da índia, tendo realizado, simultaneamente, trabalhos de geologia económica de grande interesse. Em colaboração com o Prof. Carlos Teixeira, realizou o estudo geológico do distrito de Diu e do concelho de Damão ( Teixeira & Martins, 1960a, 1960b). Em colaboração com os restantes membros da brigada e com o Prof. Carlos Teixeira, procedeu ao reconhecimento e levantamento geológico do distrito de Goa. Este trabalho foi interrompido em virtude da invasão daquele território pelas tropas indianas.

Em Goa, aproveitou o ensejo que se lhe deparou para estudar, desta vez na Ásia, processos ligados ao metamorfismo e granitização e origem das formações relacionadas com jazigos de ferro e de manganésio ( Martins, 1962a; Aires de Barros & Martins, 1963).

Em 1962 prestou provas de doutoramento na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa tendo para o efeito, submetido uma dissertação subordinada ao título “Os fenómenos de metamorfismo e granitização no distrito de Goa” ( Martins, 1962b). De realçar a publicação de dois trabalhos sobre temas relacionados com a geologia de Angola (M artins, 1962c; M artins, 1965-1966).

Iniciou a sua carreira Universitária em 1963 ao ser contratado como 1 o assistente além do quadro da Faculdade de Ciências de Lisboa. Uma carreira universitária que surgiu na sequência de uma carreira profissional activa e notável de 13 anos. Este trajecto é essencial quando se pretende um Professor, em áreas científicas aplicadas, que forme e eduque alunos para serem bons profissionais. Como bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian, de Junho de 1963 a Julho de 1964, o Prof. Ávila Martins efectuou um estágio de pós-doutoramento na Universidade de Oslo (Noruega) tendo desenvolvido um estudo geológico-estrutural da área de Vadral na região de Telemark. Dos resultados obtidos publicou um artigo no boletim dos Serviços Geológicos da Noruega ( Martins, 1969). Este estágio, além de lhe ter permitido o contacto com uma geologia mais evoluída, foi marcante na sua carreira e na sua maneira de estar como homem solidário e democrata. O Prof. Ávila Martins foi um geólogo de campo que sempre soube incutir grande valor à componente prática da Geologia. Para tal valeu a sua grande experiência e contacto com a geologia e com geólogos de diferentes continentes. Foi sempre um praticante de uma Geologia arejada, por isso, sem o bafio dos gabinetes. Quando regressou a Portugal retomou as suas funções na Faculdade de Ciências de Lisboa, as quais exerceu até ser contratado, em 30 de Novembro de 1964, como 1 o assistente da Faculdade de Ciências do Porto. De 1973 a 31 de Dezembro de 1976 exerceu funções de Professor Extraordinário na Universidade do Porto e pela aplicação do preceituado no Estatuto da Carreira Docente Universitária foi aprovada a sua passagem a Professor Catedrático com nomeação definitiva a partir de 1 de Dezembro de 1979.

Como Professor dominou o mais vasto campo da Geologia, a Geologia Geral. Sabia do que falava e foi sempre sua preocupação transmitir aos alunos o saber prático que aprendeu praticando. Na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP), foi durante vários anos regente da disciplina de Geologia Geral, disciplina que era, então, uma das mais importantes das licenciaturas em Geologia (disciplina anual do 3 o ou do 4 o ano) e com a qual veio a transmitir um sinal de marca a muitos dos licenciados pela Escola do Porto. Tive o privilégio de ter sido seu aluno em diversas disciplinas (Geologia Geral, Geologia Estrutural, Geologia dos Petróleos) em 1969 e 1970, e desde aí nunca mais deixamos de ser amigos. No fim da década de sessenta viveram-se tempos de revolução nas Ciências da Terra pois, com o advento da “Teoria da tectónica em placas”, passou a haver uma visão não fixista da Geologia, visão que havia sido iniciada com a “Teoria dos geossinclinais”. O Prof. Ávila Martins tinha a virtude de estar sempre atento ao que se passava no mundo da Geologia, qualidade que lhe conferia o epíteto de Professor actualizado levando-o a alertar os seus alunos para a mudança de conceitos.

O Prof. Ávila Martins sempre pugnou por uma estreita ligação entre o saber científico e a sua aplicação ao mundo real pelo que de 1965 a 1970, teve a seu cargo a orientação de um vasto programa de prospecção geológico-mineira, levado a cabo por um consórcio canadiano-sul-africano, em duas extensas áreas cativas para o Estado - Faixa Piritosa do Alentejo e área de Vila Viçosa-Alandroal – tendo por objectivo essencial a descoberta de novos jazigos de sulfuretos maciços. Este programa, que teve pleno apoio por parte do Estado Português e foi realizado em estreita colaboração com a Direcção-Geral de Minas e Serviços Geológicos, constituiu um grande empreendimento, realizado em Portugal por um grupo privado. Foi nomeado, em 1974, colaborador oficial dos Serviços Geológicos de Portugal (SGP) pois a cartografia geológica e o trabalho de campo sempre lhe mereceram a maior atenção. Como geólogo de campo soube transmitir a muitos dos seus alunos o gosto pela Geologia de campo e Geologia prática. Naturalista convicto era duro no campo e para ele não havia horas de refeição e de descanso antes da missão cumprida. Se ainda estivesse entre nós, seguramente que estaria triste e apreensivo, neste momento, devido a não se saber a quem caberá a missão do que foi o sucessor dos SGP, o Instituto Geológico e Mineiro. A Geologia e o País estão mais pobres pois, por razões que desconhecemos, os Serviços Públicos de que dependiam os conhecimentos dos recursos geológicos e da geologia de Portugal, foram extintos.

Como gestor universitário o Prof. Ávila Martins sempre deu provas de grande serenidade, equilíbrio e tolerância. Na Universidade do Porto, onde infelizmente só acabou por estar doze anos, dirigiu, em 1975, a FCUP e o Museu e Laboratório Mineralógico e Geológico sabendo, então, enfrentar, com sucesso, o difícil período pós-revolucionário. Em 1976, com a criação do Instituto Universitário dos Açores (IUA), partiu para os Açores, a convite da respectiva Comissão Instaladora. Inicialmente esteve na Horta e depois transitou para Ponta Delgada onde passou a integrar a Comissão Instaladora, presidiu ao primeiro Conselho Científico do TUA e criou o Departamento de Geociências.

Em 1983, o Reitor da Universidade dos Açores nomeou-o Vice-Reitor e Director do Departamento de Oceanografia e Pescas (DOP) (Pólo Universitário da Horta) tendo desempenhado ambos os cargos até à data da sua jubilação, em Agosto de 1987. No DOP o Prof. Ávila Martins providenciou pela contratação de jovens investigadores, pela colaboração com instituições nacionais e estrangeiras, pela aquisição de novos equipamentos e pela organização de reuniões internacionais, factos que deram ao DOP uma visibilidade internacional. A Zona Económica Exclusiva açoriana, em período decisivo, teve nele um grande defensor ( Martins, 1984 e 1987, M artins & Santos , 1991).

Apesar da sobrecarga administrativa o Prof. Ávila Martins continuou a sua missão pelas Geociências tendo participado em diversas acções no âmbito da Vulcanologia e da Oceanografia Vulcanológica colaborando, em 1980, na organização do “International symposium on the activity of oceanis volcanoes” ( M artins , 1982). O Prof. Ávila Martins mostrou-se, como sempre, aberto à cooperação com outras Instituições e ao apoio a geólogos mais jovens, tenha-se em vista a realização de estudos sobre a geologia da Ilha das Flores ( Azevedo et al. 1986 e 1991). O Professor continuou a manter um espírito aberto e uma maneira de estar na vida muito avançada relativamente ao habitual no nosso País.

Geólogo, Professor e Investigador notável e honesto, o Prof. Doutor José Ávila Martins, homem de princípios dotado de forte personalidade, constitui um exemplo a recordar e a seguir.

 
B ibliografia

(Títulos dos trabalhos publicados pelo Professor José Ávila Martins, 1957- 1991)

Teixeira, C. & J. A. Martins (1957), O granito orbicular de Midões (Oliveira do Hospital). Revista da Faculdade de Ciências de Lisboa , (2C), 6: 31-38.

Torre de Assunção, C. & J. A. Martins (1958), Sobre um filão de microgranito moscovítico da região de Tondela, Revista da Faculdade de Ciências de Lisboa , (2C), 6: 245-257.

Martins , J. A . (1959), Hematitização e alteração ferruginosa no granito das Beiras; sua relação com ocorrências de urânio . Lisboa, Junta de Energia Nuclear (Memória; 16: 1-15).

Martins , J. A. & F. Limpo-de-Faria (1959), Ocorrências uraniferas em metassedi mentos na orla de contacto do maciço granítico das Beiras nos distritos de Coimbra e Viseu . Lisboa, Junta de Energia Nuclear (Memória 17:1-43).

Teixeira, C. & J. A. Martins (1959), O silúrico de Arganil. Revista da Faculdade de Ciências de Lisboa, (2C), 7: 211-222.

Teixeira, C. & J. A. Martins (1960a), Geologia do concelho de Damão. Garcia de Orta , 8, 3: 645-650.

Teixeira, C. & J. A. Martins (1960b), Geologia do distrito de Diu. Garcia de Orta , 8, 4: 855-862.

Martins, J. A . (1961), Contribuição para o conhecimento geológico da região do Caramulo. Revista da Faculdade de Ciências de Lisboa , (2 C), 9, 2:123-227.

Martins, J. A . (1961), Ocorrência de um conglomerado no soco antigo do Ilhéu Grande, Goa. Boletim da Sociedade Geológica de Portugal , 14: 43-45.

Martins, J. A . (I 962a), Contribuição para o conhecimento das rochas quartzo-ferríferas de Goa. In Estudos Científicos Oferecidos em Homenagem ao Prof. Doutor J. Car rington da Costa . Lisboa, Junta de Inves tigações do Ultramar: 159-198.

Martins, J. A . (1962b), Os fenómenos de metamorfismo e granitização do distrito de Goa . (Tese de doutoramento). Lisboa, Faculdade de Ciências (Estudos, Ensaios e Documentos; 92:11-97).

Martins, J. A . (1962c), Notas sobre a geologia de Angola. Geologia da área de Pungo Andongo. Boletim dos Serviços de Geologia e Minas , 6:1-11.

Aires-de-Barros, L. & J. A. Martins (1963), Sobre a origem dos minérios de ferro e de manganês goeses. Revista da Faculdade de Ciências de Lisboa , (2 C), 11, 2: 225-262.

Martins, J. A. (1965-1966), Alguns aspectos geológicos do sudoeste de Angola (Área do Curoca). Boletim do Museu e Laboratório Mineralógico e Geológico da Faculdade de Ciências de Lisboa , 10, 2: 161-178.

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Machado, F., M. V Trepa, J. A. Martins, E. SILVEIRA & R. LEMOS (1980), Notícia preliminar sobre o terramoto dos Açores em 1 de Jan. de 1980. Atlântida , 25, 1: 3-9.

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Azevedo, J. M. M., M. R. Portugal- Ferreira, & J. A. Martins (1991), The emergent volcanism of Flores Island, Azores (Portugal). Arquipélago (Life and Earth Sciences), 9: 37-46.