SÃO TOMÉ EM 1903 / A FAUNA/ INSECTOS
JÚLIO HENRIQUES
19-07-2003 www.triplov.com

insecta

Fig. 63 - Senzalas

INSECTOS

O número de insectos encontrados em S. Tomé e scientíficamente determinados é de 113, sendo 28 espécies completamente novas. Esta proporção entre o número total das espécies encontradas e o das espécies novas, já de si bastante notável, é muito mais pronunciada com relação aos coleopteros, representadas por 74 espécies, sendo 27 novas e 3 géneros (Sternotelrnus, Physolagria, Hatita), novos tambêm.

Nas aranhas dá-se quási a mesma proporção entre o número total das espécies observadas (33) e o das espécies novas (12). Dos miriápodos, representada por 8 espécies, 5 são igualmente novas.

Dos lepidopteros tem sido colhido pequeno número de espécies (14). Dêstes não há formas muito notáveis quer pela grandeza, quer pelas cores.

Dos outros grupos de insectos o Dr. Greeff nas suas publicações menciona apenas as famílias ou géneros das espécies colhidas.

Com relação às termites, vulgares na ilha, assim como a muitas espécies de formigas, nota que diferem das que se encontram no continente pela forma de organizar as habitações. Em vez de as construirem à superfície da terra, altas e consistentes, estabelecem-nas junto das raizes ou nos troncos carcomidos das árvores.

Dos ortopteros cita como muito notável um muito semelhante ao Chlorocaelus Tanáná da região amazónica, cujo canto é tão intenso e forte, que a grande distância é ouvido. O Dr. Greeff, estando no ilheu das Rolas ouvia-o durante a noute cantar em S. Tomé.

Para cantar êste insecto arqueia as azas de tal maneira acima do corpo, que o animal parece quási um balãosinho verde-amarelado, formando a cavidade assim produzida uma caixa de ressonância.

De entre os coleopteros é notável o Macrotoma edulis, cujas larvas de grandes dimensões são muito estimadas pelos negros.

Insectos há, que atacam algumas plantas causando não pequenos prejuízos. Uma borboleta, que o Sr. Gravier diz que será talvez a Zeuzera coffeae ataca os cacaoeiros; um coleoptero do género Phlaeobius é prejudicial aos cafezeiros, abrindo a larva dele largas galerias no tronco dessas plantas causando-lhes a morte.

Espécies do género Sphenophorus (S. quadrimaculatus, sordidus, striatus) são prejudicialíssimas às bananeiras. As larvas vivem no caule destas plantas, que com isso sofrem e mesmo morrem. Tem havido graves prejuízos em consequência da acção de tais insectos.

Dos moluscos terrestres ou fluviáteis as explorações dos Drs. Welwitch, Greeff e dos Srs. Moller e Newton deram a conhecer 31 espécies. Igual número se encontra na vizinha ilha do Príncipe, notando-se que só 7 (Streptostele Moreliana, Dendrolymax Hlynemanni, Bulimus eminulus, Achatina bicarinata, Subulina striatella, Succinea concisa, Opeas Dohrni) são comuns às duas ilhas.