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Dival G. Costa

A Maçonaria Força e a Maçonaria Espírito

Tema para o Gr\33
SUPREMO CONSELHO DO BRASIL DO Gr\33 PARA O REAA

“O que distingue a Maçonaria de outras associações como: clubes, igrejas, etc., é o patrimônio milenar de luta pelas causas transcendentais, acompanhadas do apostolado da fraternidade e justiça”.

FONTE:- Demo, P., Origens Bíblicas e Cristãs da Maçonaria, “O Amanhã” nº 26 – Ano V.            

Religião significa o lado institucional, burocrático, hierárquico e fé dogmática; ao passo que na Maçonaria chamamos de religiosidade ou espiritualidade. Assim, é possível ser religioso sem pertencer a uma religião. O “Princípio da Prevalência do Espírito sobre a Matéria” previsto nas Constituições da Francomaçonaria, codificadas por James Anderson em 1723, é motivo de polêmicas até o momento. O que é marcante na Maçonaria é o lastro de espiritualidade que transforma as pessoas em arautos da ética fraterna e dos bons costumes.

FONTE: – (Demo, P. – Jeito de ser Maçom – 2006).  

“A obra TIMEU, de Platão (427-347 a.C.), que na realidade, é uma condensação do pensamento pitagórico, era a antecâmara para a iniciação, cuja filosofia se estendeu à grande escola de Alexandria”.

FONTE:- Silva, G., A História do Povo Hebreu e a Maçonaria, “O Amanhã” nº 25 – Ano V.  Nossos sinais aparecem no Egito, México, China, Índia, Grécia e Roma, nos templos de Burma e nas catedrais da Europa medieval.

FONTE: - 1 – (Freemasonry and the Ancient Gods, Who was Hiram Abiff) – J.S.M. Ward.

Outros afirmam que o Egito foi o centro da iluminação espiritual para todo o mundo ocidental, através de Osíris, sábio rei do Egito, que se dedicou a civilizar o povo bárbaro; e sua esposa Ísis: Eu sou a Natureza, a mãe de todas as coisas, a soberana dos elementos, a progênie primária do tempo.

Astronomicamente Osíres representava o sol, Ísis, a lua; e Tifão, a escuridão.

Os pensadores da escola mística admitem que a Maçonaria tenha pelo menos parentesco com os antigos Mistérios, assim como entre o conhecimento ocultista aprende que Deus se revela como uma Trindade de Sabedoria, Força e Beleza, representado na Grande Loja Branca nas pessoas dos principais Oficiais.

Os Mistérios Mitraicos originaram-se na Pérsia (atual Irã) por volta do ano 29.700 a.C, e teve como sua encarnação – Zaratustra, os quais mostram certas semelhanças com nossas Lojas maçônicas. O templo era retangular, com uma plataforma levantada no extremo oriental e o teto de forma a simbolizar o firmamento.  Mitra corresponde à palavra iraniana zend, que significa Sol.

O Hinduísmo – religião que aceita como fatos verdadeiros, as origens mitológicas e as explicações cosmológicas, que constituem os seus ensinamentos - e o Bramanismo – religião que só aceita os fatos mitológicos como fundamentos de verdades espirituais específicas.

A criação do mundo, segundo o Rig Vedas, principal livro que a maçonaria hindu coloca no altar, é semelhante às concepções geradas por diferentes povos da antiguidade, inclusive a Bíblia. Para a religião hindu existe a reencarnação e, para eles, viver é sofrer, e deixar de viver é alcançar a paz eterna do Nirvana (o céu metafísico).

Em diversos Ritos Maçônicos encontramos a sobrevivência da alma e o aperfeiçoamento espiritual.

A iniciação simboliza o nascimento do Aprendiz do ponto de vista espiritual e moral, que vai ser confiado a um Mestre. (14) - Linhares, M., História da Maçonaria: Primitiva – Operativa – Especulativa, Ed. Maçônica “A Trolha” 2ª Edição – 1997.

A influência mais palpável na Simbologia e Ritualística Maçônica é proveniente dos Mistérios Hebraicos. A história hebraica inicia-se com Abraão, que teria deixado a cidade de Ur, depois se estabelece em Canaã, após algum tempo emigrara para o Egito. Instala-se no Vale do Nilo, por volta de 1.700 a.C. Por volta de 1.300 a C., deixam o Egito, sob o comando de Moisés, libertando-o da escravidão. Os judeus denominam a legislação de Moisés de Tora.

Em sua peregrinação reunia-se em tendas, uma das quais servia de Tabernáculo, guarnecido por um candelabro de sete velas, onde eram guardados a Tábua da Lei e o Inefável Nome. O sarcófago encontrado na Câmara dos Reis na Pirâmide de Khéops tem a sua capacidade cúbica equivalente a 7 milésimos à Arca da Aliança, feita por Moisés; e a do Mar de Bronze, construído por Hiram Abif, para o Templo de Salomão. Sabe-se que na Ásia Menor, antes da construção do Templo de Salomão, havia uma sociedade de arquitetos denominada Fraternidade de Artesãos Dionisianos. Reunia-se em Lojas, dirigidas por um Mestre e vários Vigilantes.

No ano de 1.013 a.C. Hiram, rei de Tiro, mantinha estreita amizade e aliança com Salomão e ofereceu madeira, ouro e prata necessária à construção e adorno do Templo, pondo à disposição os Obreiros sob a chefia de Hiram Abif (14).

A Cabala não contém apenas uma tradição oral, mas a interpretação dos símbolos contidos no Gênese, nas Profecias, nos Provérbios, enfim, no Texto sagrado.

Diz-se que O Livro da Formação contém todos os segredos do universo, apesar de ter somente algumas poucas páginas.

No segundo Século (E.C.), o místico e cabalista Rabi Shimon bar Yochai revelou um conhecimento muito mais extenso a respeito de Cabala, chamado Zohar. Obra espiritual, que explicava todos os segredos contidos no Livro da Formação.

Numa época em que a ciência determinava que o mundo fosse plano, o Zohar descreve nosso planeta como sendo esférico, com pessoas vivendo o dia e a noite em zonas do tempo diferentes.

O Zohar descreve o momento da criação como a explosão de um Big Bang. Fala de um universo que existe em dez dimensões. Explora a noção de universos paralelos.

Essas especulações eram heréticas e assustadoras. Rabi Shimon diz que o Zohar é mais do que um livro de segredos e sabedoria espiritual. A Luz espiritual do Zohar pode iluminar as mentes dos homens para os mistérios ocultos do cosmos.

O grande sábio Yochai afirmou que chegaria um dia em que até uma criança de seis anos seria capaz de penetrar na sabedoria espiritual da Cabala. Mas até que chegasse essa época, os manuscritos do Zohar tinham que permanecer ocultos durante 1.200 anos, começando a partir da época da destruição do Templo Sagrado no ano 70 (E.C.).

O obscurantismo da Luz espiritual do Zohar coincide com a Idade das Trevas, uma época em que todos os aspectos da civilização, incluindo a educação, a ciência e as comunicações estiveram em severo declínio.

No século XIII o grande cabalista espanhol Moisés Deleon fez uma descoberta notável ao encontrar os manuscritos do Zohar numa caverna em Israel, no ano de 1.270 (E.C.). Por volta de 1.275 (E.C.), o conhecido filósofo Roger Bacon previu um futuro no quais navios viajariam por baixo da água, máquinas voariam pelo céu e barcos navegariam sem velas ou remos. Soava demais como misticismo para as pessoas que viviam naquela geração, e Roger Bacon foi logo aprisionado por heresia.

Tempos depois, Nicholas Oresme, filósofo, economista, matemático, físico e um dos principais fundadores da ciência moderna, ensinava a respeito do movimento da Terra, duzentos anos antes de Copérnico. Ele escreveu sobre a natureza, a reflexão e a velocidade da luz – conceitos explorados extensamente pelo Zohar.

No século XVII a Cabala exerceu profunda influência sobre muitos dos grandes cientistas e matemáticos, contribuindo para maior desenvolvimento cultural e científico do ocidente. O grande matemático Leibniz inventou o cálculo ao mesmo tempo em que Sir Isaac Newton, principal responsável pela revolução científica e pelo começo da Era de Iluminação, e é bem provável que Galileu, Descartes, Platão e Copérnico também tenham sido expostos ao conhecimento da Cabala.

No início do século XX o cabalista Rav Yehuda Ashlag, decifrou os escritos de Isaac Luria (Ari) e os textos do Zohar. A partir de então a sabedoria da Cabala ficou mais acessível do que em qualquer época anterior, o que não agradou a certas facções da comunidade religiosa. Rav Ashlag se aprofundou na Cabala Luriânica com fervor devotado, esclarecendo muitos segredos, como os conceitos sobre relatividade, viagem espacial, cura, universos paralelos e assuntos que afetam o bem-estar da humanidade codificado dentro do Zohar.

Princípios Cabalísticos
- Um mundo de ordem e perfeição absoluta e de LUZ espiritual;
- Um âmbito de ação, ao invés de reação a acontecimentos externos;
- A fonte, a semente e a origem oculta do mundo físico;
- Um mundo de plenitude total, de conhecimento infinito e de alegria eterna;
- Uma dimensão na qual podemos iniciar mudança positiva e duradoura, mudança permanente que se manifesta também em nosso mundo.

FONTES:
 – Bension, Ariel – O ZOHAR, O Livro do Esplendor, Polar – S. Paulo, 2006
 – Dion Fortune – A Cabala Mística, Ed. Pensamento, 1993.
 – Eliphas, Levi – As Origens da Cabala, Ed. Pensamento AS.
 – Parfitt , Will – Elementos da Cabala, Ediouro, 1993
 – Reisler, Leo – ABC da Cabala, Ed. Nórdica – 3ª Ed. – 1991.

Mistérios Druídicos - Floresceu na Irlanda, veio originariamente da Grécia, através da Escandinávia. O método druídico de instrução era por símbolos, enigmas e alegorias, e que eles ensinavam oralmente, considerando ilícito confiar seus conhecimentos à escrita. Suas doutrinas se assemelhavam às de Pitágoras, incluindo a reencarnação e a existência de um Ser Supremo. Admite-se que seria um dos ramos da mesma árvore de nossa maçonaria.

Cavaleiros Templários -

FONTES:

- http://www.terra.com.br/planetanaweb/flash/transcendendo/regilião/cavaleiros.

 – Carvalho Jr, A., Os Templários; Obras Premiadas V, 2000 – Gráfica e Editora Boa Vista Ltda.

A fundação da Ordem se deu em 1118 com Hugh de Payen e André de Montbard, junto com sete companheiros, se apresentaram ao Rei Balduíno I de Jerusalém. A nova ordem fez votos de pobreza pessoal, de obediência e de castidade e jurou manter todo seu patrimônio em comum. Construíram, em menos de 200 anos, um império econômico sem igual na Idade Média.

Os primeiros Templários passaram nove anos na Terra Santa, em cima dos estábulos onde outrora foi o antigo Templo de Salomão, com a finalidade de proteger as perigosas rotas entre Jaffa e Jerusalém, de todos os bandidos e saqueadores dos peregrinos. Desde sua fundação até a queda, os Templários exerceram influência e grande poder na Terra Prometida, tornando-se uma das forças militares mais importantes do Reino de Jerusalém.

À medida que a Ordem crescia em prestígio, suas finanças também aumentavam vertiginosamente devido à adesão da aristocracia européia, ao doar suas propriedades, acreditando em garantir a salvação de sua alma. Em cem anos, já haviam desenvolvido um precursor medieval dos conglomerados multinacionais. Eram os mais ricos de que qualquer reino europeu, tanto em bens, quanto em tecnologias e idéias. As clássicas igrejas templárias inspiradas no design da Igreja do Santo Sepulcro, em Jerusalém, influenciaram a construção de muitas catedrais européias, como a de Chartres, na França.

Enquanto cresciam em poder, surgiam inimigos ardilosos, como o rei Felipe IV, o Belo, da França (1268-1314). Um dos monarcas mais endividados com os Templários, Felipe tinha ressentimentos, pois sua candidatura para cavaleiro da Ordem fora recusada. Com a eleição do papa Clement V, francês, após a morte misteriosa de dois papas inimigos do rei Felipe, a Ordem foi dominada pela Inquisição e, em 13 de outubro de 1307, Jacques de Molay, Grande Mestre dos Templários, e 60 dos mais importantes cavaleiros foram presos em Paris. Simultaneamente milhares de cavaleiros foram presos e torturados por vários anos em todo território francês.

Em 14 de março de 1314, após renegar todas as confissões sob tortura, Jacques de Molay foi queimado vivo em público.

Os cavaleiros alemães da Ordem se juntaram aos Cavaleiros Hospitaleiros e aos Cavaleiros Teutônicos, que receberam os bens dos Templários.

Em Portugal os Templários mudaram seu nome para Cavaleiros de Cristo e continuaram tendo apoio real. O Príncipe Henrique, o Navegador, era Grande Mestre da Ordem rebatizada, assim como Vasco da Gama pertencia à nova Ordem.

Muitos maçons reivindicam para si uma conexão com os Templários, mas se trata de apropriação indébita, pois a Igreja, da qual os Templários eram militantes fervorosos, sempre combateu a maçonaria. Não tem nada que ver com maçonaria foi uma “tradição inventada” por Ramsay para cooptar os nobres franceses que não iriam ingressar numa ordem de “trabalhadores”.

Os Irmãos da Rosa-Cruz

Foi em 1614 que a Ordem da Rosa-Cruz se tornou conhecida pela primeira vez na Europa, através da Fama Fraternitatis, que contém uma descrição da vida de Christian Rosenkreutz (nascido em 1378 d.C.).

Visa conservar um significado místico e alegórico, semelhante a todas as histórias tradicionais das escolas místicas, especialmente com os Mistérios do Egito.

O Clube do Fogo e do Inferno (Hell-Fire Club)

Fundado no ano de 1719, na Inglaterra pelo Duque de Wharton (1698-1731), um aristocrata e proeminente político Whig* e Maçom, pois foi o sexto Grão-Mestre da Grande Loja de Londres. Ligado à causa jacobita (Jaime II), rei católico da dinastia Stuart deposto em 1688. Durante a Cerimônia de Instalação na Grande Loja, a orquestra tocou um hino jacobita – “Let the King Enjoy His Own Again”. Wharton termina seus últimos anos de vida viajando para Viena, tentando persuadir os austríacos habsburgos a invadir a Inglaterra para reentronizar os Stuarts. Termina seus dias, na maior penúria, num mosteiro franciscano em Madri, após fundar a primeira Loja Maçônica na Espanha.

A segunda fase do Clube do Fogo do Inferno tem como seu expoente máximo Sir Francis Dashwood, que nasceu em 1708 e era proveniente de uma linhagem de ricos mercadores “turcos” que se infiltraram na nobreza inglesa por meio de casamentos, dinheiro e política. A tradição assegura que o Clube do Fogo do Inferno de Dashwood se reunia originalmente em Londres na Taverna “Jorge e o Abutre”, locais onde as Lojas se reuniam, pois inexistiam ainda os Templos Maçônicos.

Considerado como o “Clube dos Cafajestes” reunindo a aristocracia inglesa, numa conspiração de jacobitas para recolocar os Stuarts no trono da Inglaterra.

Hipólito José da Costa Pereira Furtado de Mendonça – nasceu na antiga Colônia do Sacramento em 25/03/1774. Cursou as primeiras letras em Porto Alegre. Aos 18 anos de idade (1792), matriculou-se na Faculdade de Matemática e na Faculdade de Filosofia da Universidade de Coimbra. No ano seguinte, ingressou na Faculdade de Direito, onde se formou em 05/06/1798. Embarcou na corveta William em outubro, chegando à Filadélfia, após 59 dias, onde freqüentou os meios profanos e maçônicos. Tudo leva a crer que teria sido Iniciado Maçom no dia 12 de março de 1799, na Loja “George Washington nº 59”, aos 25 anos de idade.

A missão de Hipólito nos Estados Unidos era de espionagens, incluindo os métodos de exploração de minas de ouro e prata no México. Escreveu três monografias e seis cadernos de observações que foram entregues pessoalmente a D. Rodrigo. Alguns relatórios ficaram esquecidos por mais de 150 anos e foram recuperados na biblioteca de Évora por Alceu de Amoroso Lima em 1955 e publicado pela Academia Brasileira de Letras. Na sua missão aos Estados Unidos e Canadá, escreveu sobre o bicho-da-seda, o método de construir pontes de madeira, de um só arco, a febre amarela, a higiene pública, as causas de doenças endêmicas e a força naval americana.

Em 1º de janeiro de 1799 foi apresentado ao Presidente John Adams, apreciando a simplicidade com que esse tratava as pessoas, tão diferente da etiqueta da monarquia portuguesa. Um diplomata espanhol de nome Hipólito o apresentou a Thomas Jefferson, tendo, inclusive, jantado ambos na casa deste, na Filadélfia. O seu círculo de relações políticas incluía, ainda, as relações oficiais com Timothy Pickering, secretário de Estado; Oliver Walcott, que sucedeu Alexander Hamilton, como secretário do Tesouro americano. Hipólito escreveu um Diário durante sua estada na América do Norte, porém, jamais tocou no assunto sobre sua Iniciação em 12/03/1799 na Loja “George Washington”, com receio da Inquisição que perseguia os pedreiros-livres em Portugal. Os arquivos referentes ao ano de 1799 daquela Loja não mais podem ser consultados, pois, lamentavelmente, um incêndio os destruiu em 1829.

Hipólito retornou a Portugal no final de 1800. Lá, D. Rodrigo de Souza, que era ligado ao partido inglês, tinha fundado a Casa Literária do Arco do Cego, uma tipografia que, suprimida em 7 de dezembro de 1801, foi incorporada à Imprensa Régia. Hipólito, como diretor literário nomeado desta Imprensa, decidia o que seria publicado, revisava os textos e publicava artigos diversos.

Em abril de 1802, D. Rodrigo, então ministro da Marinha e Ultramar, mandou-o a Londres para comprar livros, destinados à Biblioteca Pública e máquinas para a Imprensa Régia. A ida a Londres também possuía outro objetivo: estabelecer contato com e reconhecimento da Maçonaria inglesa no tocante à sua congênere portuguesa. Em 12 de maio de 1802, foi recebido às portas da Premier Grande Loja, como plenipotenciário de quatro Lojas portuguesas que desejavam erigir uma Grande Loja Nacional em perfeita amizade com a Grande Loja dos Modernos. No final de junho de 1802, ao regressar a Lisboa, foi preso pelo chefe de polícia, no sentido de procurar insígnias ou papeis que comprometessem o brasileiro. Colocado em segredo na cadeia do Limoeiro, nela permaneceu seis meses, sendo, depois, transferido para os cárceres da inquisição, de onde seria arrancado, depois de três anos, pela Maçonaria, com a compra de guardas e a intervenção dos Irmãos José Liberato e Ferrão.

Ao sair da prisão, Hipólito refugiou-se na casa do Irmão Barradas e no convento de São Vicente de Fora, para ser, depois, entregue aos cuidados dos Irmãos Rodrigo Pinto Guedes e José Aleixo Falcão. Somente depois de um ano, em 1805, é que conseguira escapar para o Alentejo, como criado do Irmão desembargador Filipe Ferreira. Posteriormente alcançou a Espanha, dirigindo-se, depois, à Inglaterra, onde acabou vivendo 18 anos até a sua morte em 1823. Lá radicado, exerceu as funções de professor, tradutor, jornalista, impressor além de ativista político e maçônico.

Em Londres, participou de várias Lojas Maçônicas, dentre elas a Antiquity, cujo Venerável Mestre era o Duque de Sussex. Chegou a ser Mestre Adjunto (Deputy Master) – 1812/13, quando o Duque era Venerável, ou seja, na ausência do duque presidia as Sessões. O duque de Sussex exerceu imensa influência sobre os destinos da Maçonaria em seu tempo de Grão-Mestrado e teve como seu secretário particular o “nosso” Hipólito, que também participou ativamente, até a sua morte em 1823, de todos os mais íntimos segredos da fusão maçônica de 1813.

John Hammil chega a dizer que: “H.J. da Costa, um homem de grande importância na história da Independência e da cultura do Brasil, e como se descobriu recentemente, de não menos importância no desenvolvimento de nossos Rituais imediatamente antes e depois da União de 1813”(AQC, 92:50).

Hipólito era tão íntimo do duque que chegou a ser nomeado por ele Secretário para Assuntos Estrangeiros da Freemanson’s Hall, Presidente do Conselho de Finanças da Grande Loja de 1813 até a sua morte em 1823 e Grão-Mestre Provincial de Ruthland, apesar da inexistência de Lojas nessa província. O duque foi padrinho de seu casamento em 1817 e liderou uma petição para a construção de um monumento em sua homenagem a ser construído na Igreja de Hurley em Maidenhead. HJC era membro ativo do Royal Arch e acredita-se que tenha sido Exaltado numa Loja ligada aos Antigos. Em 1819, o Supremo Conselho de França para o R\E\A\A\ conferiu, por patente, o Grau 33 para ele e o duque.

Em 1955, Gastão Nothmann, a pedido do biógrafo de Hipólito, Carlos Rizzini, descobriu o túmulo de HJC na Igreja de St. Mary, na paróquia de Hurley, Berkshire, perto de Londres e onde existem duas lápides: Uma com os seguintes dizeres da autoria do duque de Sussex e mandada colocar pelo próprio:

À sagrada memória do Comendador Hipólito José da Costa que faleceu no dia 11 de setembro de 1823 com a idade de 46 anos. Um homem distinto pelo vigor de sua inteligência e seu conhecimento na ciência e na literatura quanto pela integridade de suas maneiras e caráter. Descendia de uma nobre família no Brasil, e neste país residiu nos últimos 18 anos, durante os quais produziu numerosos e valiosos escritos que difundiu entre os habitantes desse vasto Império pelo gosto de úteis conhecimentos, com amor pelas artes que embelezam a vida e amor pelas liberdades constitucionais fundadas na obediência às leis salutares e nos princípios de mútua benevolência e boa vontade. Um amigo que conhecia e admirava suas virtudes e que as registra para o bem da posteridade.

A outra dos familiares:

Sob esta lápide estão depositados os restos do corpo do Comendador Hipólito José da Costa, Encarregado dos Negócios do Imperador do Brasil, que faleceu no dia 11 de setembro de 1823, com a idade de 46 anos.

Uma de suas importantes obras foi a criação em 1808, do CORREIO BRAZILIENSE, ou ARMAZÉM LITERÁRIO, cuja publicação só seria interrompida em 1823 e que chegou a ter uma tiragem de 1.000 exemplares em média.

Graças à saga do Correio Braziliense, HJC passou à História como “O PATRIARCA DA IMPRENSA BRASILEIRA e habita a memória nacional como uma de suas mais luzentes figuras.

JOSÉ BONIFÁCIO DE ANDRADA E SILVA

Um dos maiores vultos no movimento de emancipação e preservação da unidade nacional brasileira foi, sem sombra de dúvidas, JOSÉ BONIFÁCIO DE ANDRADA E SILVA, embora muitos “pesquisadores” tenham publicado obras tendenciosas com o objetivo de enaltecer a obra de Joaquim Gonçalves Ledo, em detrimento dos valores político, científico e moral de José Bonifácio – O Patriarca da Independência – verdadeiro herói nacional.

José Bonifácio nasceu em Santos, província de São Paulo, a 13 de junho de 1763. Aos 20 anos de idade se matriculou na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, onde fez também os cursos de Matemática e Filosofia Natural. Defendia a liberdade e a tolerância, mas não admitia um governo exercido pelo povo inculto.

Inteligente, culto e poliglota, falando e escrevendo, correntemente, latim, grego, francês, inglês e alemão, adquiriu conhecimentos de Mineralogia, considerado o Mestre da Ciência, pelo cientista alemão Humboldt, foi o primeiro catedrático de Metalurgia da Universidade de Coimbra (1801) e pertenceu a diversas entidades científicas européias.

Em 1819, aos 56 anos de idade, regressou ao Brasil, iniciando a sua fase de atuação política, contribuindo para a independência do Brasil.

Vice-presidente da Junta Governativa de São Paulo (1821) e ministro todo-poderoso do Reino e de Estrangeiros (Interior e Exterior). Em janeiro de 1822, sete dias depois do episódio do FICO, quando D. Pedro resolveu ficar no Brasil, desobedecendo às ordens das Cortes, para regressar à Europa, a princesa Leopoldina juntamente com José Bonifácio, serviram de baluarte na condução política seguida por D. Pedro.

Nos dias que antecederam a independência, ele era o Grão-Mestre do Grande Oriente do Brasil, o qual ajudara a fundar a 17 de junho de 1822; voltando a dirigi-la, quando de sua reinstalação, após a abdicação de D. Pedro I, em 1831.           

Em 1823, quando do fechamento da Assembléia Nacional Constituinte pelo imperador, José Bonifácio foi preso e deportado para a França, onde ficaria até 1829, voltando à sua cidade de Santos.

As idéias avançadas para a época levantavam os protestos das classes conservadoras ligadas a Gonçalves Ledo, José Clemente Pereira, Januário da Cunha Barbosa, Domingos Alves Branco e outros.

Ledo e seus sequazes ambicionavam o poder junto ao príncipe e conquistar o prestígio que José Bonifácio desfrutava junto a ele.

Preparou um golpe, em sessão particular da Gr\L\para que D. Pedro assumisse o Grão-Mestrado, sem avisar a José Bonifácio.

No dia 14 de setembro de 1822, durante a posse de D. Pedro no Grão-Mestrado, o discurso de Domingos Alves Branco foi uma crítica direta ao grupo de José Bonifácio.

Atacado, violentamente, pelos seus detratores e inimigos, encastelados no Grande Oriente, sob o comando de Ledo, José Bonifácio esperava, depois da independência, um passo em falso deles, para atacá-los. Isso aconteceu, quando soube que Clemente Pereira, Nóbrega e Ledo haviam exigido, do imperador, três assinaturas em branco e o prévio juramento à Constituição que a Assembléia Constituinte aprovasse.

José Bonifácio se aproveitou disso, para instigar D. Pedro a fechar o Grande Oriente, a 25 de outubro de 1822. Em conseqüência, Clemente Pereira, Alves Branco e outros foram deportados, sendo que Ledo solicitava passaporte para se retirar para Inglaterra, mas na realidade, fugiu para Argentina.

A coroação do imperador D. Pedro ocorreu em 1º de dezembro de 1822; ao mesmo tempo, começou a preparar um programa de governo e a elaborar o projeto de Constituição, cuja Assembléia Nacional Constituinte se instalara a três de maio de 1823.

Em face da oposição à reforma agrária, à causa da escravatura e, principalmente a inimizade de Domitila de Castro (futura marquesa de Santos), amante do imperador, forçou a demissão de José Bonifácio a 15 de julho de 1823.

Essa Constituinte foi dissolvida por D. Pedro I em 12 de novembro de 1823. Na ocasião foram presos os três Andradas (José Bonifácio, Antônio Carlos e Martim Francisco), além de Francisco Gê de Acaiaba Montezuma (futuro visconde de Jequitinhonha e fundador do Supremo Conselho do Rito Escocês para o Brasil, em 1832), Belchior Pinheiro e José Joaquim da Rocha e os dois irmãos Menezes de Drumond, foram, depois, deportados para a França.

Em 1824, D. Pedro havia declarado que José Bonifácio era “perfeitamente inocente”, embora não o tivesse chamado de volta. Somente em julho de 1829 ele conseguiu voltar ao Brasil, com 66 anos de idade e, tendo enviuvado nesse mesmo ano.

Em 7 de abril de 1831 o imperador abdicou do trono e nomeou-o tutor dos filhos, principalmente aquele que viria a ser o imperador, D. Pedro II, com um decreto:

Tendo refletido sobre a posição política deste Império, conhecendo quando se faz necessária a minha abdicação e não desejando nada neste mundo senão glória para mim e felicidade para a minha pátria: hei por bem, usando do direito que a Constituição me concede no capítulo 5º, artigo 130, nomear, como por este meu imperial decreto nomeio, tutor de meus amados e prezados filhos ao muito probo, honrado e patriótico cidadão José Bonifácio de Andrada e Silva, meu verdadeiro amigo”.

Temendo que José Bonifácio recusasse esse encargo, como já recusara o título de Marquês, em 1822, D. Pedro escreve-lhe, insistindo:

Amicus certus in re incerta cernitur”.

“É chegada a ocasião de me dar mais uma prova de amizade, tomando conta da educação de meu muito amado e prezado filho, seu imperador. Eu delego, em tão patriótico cidadão, a tutoria de meu querido filho e espero que, educado naqueles sentimentos de honra e patriotismo com que devem ser educados todos os soberanos, para serem dignos de reinar, ele venha um dia a fazer a fortuna do Brasil, de que me retiro saudoso. Eu espero que me faça este obséquio, acreditando que, a não mo fazer, eu viverei sempre atormentado”. Seu amigo constante, Pedro.

Destituído da tutoria em 1833, ele pregava a união brasílico-lusa de países autônomos e não admitia a escravidão dos negros. Foi o primeiro a pugnar por uma reforma agrária de base.

LUÍS ALVES DE LIMA E SILVA – O DUQUE DE CAXIAS

Nasceu a 25 de agosto de 1803, na fazenda de Taquaru, próxima à vila de Porto de Estrela, onde hoje é o Parque Histórico Duque de Caxias, no município de Duque de Caxias, Estado do Rio de Janeiro. Seus ascendentes, todos militares e políticos, desempenharam funções de relevo na vida pública do país, fator este, provavelmente, de grande influência na trajetória de sua carreira.

A carreira militar de Luís Alves de Lima e Silva iniciou-se aos cinco anos de idade, quando foi titulado Cadete de 1ª classe, no 1º Regimento de Infantaria de Linha do Rio de Janeiro, em cumprimento ao Aviso de 20 de novembro de 1808, época em que a Família Real Portuguesa transfere-se para o Brasil. Cursou, com distinção, a Academia Real Militar durante o período de 1818 a 1821, tendo dedicado especial atenção à engenharia militar, cujo proveito se mostrou evidente nos campos de batalha.

Com a Proclamação da Independência do Brasil, D. Pedro organiza, pessoalmente, em outubro de 1822, no Campo de Sant’Ana, a Imperial Guarda de Honra e o Batalhão do Imperador, tropa de elite, integrada pelos melhores homens, cabendo ao Tenente Luís Alves de Lima e Silva receber, na Capela Imperial, das mãos do Imperador D. Pedro I, a bandeira do Império recém-criada. Em 1823, o jovem tenente marchou para a Província da Bahia, como ajudante do Batalhão do Imperador, para expelir as tropas portuguesas, comandadas pelo General Madeira de Mello, que se opunham à Independência do Brasil. Em sua primeira experiência de combate, deu mostras de sua bravura ao lançar-se, impetuosamente, com sua espada desembainhada, à testa de sua companhia, ao assalto de uma casa forte guarnecida por caçadores portugueses. Tomados pelo exemplo daquele jovem oficial, seus comandados investiram com coragem e determinação, conquistando o objetivo. Sua conduta lhe valeu, como justa recompensa, o “Hábito do Cruzeiro”, conferido pelo Governo e considerado, na época, a mais alta distinção militar. Esta foi a condecoração de que mais se orgulhou Caxias, em toda a sua carreira. Ao retornar para o Rio, Caxias é promovido ao posto de capitão, com apenas vinte anos de idade.

Em 1824 explode a revolução pernambucana, trazendo as maiores inquietações à Corte. O Imperador precisa de um general enérgico e, ao mesmo tempo, de tato político, que vá acabar quanto antes com a Confederação do Equador.

D. Pedro I quer que o general leve tudo a ferro e fogo. Para a Corte a Confederação do Equador não passa de um simples movimento armado, sem maiores conseqüências e sem a menor expressão. Para o General Lima e Silva o fato merece cuidados especiais e deve ser julgado como um crime político e combatido e punido de maneira correlata.

De regresso de Pernambuco, a 2 de dezembro de 1825, no Paço de S. Cristóvão, como veador da Imperatriz Leopoldina, cabe ao brigadeiro apresentar em seus braços à Corte aquele que mais tarde será o Imperador D. Pedro II, nascido nesse dia. (Carvalho, Affonso de, CAXIAS – Editora Biblioteca do Exército, 1976).

Enviado para Montevidéu, em razão da revolta da Província Cisplatina, em 1825, deu outros exemplos de bravura. Em uma de suas ações audaciosas, liderando um grupo de militares, atravessou a cavalo as linhas inimigas e apoderou-se de um navio corsário guarnecido por cerca de cinqüenta homens que zombavam, acintosamente, das armas imperiais.

Em outra surtida fulminante, saiu de Montevidéu durante a noite e, numa ação rápida sobre uma linha de postos avançados inimigos, fez mais de trinta prisioneiros. Pela coragem demonstrada, o fato foi citado em Ordem do Dia.

Cessada a guerra com aquela Província, em virtude do tratado de paz firmado com o governo argentino, retornou ao Rio de Janeiro, tendo sido promovido a major e assumido o comando do Batalhão do Imperador até a abdicação de D. Pedro I, em 1831.

Após a constituição da regência trina provisória, da qual seu pai fazia parte, passou a defender o novo governo, combatendo eficazmente os diversos movimentos que irromperam no Brasil. Colaborou, também, com o ministro da Justiça Diogo Antonio Feijó, depois regente, e atuou de maneira decisiva na sufocação da Abrilada, em 1832, período de desenfreada anarquia no Rio de Janeiro.

Naquele período, em contraste com os diversos motins ocorridos e apesar do envolvimento da maioria dos oficiais com grupo políticos, Caxias era visto como um soldado que nunca se revoltava. Sua participação na Bahia e na Cisplatina, além de sua brilhante passagem pelo Batalhão do Imperador, revelaram o seu equilíbrio e um rígido espírito de lealdade e disciplina. Diante da crise de confiança que assolava o País, inclusive o Exército, considerado um conglomerado que reunia homens díspares e heterogêneos, foi criado, em 1831, o Batalhão Sagrado, formado somente por oficiais cuidadosamente selecionados. O General João Manuel de Moraes foi escolhido comandante e o Major Caxias seu segundo comandante, apesar de se terem alistados vários generais. O Batalhão Sagrado foi dissolvido em 1833.

Iniciada a revolta dos Balaios, no Maranhão, em 1839, foi promovido a Coronel e nomeado, por seu descortino administrativo e elevado espírito disciplinador, Presidente da Província do Maranhão e Comandante das Forças Imperiais, de modo que as providências civis e militares emanassem de uma única autoridade. Sua atuação destacada na derrota dos balaios, trazendo a pacificação das províncias do Maranhão e do Piauí, permitiu que lhe fosse conferido o título de Barão de Caxias, em 1841.

Em 1842, foi nomeado Comandante das Armas da Corte e, no mesmo ano, eleito, por unanimidade, deputado-geral pela Província do Maranhão. No entanto, praticamente não exerceu o mandato em razão da dissolução da Câmara alguns dias após sua posse. Porém, ao romper a revolução liberal em São Paulo e em Minas Gerais, foi nomeado Comandante-em- Chefe das Forças em operações naquelas províncias, pois D. Pedro II temia que o movimento se alastrasse e pudesse se fundir com a Revolta Farroupilha, que ocorria no sul.

Farrapos

A revolução Farroupilha, ou Guerra dos Farrapos, estendeu-se por dez anos, entre 1835 e 1845, no Rio Grande do Sul, constituindo-se na mais longa revolução da história do Brasil. Combatentes gaúchos esfarrapados deram o nome ao movimento que representou, na época do Império, séria ameaça à integridade territorial do País.

Estancieiros liberais separatistas, conhecidos como chimangos, vislumbravam a possibilidade de criar um estado republicano e, para atingir tal objetivo com o apoio das camadas populares, opuseram-se aos adeptos da monarquia, chamados de caramurus. Tendo como mentor intelectual o jornalista Tito Lívio Zambeccari, carbonário italiano exilado, e chefiada por Bento Gonçalves da Silva, a Revolução Autonomista foi desencadeada em reação à pesada taxação imposta ao charque e aos couros e à suspensão do pagamento das dívidas do Governo Imperial. A revolta eclodiu em setembro de 1835, quando os revolucionários, entre outras vitórias, tomaram Porto Alegre e expulsaram as autoridades legais.

Um ano após, proclamaram um estado republicano, denominado República de Piratini ou Farroupilha, que pretendia constituir uma federação com as províncias brasileiras que a ela aderissem.

As lutas prosseguiam e os farroupilhas conquistavam novas vitórias em Rio Pardo e Caçapava, em 1837, estendendo-se à Santa Catarina. Lá, os revoltosos proclamaram, em 22 de julho de 1839, em Laguna, a República Juliana, de curta duração. Mais de dez Presidentes de Província e Generais sucederam-se desde o início da luta, porém sem êxito. As forças governamentais aumentaram a pressão a partir de 1840, mas só em 1842, com a nomeação de Luís Alves de Lima e Silva, barão de Caxias, para Presidente da Província e Comandante das Tropas Imperiais, foi selada a sorte dos rebeldes.

Logo ao chegar a Porto Alegre, Caxias fez um apelo aos sentimentos patrióticos dos insurretos:

Lembrai-vos que a poucos passos de vós está o inimigo de todos nós — o inimigo de nossa raça e de tradição. Não pode tardar que nos meçamos com os soldados de Oribe e Rosas; guardemos para então as nossas espadas e o nosso sangue. Abracemo-nos para marcharmos, não peito a peito, mas ombro a ombro, em defesa da Pátria, que é a nossa mãe comum”.

Porém, os rebeldes, reforçados pelo pacto firmado em Quaraí com o general-chefe do Exército uruguaio, José Fructuoso Rivera, ainda conseguiram importantes vitórias em 1843, mas acabaram neutralizados pelos êxitos de Caxias, no ano seguinte. Concretizada a vitória, Caxias cuidou de atender algumas das mais urgentes reivindicações republicanas dos revolucionários, concernentes à instrução pública e às comunicações terrestres. Em fevereiro de 1845, Bento Gonçalves se dispôs a negociar o armistício. Um conselho de guerra farroupilha aceitou as condições propostas pelo Governo Imperial.

Ao ver assegurado o domínio da situação, ofereceu imediatamente a paz aos adversários, em condições honrosas, insistindo na necessidade de fortalecer a união nacional em razão das ameaças externas.

Escolhido pelo Imperador, para senador pelo Rio Grande do Sul, em 1º de agosto de 1845, teve a oportunidade de exercer o mandato juntamente com o pai.

Em 1851, é nomeado Comandante-em-Chefe das Forças no Sul para atuar na campanha contra o ditador argentino Juan Manuel Rosas e seu aliado uruguaio Manuel Oribe. Fixando-se em Montevidéu, Caxias executou seu plano militar simultaneamente às ações diplomáticas desencadeadas pelo plenipotenciário brasileiro Honório Hermeto Carneiro Leão, depois Marquês do Paraná. Após o final da campanha, é promovido a tenente-general e passa a ocupar importantes funções, como a de Ministro e Secretário de Estado dos Negócios da Guerra e Presidente do Conselho de Ministros. Foi elevado a marquês em 1862 e, no mesmo ano, atingiu o posto de Marechal do Exército.

Guerra da Tríplice Aliança

Maior conflito armado ocorrido na América do Sul, a guerra do Paraguai, transcorrida entre 1864 e 1870, foi o desfecho inevitável das lutas travadas durante quase dois séculos entre Portugal e Espanha e, depois, entre Brasil e as repúblicas hispano-americanas pela hegemonia na região do Prata.

Na época do conflito, o Império do Brasil emergia como a nação mais influente e bem organizada da América do Sul, cuja posição havia sido fortalecida no continente após o período de lutas contra Rosas e Oribe.

O marechal paraguaio Francisco Solano López, que sucedera ao pai no poder no momento em que arrefecera a rivalidade entre a Argentina e o Brasil, pretendia tornar o Paraguai uma potência platina, capaz de competir igualmente com a Argentina e o Brasil, os dois pólos de poder do continente.

Sob a alegação de que ações diplomáticas de seus vizinhos prejudicavam seu comércio e traziam ameaças à integridade e à soberania de seu país, López desejava criar uma confederação das populações hispânicas do interior, reunindo o Paraguai, as províncias argentinas de Entre Ríos e Corrientes, o Uruguai, o Rio Grande do Sul e a parte meridional do Mato Grosso.

Diante da inviabilidade de seu plano por meios diplomáticos, López preparou sua nação para a guerra e, já em 1864, em flagrante contradição com os recursos de que dispunha, o Paraguai surgia como a principal potência militar do Prata. A captura do navio mercante brasileiro Marquês de Olinda, que subia o rio Paraguai, deu início ao confronto. Outras ações se sucederam, com a invasão da província de Mato Grosso, onde foram dominados: o Forte Coimbra, Albuquerque, Corumbá, Dourados, Nioaque, Miranda e, por último, Coxim, em abril de 1865. López visava iludir o Exército Brasileiro no norte do Paraguai para decidir a guerra no sul.

Com a recusa do presidente argentino Bartolomeu Mitre de autorizar que tropas paraguaias cruzassem seu território para atuar no sul do Brasil, López declarou guerra à Argentina. A conseqüência imediata foi a formação, em 1º de maio de 1865, da Tríplice Aliança, que reunia o Brasil, a Argentina e o Uruguai. Uma expedição de cerca de 2.500 homens partiu para combater os invasores em Mato Grosso. Porém, a tropa desgastada só atingiu as regiões atacadas quando as mesmas já estavam abandonadas. Rumando, a seguir, para o território paraguaio, foi rechaçada pelo inimigo em Laguna, sendo perseguida e obrigada a recuar, ação que ficou conhecida como a “Retirada da Laguna”.

Em Tuiuti, ocorreu a mais sangrenta batalha já realizada na América do Sul, mas as tropas aliadas conquistaram expressiva vitória, apesar de inicialmente surpreendidas por um ataque paraguaio. A expressiva vitória da esquadra brasileira, comandada por Francisco Manuel Barroso da Silva, em 11 de junho de 1865, na Batalha do Riachuelo, mudou os rumos da guerra, pois impediu o avanço de López, obrigando-lhe a recorrer, a partir de então, à defensiva. Simultaneamente, as tropas imperiais repeliam o exército paraguaio que invadira o Rio Grande do Sul. Com a rendição de Estigarribia, comandante paraguaio, as forças aliadas partiram para a ofensiva.

Com o apoio da esquadra imperial, o General Manuel Luís Osório transpôs o rio Paraná, conquistando Passo da Pátria. Ao retornar ao Rio de Janeiro, em 23 de março de 1869, recebeu o título de duque, fato inédito, pois foi o único concedido a um brasileiro.

Prosseguindo na resistência, López ainda refez um pequeno exército de 12.000 homens e 36 canhões na região montanhosa de Ascurra-Caacupê-Peribebuí. Caxias, por motivo de saúde, regressou ao Brasil. Em abril de 1869, assumiu o comando geral das operações, o marechal-de-exército Gastão d’Órléans, conde d’Eu, genro do imperador, que empreendeu a chamada campanha das cordilheiras, chegando à vitória final em Cerro-Corá, onde López, cercado pelas tropas brasileiras, foi morto após recusar-se à rendição, em 1º de março de 1870.

Em 20 de junho de 1870, Brasil e Paraguai assinaram um acordo preliminar de paz. O tratado definitivo de paz entre Brasil e Paraguai, assinado somente em 9 de janeiro de 1872, consagrava a liberdade de navegação no rio Paraguai e as fronteiras reivindicadas pelo Brasil antes da guerra.

Reconhecimento: Pelos seus serviços, Caxias recebeu todas as honrarias de que dispunha o Império. Foi o único brasileiro a atingir o ducado e a merecer a grã-cruz da Ordem de Pedro I, Fundador do Império do Brasil.

Em 1923, o Exército consagra sua data natalícia como “Dia do Soldado” e, em 1953, por ocasião do sesquicentenário de seu nascimento, institui a Medalha do Pacificador.

Em 1962, pelo decreto 51.429, de 13 de março, o governo brasileiro proclama-o “Patrono do Exército Brasileiro”.

Em 1943, o Brasil perdoou a dívida de guerra paraguaia, estipulada por esse tratado.

FONTE: Wikipedia: GNU Free Documentation License. Artigos na categoria "Heróis nacionais do Brasil"

OS PRIMÓRDIOS E O CONTEXTO OBEDIENCIAL –

Para se tentar situar o Caxias maçônico tem-se que traçar, antes, os primórdios da maçonaria no Brasil e o contexto obediencial da época.

O primeiro Clube, com ares maçônico, apesar de ser freqüentado também por profanos, do qual se tem notícia, no Brasil, foi fundado em 1796, em Pernambuco e donominava-se Areópago de Itambé. Teve como fundador o ex-frade carmelita e médico formado pela Faculdade de Monpellier na França, Arruda Câmara – a elite forjadora da independência brasileira foi formada em Coimbra e o restante em Monpellier – por sofrerem as idéias iluministas dos enciclopedistas franceses.

A primeira loja maçônica regular do Brasil foi a Loja Reunião, fundada em 1801, no Rio de Janeiro, e filiada ao Or\da Ilha de França, antigo nome da Ilha Maurício, no Oceano Índico, na época colônia francesa.

A primeira obediência brasileira foi Grande Oriente Brasiliano (ou Brasílico), fundado em 17 de junho de 1822, e teve como seu primeiro Grão Mestre o Ir\ José Bonifácio de Andrada e Silva. Como filho espiritual da maçonaria francesa adotou o rito moderno ou francês. As disputas políticas entre José Bonifácio e Joaquim Gonçalves Ledo em relação ao monarca e ao processo de independência, levam este último, a convidar D. Pedro I a ingressar na maçonaria, tendo iniciado como aprendiz e tomou o nome de Ir\ Guatimozim – costume da época grafava o nome dos obreiros com nomes históricos ou heróicos. No dia 4 de outubro o Ir\Guatimozim prestou juramento e foi empossado como Grão Mestre da Obediência. Por brigas internas D. Pedro mandou encerrar o Grande Oriente a 25 de outubro, permanecendo fechado por 10 anos.

Em 7 de abril de 1831, a maçonaria ressurgia com os remanescentes do Grande Oriente Brasiliano. A partir de outubro de 1831, juntamente com seu ex-Grão Mestre José Bonifácio, começaram a reunir-se até que fosse concluída a Constituição do Grande Oriente do Brasil, daqui em diante denominado GOB. A reinstalação do GOB se deu em 23 de novembro de 1831. Como se não bastassem as brigas de José Bonifácio e Gonçalves Ledo, antes da instalação do GOB, já havia surgido outro Grande Oriente, denominado Grande Oriente Nacional Brasileiro, ou mais conhecido como Grande Oriente do Passeio – GOP, tendo como seu primeiro Grão Mestre o Senador Vergueiro, que fazia parte da Regência Trina Provisória. A luta entre o GOB e o GOP para ser o representante do Grande Oriente Brasiliano durou até 1861, quando o GOP abateu colunas.

Outro fator que também acirrou o conflito foi a fundação de uma terceira obediência, em 12 de novembro de 1832: o Supremo Conselho do Grau 33 do REAA, introduzido no Brasil por Francisco Gê Acayaba de Montezuma, com patente fornecida pelo Supremo Conselho dos Países Baixos e que começou a proliferar no Brasil, a partir de então.

As eleições para o Grão Mestrado do GOP em novembro de 1836, sufragam o futuro marquês de Sapucaí. Quanto ao GOB, José Bonifácio é reeleito em 1837, mas veio a falecer em 6 de abril de 1838, entregando o Grão Mestrado ao futuro Visconde de Albuquerque – o pernambucano Antônio Francisco de Paula Holanda Cavalcanti de Albuquerque, que após sucessivas reeleições, permaneceu no cargo até 1850. 

Com a morte de D. Pedro I, a luta se trava, agora, entre conservadores e liberais. Pelo Ato Adicional à Constituição de 1824, foi eleito, em 1835, como Regente Uno, o liberal maçom do GOP Padre Feijó que disputou e ganhou do maçom Holanda Cavalcanti e, futuro Grão Mestre do GOB. Feijó que governará até 1837, quando foi substituído pelo conservador Araujo Lima, tinha uma relação estreita com Caxias. Araujo Lima deveria governar até 1842, quando em 23 de julho de 1840, sofre um golpe dos liberais, com a antecipação de maioridade de D. Pedro II e a conseqüente formação do Gabinete da maioridade.

Com a morte de José Bonifácio, em 1838, é nomeado Soberano Grande Comendador o Conde de Lages – João Vieira de Carvalho, que governou até 1847. No final de 1842 o Conde de Lages conseguiu a façanha de fundir o Supremo Conselho com o GOP. No tocante ao GOB, em 1842, obtém o reconhecimento do Grande Oriente da França e, com sua nova Constituição liberal, começava a esvaziar o GOP. Neste mesmo ano, reorganiza o Colégio dos Ritos (Moderno ou Francês, Adoniramita e Escocês), adaptando-o à nova Constituição e passam a ocupar o prédio do Lavradio, velha aspiração dos membros do GOB.

Em 1846, existiam no Brasil, as seguintes obediências: i) GOB de Holanda Cavalcanti (regular); ii) GOP de Alves Branco (irregular); iii) Grande Oriente de Brito Sanches (irregular); iv) Grande Oriente de Caxias (irregular); v) Supremo Conselho de Caxias (legítimo); vi) Supremo Conselho de Japiassu (ilegítimo); vii) Supremo Conselho de Brito Sanches (ilegítimo).

Em 9 de setembro de 1850, toma posse no GOB o futuro Marques de Abrantes – o baiano Miguel Calmon du Pin e Almeida – que promoverá em 1852, a fusão do Grande Oriente de Caxias e do Supremo Conselho com o GOB.

Desde 1861 até 1863, quando houve a absorção definitiva do GOP pelo GOB, reinava, finalmente, a paz na maçonaria brasileira, mas a trégua durou muito pouco, pois surge no mesmo ano, outra grave cisão: a criação do Grande Oriente do Brasil do Vale dos Beneditinos, daqui em diante denominado de Grande Oriente dos Beneditinos. O grupo dissidente, liderado por Saldanha Marinho, criou tais tipos de problemas que forçaram a renúncia do Marquês de Abrantes em 25 de agosto de 1863, sendo substituído pelo Grão Mestre Adjunto Bento da Silva Lisboa, Barão de Cayru, posteriormente aclamando Grão Mestre do GOB em 25 de novembro. A 26 de dezembro de 1864, Cayru falece, sendo substituído pelo Grão Mestre Adjunto, Joaquim Marcelino de Brito, que foi eleito em 26 de abril do ano seguinte.

Em março de 1871 toma posse no GOB o Visconde de Rio Branco como Grão Mestre. Fazia parte do Conselho de Estado e tinha assinado o tratado de paz com o Paraguai e seu gabinete foi o mais longo de toda a história do Império. Seu maior feito foi a promulgação da Lei Visconde do Rio Branco, ou como é conhecida, lei do ventre livre a 28 de setembro de 1871. Esta lei gerou uma crise entre o alto clero e o governo imperial, na qual as duas obediências maçônicas foram envolvidas: A Questão Religiosa. O fulcro da contenda foi um discurso pronunciado pelo Grande Orador Interino do GOB – padre José Luiz de Almeida Martins – enaltecendo a maçonaria e seu Grão Mestre, o Visconde, pela abolição gradual da escravidão no Brasil. Com a publicação, no dia seguinte, pelos principais diários da Corte, o bispo do Rio de Janeiro – D. Pedro Maria de Lacerda – advertiu o padre e exigiu a sua saída da maçonaria. O padre se recusou e o bispo o suspendeu das ordens. Estava desencadeada a crise política que acabou por envolver D. Antônio de Macedo Costa, bispo do Pará e D. Vital de Oliveira, bispo do Recife. A crise perduraria até a formação do gabinete de Caxias, quando ele consegue, apesar da relutância do Imperador, anistiar os bispos pelo decreto imperial nº 5.993 de 17/09/1875.

Castellani afirma que “no Grande Oriente do Brasil, em 1873 o Sublime Grande Capítulo dos Ritos Azuis (Moderno e Adoniramita), que sucedera ao Grande Colégio de Ritos, quando este perdera o Rito Escocês, com incorporação do Supremo Conselho em 1855, ficava reduzido ao Rito Moderno, já que a 24 de abril daquele ano, pelo decreto nº 21, era criado o Grande Capítulo Noachita, Oficina Chefe da Maçonaria Adoniramita. Só a 23 de novembro de 1874 é que desapareceria o Grande Capítulo dos Ritos Azuis, com o surgimento do Grande Capítulo Geral do Rito Moderno, Oficina chefe do rito”.

Em 1880 ocorrem duas mortes célebres: a de Caxias em 7 de maio e do Visconde do Rio Branco em 1º de novembro.

(Monografias Maçônicas – Duque de Caxias – pelo Ir\William A. Carvalho - Gr\33.
ESPIRITUALIDADE MAÇÔNICA (Cosmogonia Maçônica)

O fundamental, da estrutura iniciática da Maçonaria em nada difere de qualquer instituição esotérica ou tradicional. Sua divisão quando simbólica em três graus de aprendiz, companheiro e mestre, corresponde a um esquema que pertence aos critérios regulares da iniciação, constituindo uma síntese do mesmo processo do conhecimento e de sua realização efetiva.

As mutações da pedra simbólica na Maçonaria é um trabalho que consiste em lustrar e aperfeiçoar "a pedra bruta", que é o símbolo do aprendiz, visto que a “pedra cúbica” pertence ao companheiro, e "a pedra cúbica em ponta" ao mestre. Esta sucessiva mutação da pedra simbólica, análoga à transmutação alquímica, indica três momentos chaves do trabalho maçônico. Já se falou que a pedra cúbica era um símbolo a firmeza da imutabilidade do espírito. Não obstante, e enquanto os símbolos são emprestados freqüentemente a um sentido dúbio, na maçonaria não devemos nos esquecer que vimos de uma tradição dos construtores, e sem perder totalmente essa significação, a pedra bruta é muito mais um símbolo do caos precósmico, e de certo modo pode se ver como uma imagem do mundo profano, de onde o aprendiz procede e tem que se superar no seu intento de ir das “trevas para a luz”. Nesse contexto simbólico, as asperezas e arestas da pedra bruta representam as deformações da alma humana submetidas às influências egoísticas e ilusões mentais de toda a natureza, as quais são um obstáculo na evolução espiritual. Portanto se impõe uma ascensão purificadora, que ao mesmo tempo apara as asperezas da pedra bruta da consciência, dá lugar a um desenvolvimento ordenado das possibilidades superiores nela incluída, e mesmo que não se manifeste de pronto, permanece em estado embrionário e latente.

Na iniciação maçônica os primeiros trabalhos do aprendiz são realizados com o malho & cinzel, as ferramentas que simbolizam respectivamente a força de vontade e a faculdade da inteligência, da qual distingue, separa e determina o ser permanente e essencial a sua natureza e a distinguir o que é supérfluo e o extremo. Em linguagem maçônica esta ação concientizadora recebe o nome de "despojamento dos metais", que no coração é idêntico ao que em alquimia se denomina "separar o espesso do sutil", ou seja, separar o profano do sagrado. Entendida desta maneira, a vontade representa esse fogo sutil gerado pela ação iluminadora da influência espiritual, promovendo no maçom o amor e a paixão pelo conhecimento, donde se conclui que os termos querer, acreditar e criar, são exatamente os mesmos.

Entretanto, a fim de que não se disperse a sua força interior esta deve estar bem dirigida a uma reta intenção, ou o rigor intelectual, que a canaliza e a concentra em vista da compreensão teórica e efetiva dos princípios universais, dos quais, voltemos a repetir, se revelam por meio das leis, ritmos e ciclos que regulam a ordem harmônica da criação. Só assim, conjugando em um ato único, que deriva do ritual e permanente porque "se incorpora" à natureza do ser, da força, do amor e a rigor da inteligência, "da matéria caótica" será pacientemente talhada, basta que o aprendiz, intuindo a beleza “forma” o ideal oculto aos poucos se desfaz daquela matéria deformada, e se eleva a um grau superior de sua hierarquia interna, ascendendo a um grau de companheiro.

Nesta nova etapa de sua viagem e iniciado nos mistérios de si mesmo tornam-se necessários outros símbolos “ferramentas” para continuar com o trabalho da regeneração. Desta maneira, e de modo que a pedra bruta se acabe de polir, é imprescindível a ajuda do esquadro o qual vai assinalando o perfeito talho e a cubagem.

O esquadro deve ser também um símbolo da retidão interior, esta associada à idéia do axial, pois sua forma resulta da união por seu vertex de uma linha central e vertical e outra horizontal. É precisamente a tomada de consciência destas coordenadas geométricas (que expressam princípios universais), como a pedra bruta, se converterá, ou melhor, “se transmutará” na pedra cúbica. Com efeito, a pedra cúbica é mais apta para a construção, aonde se pode "levantar" o trabalho de suas fundações. Mas essa ascensão ocorrerá com a intervenção de outras duas ferramentas, pelas outras coisas complementares: o nível e o prumo. Com o primeiro, o companheiro certificar-se-á de que a base não tem desnível, de outra maneira, que a purificação com malho e o cinzel seja realizado da maneira eficaz, assegurando conseqüentemente a firmeza e a estabilidade do trabalho interior. Esse é um simbolismo que expressa a ação comum das quatro virtudes cardeais, as quais, efetivamente, "nivelam" e “equilibram” os impulsos das paixões inerentes à natureza humana: "preparai o caminho do senhor e endireitai suas veredas”; (Lucas, III, 4-5). Neste sentido, as virtudes cardinais correspondem, arquitetonicamente, às quatro pedras da fundação situada nos quatro cantos ou ângulos do templo, mantendo em sua elevação vertical.

Por sua vez com o prumo se comprovará a perpendicularidade da construção, segundo um caminho invisível, que mantém um equilíbrio da estrutura do universo e todas as coisas nele contidas, incluindo naturalmente o homem. A verticalidade do prumo, suspendido simbolicamente da mão do grande arquiteto do universo, "cai ao prumo" no sentido do centro da terra, indicando a profundidade do conhecimento que penetra até a maioria dos recônditos da alma humana, "iluminando" os aspectos mais escuros deste, porque, naquelas profundidades há "o fogo secreto" do espírito, criador verdadeiro de todo o trabalho da transmutação. Certamente, os outros significados das siglas alquímicas V.I.T.R.I.O.L. gravadas na "câmara da reflexão" não é outro, localizado simbolicamente "debaixo" do mesmo alojamento: da qual os alquimistas mestres falam.

Essa retificação é simultânea a reintegração do individual e do universal, que envolve uma total reconversão psicológica que propicia um novo nascimento. O que foi disperso se reuniu e "cristalizado" em uma forma, uma estrutura que reflita ("ao salário conformado à harmonia da ordem cósmica) modelo do prototípico e do imperecível. O companheiro, ao compreender que viveu o mistério na cosmogonia, que é ele mesmo, faça, do seu oficio, um ministério, e de sua vida uma arte, executando e transmitindo livremente as ordens recebidas do grande Geômetra, que é como designa nesse grau o Grande Arquiteto, O Princípio Da Construção Universal. Assim mesmo esse renascimento, deverá voltar a nascer de novo pelo conhecimento, estes simbolizados “pela estrela flamejante". As cinco extremidades desta estrela indicam que o homem ascendeu a sua "quintessência", o que quer dizer que foi realizado e desenvolvido todas as possibilidades compreendidas no estado humano. Por outro lado, a quintessência é o centro da Cruz dos quatro elementos, e conseqüentemente do ponto de conciliação e de superação das energias opostas que aqueles elementos representam no plano da matéria e da psique.

É evidente que no simbolismo construtivo a quintessência está figurada "pela pedra fundamental", situada no mesmo centro do quadrado indicado por quatro pedras dos cantos, para encurralar pedras, literalmente "dobre ou encurrale pedras", e isso é como uma reflexão do quadripartito o altar do templo. No meio da estrela flamejante aparece a letra "G", peculiar a inicial da geometria e deus em inglês (God), a letra de que Guénon diz que substituiu o Iod hebraico, que é o símbolo da grande unidade. Assim, pois, o centro do ser humano é o seu coração, onde na realidade habita o principio divino, que tem como sustentação o nosso mundo e a individualidade humana regenerada.

O que faz a inteligibilidade do cosmos, que dá todo seu sentido e realidade, é precisamente o que está mais próximo do Imanifestado, "... pois é o vácuo do centro que faz útil à roda" (Tao-Te-King, XI), que é o centro ao redor do qual se efetuadas as revoluções da roda do mundo, se situa simbolicamente na "câmara do meio" do mestre maçom. Nesta Câmara os mistérios a "segunda morte" e o "terceiro nascimento" ocorrem, por exemplo, pela morte ritual do mestre Hiram, seu posterior sepultamento, sua procura e finalmente de sua "ressurreição", simbolizada pela filial da acácia. Havendo realizado essa viagem horizontal que se lê a condução ao altar ou coração do santuário, o ser passa do quadrado ao círculo, do esquadro ao compasso. A passagem da terra ao céu ocorre conseqüentemente, ou o que é mesmo, uma "exaltação" pela linha central vertical até a chave do vault situada no centro da cúpula, do templo-cosmos-homem. À pedra cúbica (símbolo do cosmos), uma pirâmide em sua parte superior é-lhe adicionada, acontecendo ser chamado então "da pedra cúbica na extremidade", que simboliza a conclusão e perfeição do trabalho, de sua "terminação vertical e celestial".
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Agradecimento ao Ir\ Gilson Brandão - Gr\33 pela orientação e pesquisa.

Graus Inefáveis

Já nos Graus Inefáveis da Loja de Perfeição, tomamos conhecimento de um sistema de ética velado em Símbolos e Alegorias, visando o aperfeiçoamento do ser humano, numa escala ascendente da Maçonaria iniciada como Mestre Secreto. A Loja é transformada em Templo de Salomão e o Oriente em Sancto Sanctorum.

A insígnia do Grau 4 é a Chave de Marfim, que é o símbolo do Silêncio e da Circunspeção.

O Grau 5 - Mestre Perfeito - diz respeito à inumação e a transladação do corpo do Mestre Hiram Abi para a sua sepultura definitiva e a decisão de vingar a sua morte. A interpretação filosófica desse Grau é a de Eternidade e não temporalidade da existência humana.

O Grau 6 - Secretário Íntimo - tem como interpretação alegórica, a compensação que o Rei Salomão promete a Hiram, Rei de Tiro, pelos seus inestimáveis auxílios em operários, artistas, arquitetos e inspetores, além de materiais como cedros do Líbano, ouro e pedras preciosas para a construção do Templo de Jerusalém.

A interpretação filosófica desse Grau é: Possuir o segredo do mal é evitá-lo e vencê-lo. O Grau é consagrado à necessidade de aprender, que produz as descobertas preciosas, e aos perigos de uma vã curiosidade.

Grau 7 - Preboste e Juiz ou Mestre Irlandês

A interpretação esotérica do Templo representa um Tribunal, onde a Justiça imparcial deve ser distribuída, sempre, a todos os Obreiros, sem exceção.  A lenda do Grau nos informa que logo após a morte de Hiram Abi, e para que a Justiça continuasse a ser distribuída aos operários que construíram o Templo, Salomão reuniu os 3.600 chefes Harodim, inspetores dos trabalhos e instituiu um Tribunal, dirigido por sete Prebostes e Juízes, chefiados por Tito, príncipe de Harodim. Estes reunidos em Câmara do Meio, onde eram estudadas as reclamações dos obreiros, sendo a Justiça distribuída em igualdade tanto aos Hebreus, quanto aos Fenícios.
A interpretação filosófica é: Direito Natural. Justiça igual para todos. Tendo nascido livre e independente, o homem possui direitos anteriores a toda a legislação; são direitos naturais e, portanto inalienáveis e imprescritíveis.

Grau 8 - Intendente dos Edifícios

O Templo neste Grau representa esotericamente uma Escola de Arquitetos, não para construção do Templo Material, mas do Templo Espiritual, do Edifício Social, na qual se obtém Conhecimentos, Sabedoria e Justiça e onde os Mestres adquirem como complementação de sua Sapiência, a Bondade, a Caridade e a Simpatia fraterna que são devidas aos seus alunos e subordinados.

A interpretação filosófica é: A liberdade é o único traço de união entre o trabalho e a propriedade, tendo por princípio UM POR TODOS E TODOS POR UM; é consagrado ao espírito de ordem e de análise, bem como ao progresso gradual e organizado do trabalho na humanidade.

Grau 9 - Cavaleiro Eleito dos Nove

A interpretação esotérica do Templo neste Grau representa uma das Câmaras do Templo de Salomão, considerada Secreta, onde Salomão reunia o Soberano Tribunal.  Na época, encontrava-se presente, Hiram, Rei de Tiro, que exigiu providências no sentido de ser apurada a morte de Hiram Abif: a localização e prisão dos assassinos para que fossem submetidos a julgamento. Salomão, então, reuniu 90 Mestres de Israel, e deles elegeu NOVE para procurar os assassinos e vingar a morte de Hiram fazendo Justiça.

Assim, tal qual no Grau 7, o Templo no Grau 9 representa um Tribunal, no qual deve ser feita a Justiça imparcial a todos os Obreiros, Justiça igual para todos. O trabalho diz respeito à execução das ordens do Soberano Tribunal. Daí as máximas do Grau: Sê corajoso contra as tuas próprias fraquezas; sê corajoso para defender a verdade.  As nove grandes luzes em torno do Altar dos Juramentos, bem como as nove rosetas na faixa do Grau, representam os Nove Mestres (ou Cavaleiros) Eleitos. A Loja é forrada de preto, com lágrimas de prata, representando a nossa dor pela morte do Mestre Hiram Abi.

As manchas de sangue que se vêm no Painel do Grau, representam o sangue derramado pelos mártires no cumprimento do dever. O punhal, acompanhado de um anel de ouro, foi na antiguidade o símbolo da Soberania, substituído depois pela Espada. Com esse caráter simbólico, vem também representado nas Lojas e no Avental dos Mestres (ou Cavaleiros) Eleitos dos Nove. Neste Grau, o punhal é o poder da vontade para degolar os vícios internos, e não arma de vingança, como o interpretam os ignorantes.

Grau 10 – Ilustre Eleito dos Quinze

O conteúdo filosófico deste grau diz a lenda maçônica, que os outros assassinos de Hiram, tendo-se refugiado em uma nação estrangeira, Salomão enviou ao soberano daquele país um pedido de extradição.

Maachah, rei de Geth, favoreceu a missão. Os quinze Mestres apoderaram-se dos dois assassinos, levando-os perante o Rei Salomão. Os Trabalhos do Grau são dedicados ao estudo das Relações Internacionais e da Diplomacia.

Grau 11 – Cavaleiro Eleito dos Doze

O conteúdo filosófico deste grau diz que o candidato não poderá ser admitido neste Grau sem antes ter provado que já castigou os traidores, como recompensa aos executores do tribunal da Santa Vehme.

Grau 12 – Grão Mestre Arquiteto

Este Grau pertence à 4ª categoria dos Graus israelitas e bíblicos. A sua interpretação é “representação do povo”. Tem por base a idéia da reconstrução. A lenda nos mostra o povo de Israel sufocado pelos tributos, o tesouro público vazio e os Trabalhos do Templo parados no primeiro pavimento por falta de fundos.

Grau 13 – Cavaleiro Real Arco

Este Grau liga-se diretamente ao conhecimento do Grande Arquiteto do Universo simbolizado pelo Triângulo luminoso, portando os caracteres sagrados e do qual Enoque e mais tarde Moisés tiveram a visão.

Grau 14 – Grande Eleito ou Perfeito e Sublime Maçom

Conteúdo filosófico diz que o “Nome Inefável” tendo sido perdida, Deus a revelou a Moisés que a gravou numa medalha de ouro, que de depositou na Arca da Aliança. Esta caiu em poder dos sírios, após uma derrota dos israelitas. Este Grau marca o acabamento do Templo de Salomão. Diz-se que o Recipiendário está no Santo dos Santos, onde não precisa ser iluminado nem do Sol, nem da Lua, nem de nenhuma luz artificial.

Grau 15 – A Prevalência do Espírito e os Sentidos Humanos

Quando se adquire um estágio de domínio suficiente sobre o cérebro, os membros, as faculdades, etc., outras forças começam a direcionar-nos progressivamente para o lado espiritual. Atualmente poucos conseguem essa transição completa. E a humanidade continua descendo ao físico. Algumas religiões chamam essa descida de pecado original. A lição básica é que se deve reduzir e controlar as sensações vividas por intermédio dos cinco sentidos físicos e passar a procurar no íntimo as sensações superiores. O objetivo essencial da Maçonaria é, na verdade, sua ação moral. O caráter principal do Maçom é ser livre e de bons costumes. O Escocismo é um sistema de numerosos Graus onde o ensino é permanente pelo trabalho do adepto.

Quando o Templo foi concluído e recebeu o depósito sarado do Delta, os eleitos pensaram que o trabalho estava terminado. Os vícios trouxeram o ócio, a superstição e a ignorância. Os descendentes de David tornaram-se covardes; A cidade santa foi saqueada; o Templo destruído; uma parte do povo morreu de fome e a outra, com Sedéceias, foi conduzida cativa para a Babilônia. Sedéceias morreu três anos depois.

Grau 16 – Príncipe de Jerusalém

É a continuidade alegórica do Grau 15. A lenda confunde-se com a passagem bíblica que, por seu turno, harmoniza-se bem com aspectos históricos e arqueológicos da época. Com a morte de Nabucodonosor, Ciro, que lhe sucedera no trono, deu liberdade aos Israelitas para regressarem à Palestina, após 70 anos de escravidão, levando consigo todas as riquezas que Nabucodonosor lhes havia retirado.

“Assim diz Ciro, rei da Pérsia: O Senhor Deus dos céus me deu todos os reinos da terra, e me encarregou de lhe edificar uma casa em Jerusalém de Judá” – Esdras – Cap. 1, vers. 2.

Todos os utensílios de ouro e de prata foram cinco mil e quatrocentos; todos estes levou Sesbazar, quando os do exílio subiram de Babilônia para Jerusalém” – Esdras – Cap. 1, vers. 11.

A lenda do Grau registra a dificuldade e a tensão, desespero mesmo, que Zorobabel cultivou durante os trabalhos de reconstrução, à mercê dos inimigos samaritanos.

Grau 17 – Cavaleiro do Oriente e do Ocidente, classe 5 – cavalheiresco apocalíptico Jornada Jacobita até o Capítulo, por 8 + 9 degraus. O governo da Lei jamais poderá infundir Boa-Fé, nem criar Fidelidade, sem a Educação das massas.

O presente estudo simula a existência de degraus, constituídos pelos diferentes ciclos e graus, em seqüência numérica crescente e consecutiva, desde o grau inicial (1), até a vizinhança (Gr\17).

Grau 18 – Cavaleiro Rosa-Cruz ou Cavaleiro da Águia Branca e do Pelicano

O princípio científico dos Rosa-Cruzes é a autoridade, unicamente da consciência, princípio moral de Jesus. A ignorância dos sacerdotes fizeram uso imprudente do nome de Jesus. Depois de Sua morte, não Lhe faltam defensores. Liberdade de consciência, eis a Palavra perdida. Até onde ela nos conduzirá? Ninguém sabe!

A idéia de defesa do direito até pelas armas, se necessário for, isto é a idéia cavalheiresca. Durante os sombrios anos da Idade Média, a Cavalaria representou a reivindicação do direito individual, a defesa do fraco, o justo orgulho do bom direito, protesto contra a arbitrariedade. Para a investidura do Grau são necessárias três coisas: Ciência, Coragem e Amor e receber a espada.

Jacó reúne os filhos e cria um conselho constituído pelos chefes das tribos, onde tudo era discutido e aprovado em reuniões secretas. Nascia desta forma uma ordem iniciática e secreta...”

Grau 19 – Grande Pontífice (ou Sublime Escocês, chamado Pontífice de Jerusalém Celeste) – Este Grau pertence à 5ª categoria, a dos Graus Templários. Sua interpretação é o triunfo da verdade exige o acordo entre os interesses materiais e morais, realizado pelas paixões.

Grau 20 – Venerável Grão-Mestre de todas as Lojas, Soberano Príncipe da Maçonaria –

É a continuação do Grau anterior e sua interpretação é “a redenção dos povos pela pregação da verdade”. Os trabalhos se referem à necessidade de manter o direito de todos os homens e a igualdade antes do que a eqüidade. Proclamam-se idéias a respeito da igualdade moral e civil. Aquele que quer educar o Povo antes de torná-lo livre, é um pérfido ou um ignorante”.

Grau 21 – Noaquita ou Cavaleiro Prussiano -           

Este Grau pertence à 3ª categoria, a dos Graus de Iluminados. A sua interpretação é: “a vítima tem direito de vingança sobre o criminoso”, sendo consagrado “aos perigos da ambição e ao arrependimento sincero”.

O conteúdo filosófico baseia-se na história dos Noaquitas, descendentes de Noé e a torre de Babel, que significa confusão. Nemrod foi o primeiro a estabelecer distinções entre os homens e fundou a cidade de Babilônia, que significa “Recinto da confusão”.

Grau 22 – Cavaleiro do Real Machado ou Príncipe do Líbano –

Este Grau pertence à 6ª categoria, a dos Graus herméticos. A sua interpretação é: A apoteose da Grande Obra (pedra filosofal). “A glória da antiga cavalaria propagadora dos sentimentos nobres e generosos e ao sacrifício pela Ordem”.

O conteúdo filosófico refere-se à reabilitação do proletariado pela coletividade tomando a livre permuta como laço de solidariedade. Proclama que o ser mais necessitado da criação é o homem. O seu emblema é o machado do Gnosticismo que, abatendo os troncos informes da intolerância, da hipocrisia, da superstição, do egoísmo e da ociosidade, permitirá fazer chegar os raios da verdade até o espírito para inundá-lo com a sua luz. O Sinal é o lenhador.

Grau 23 – Chefe do Tabernáculo.

Este Grau pertence à 5ª categoria, a dos Graus Templários. Sua interpretação é “a ação governamental deve desarraigar a superstição”, sendo consagrado “a ativa vigilância dos conservadores da ordem”.

Uriel tem o significado de Fogo de Deus – é um anjo que os judeus e a maior parte dos cristãos contam entre os anjos da Luz. O Livro de Enoque o descreve como o anjo do trovão e do relâmpago.

Grau 24 – Príncipe do Tabernáculo.

É a continuação do Grau anterior e sua interpretação é a “necessidade da destruição do sectarismo dá direito às novas gerações de modificar as leis dos antigos”, sendo consagrado “à conservação das doutrinas maçônicas”.

Grau 25 – Cavaleiro da Serpente de Bronze.

É também a continuação dos Graus precedentes (23 e 24) e lembra que no Templo de Jerusalém, antes de Ezequias, adorava-se uma serpente de bronze, símbolo da vida sobre a terra, e a qual, segundo a tradição, tinha sido modelada por Moisés (João Ep. III, 14) põe esta serpente em relação com a elevação do Cristo.

Grau 26 – Príncipe da Mercê ou Escocês Trinitário.

Continuação dos Graus precedentes (23, 24 e 25), cuja interpretação é “a igualdade social resulta da harmonização das leis com os princípios, a educação e os usos sociais”, sendo consagrado “a estima e recompensa devidas ao gênio”.

Grau 27 – Grande Comendador do Templo ou Soberano Comendador do Templo de Jerusalém.

Continuação dos Graus precedentes (23, 24, 25 e 26) e sua interpretação é “a autoridade governamental deve ser substituída pela representação direta dos interesses livres dos associados”, sendo consagrado “à superioridade e à independência que dão os talentos e a virtude”.

Grau 28 – Cavaleiro do Sol ou Príncipe Adepto.

Este Grau pertence à 6ª categoria, a dos Graus herméticos. A sua interpretação é “o verdadeiro Deus é a razão pura dentro da natureza”, sendo consagrado “à verdade nua, principalmente a que interessa à felicidade dos homens”. O Grau simboliza a reintegração do homem, quando Deus o terá julgado digno disso. A lenda apresenta-nos o jardim do Éden, o paraíso terrestre do Gênesis, ao qual recorrem Adão, a Verdade, Querubins e Silfos.

Grau 29 – Grande Escocês de Santo André, Grande Cavaleiro Escocês de Santo André da Escócia ou Patriarca dos Cruzados, Cavaleiro do Sol Grão Mestre da Luz.

É consagrado à antiga Maçonaria da Escócia. Sua origem provém da fusão das Ordens Militares das Cruzadas com a Ordem Maçônica. Foi introduzido por Frederico II, Rei da Prússia no ano de 1786, embora, já existia na Rússia em 1686, com a denominação de Ordem de Santo André, a mais elevada, na época, das ordens russas de Cavalaria.

O conteúdo filosófico do Grau refere-se à destruição da Ordem do Templo, assim como da transformação dos antigos Templários em Cavaleiros Kadosh. Afirma-se que o luxo é a perfeição da higiene; em vez de corromper os costumes o luxo os regenera porque abre um campo imenso à distribuição da riqueza entre o proletariado. É um dos estimulantes mais poderosos da produção. “O tempo alcança tudo” – OMNIA TEMPUS ATTINGIT.

Grau 30 – Grande Inquisidor, Grande Eleito, Cavaleiro Kadosh, Cavaleiro da Águia Branca e Negra.

Este Grau pertence a 2ª categoria, a dos Graus gnósticos superiores. A sua interpretação é “agir amando e odiando violentamente, respeitando e desprezando sem limites”, sendo consagrado “ao fim da Maçonaria em todos os seus Graus”.

A Escada Mística é o ponto da iniciação ao Grau de Kadosh. Um dos montantes representa a moral, primeira base da Maçonaria; e o outro a ciência que há de ilustrar aos homens, objetivo principal da instituição. 

Kadosh – palavra hebraica significa santo, puro, sagrado por ter atingido o cume. A insígnia do Grau é um punhal e a Palavra Sagrada Nekam em hebraico significa Vingança – por causa do assassinato do Grão Mestre da Ordem dos Templários – Jacques de Molay, pelo Papa Clemente V e o rei Felipe o Belo.

Graus do Consistório

Grau 31 – Grande Inspetor Inquisidor Comendador

Desde o Grau 27 - Soberano Comendador do Templo de Jerusalém, já se prenunciava a necessidade de um Tribunal, constituído por homens dignos, para combater a corrupção.

O Soberano Tribunal ou Grande Tribunal, como é denominada a reunião de Irmãos do Grau 31, só aceita homens limpos e puros, que tenham proferido o sublime decálogo, que é a seguinte confissão:

Senhor Deus dos mundos! Não prevariquei.
Não fui negligente, nem preguiçoso. Não produzi o mal consciente.
Não cometi fraude contra os homens Não desonrei a Bandeira de minha Pátria.
Não persegui nem atormentei os fracos. Não roubei.
Não fui insensível à dor de meus semelhantes. Não matei.
Não menti perante os tribunais.

O objetivo supremo desse Grau é a aplicação da justiça e da eqüidade.

O Soberano Tribunal tem a forte presença do Tribunal de Osíres, que era a idealização do Bem, enquanto seu irmão, Seth, personificava o Mal. O sacrifício do Bem para que triunfe sobre o Mal é uma constante em toda a alegoria de relevo moral e espiritual.

O modelo precursor da Santa Veheme surgiu na Europa no século IX, como organização repressora, que tinha como objetivo impedir o banditismo, procedendo sempre com rigor e tornando-se temida. Este modelo encontrou terreno fértil na região da Renânia do Norte Westfália, no tempo de Carlos Magno. Passou a adotar violentas medidas repressivas e a desempenhar papel de tribunal, em substituição às autoridades judiciárias inoperantes.

A história da humanidade se repete ou se reinventa em forma de ondas de avanços e retrocessos, ora com permissividade elástica, ora com o “freio de arrumação”.

A sociedade vive nos dias de hoje, a perniciosa e cruel selvageria cometida em nome da liberdade democrática. As regalias dispensadas aos bandidos no Brasil são tão absurdas e hipócritas que chegam às raias do absurdo, dando a impressão de que as brechas das Leis do Código Penal foram elaboradas sob a influência dos próprios bandidos, senão vejamos:

- Visitas íntimas – como se a prisão fosse lugar de piquenique;
- Indulto de Natal – na maioria das vezes cometem outros crimes protegidos por Lei;
- Redução da pena pela metade – por bom comportamento ou se tornar pastor evangélico, que é a melhor forma de continuar explorando as pessoas;
- A menoridade é uma circunstância atenuante no nosso Direito penal (CP, art. 65) – A certeza de cumprir uma pena reduzida ou até nem cumprir, induz o marginal a cometer delitos gravíssimos, como latrocínio, estupros, etc. A nossa sociedade aceita que o jovem adulto (de 18 a 21 anos) não tem o mesmo perfil psicológico e comportamental do adulto. O delinqüente juvenil, “possui personalidade em desenvolvimento, parcialmente imatura, frágil, e facilmente influenciável”. No mês de fevereiro de 2009 foi preso um bandido que cometeu o 5º latrocínio. Os quatro primeiros era menor de idade e, como é de praxe neste País, permanecia pouco tempo no CAJE – (Noticiário de Brasília).
- Comandam crimes dentro e fora do presídio – através de telefones celulares, visitas, corrupção interna e tráfico de drogas. Os detentos determinam que os bandidos em liberdade assaltem para arranjar dinheiro para os que estão lá dentro”.
- O custo de cada prisioneiro aos cofres da Nação é superior a quatro salários mínimos por mês. É um saco sem fundo sem possibilidade de retorno. São raros os casos de reeducação profissional ou mesmo de programas auto-sustentáveis.

Precisamos de uma revisão profunda desses conceitos vigentes no País. Os Direitos do Cidadão em plena Revolução Francesa é um documento unilateral e carece de contrapartida de responsabilidade humana, que deve complementar os direitos humanos. A declaração complementar à Declaração dos Direitos Humanos, visando a uma ética global da tolerância e à correlata responsabilidade de cada um para com o seu próximo e de cada um para com todos, foi proposta em 01/09/97 e tem o Brasil entre os mais de cem países formadores do Conselho Mundial Inter-Ação.

Grau 32 – Sublime Príncipe do Real Segredo

O Recipiendário no Grau 32 descobre que o Estado Edênico do Cavaleiro de Santo André deve ser perseguido tenazmente, com o uso da FORÇA (organização militar) e do ESPÍRITO (inspiração moral).

Os graus e suas categorias – Os trinta e três graus em que se divide o REAA compreendem quatro categorias:

1ª Categoria – Sobre o estudo do Homem físico e intelectual e do Universo em geral; abrange os 5 primeiros graus e forma a Educação Primária.
2ª Categoria – Sobre o estudo dos direitos e deveres do Homem; compreendendo os 13 graus seguintes (até o 18).
3ª Categoria – Sobre o estudo do modo de se tornarem efetivos esses direitos e deveres. Compreendem os 12 graus imediatos e se referem à Educação Superior (19 a 30).
4ª Categoria – Sobre o estudo da organização do Rito, ou seja, os três últimos graus; a educação normal, onde têm os estudos maçônicos na ordem social, que é justamente a preparação do Homem consciente, para poder servir à sua Pátria pela vontade de seus concidadãos.

BIBLIOGRAFIA:

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15 – Parfitt , Will – Elementos da Cabala, Ediouro, 1993
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18 – Sant’Anna, Sônia – “Leopoldina e Pedro” – citado no JB, 16/01/05 – A14 - Fórum dos Leitores: A imperatriz e Pedro, o desvairado; Robinson damasceno dos Reis.
19 - Silva, G., A História do Povo Hebreu e a Maçonaria, “O Amanhã” nº 25 – Ano V.      
20 - Ward, J.S.M, (Freemasonry and the Ancient Gods, Who was Hiram Abiff).                          
21 - Wikipedia: GNU Free Documentation License. Artigos na categoria "Heróis nacionais do Brasil"
22 - http://www.terra.com.br/planetanaweb/flash/transcendendo/regilião/cavaleiros.

SUPREMO CONSELHO DO BRASIL DO Gr\33 PARA O REAA
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