REPTILIÁRIO / Lagarto gigante das Canárias
Ilustração científica do século XIX. D
esenho e litografia de Peter Smit.
07-07-2003 www.triplov.com

gallotia
Lacerta simonyi Steindachner, 1889

Não é de Steindachner esta primeira estampa do lagarto negro gigante da ilha de Hierro, nas Canárias, hoje espécie considerada extinta ou ameaçada de extinção, embora haja dezenas de outras Gallotia nas ilhas, umas gigantes e outras anãs, umas fósseis e outras vivas. Só em 1889 a espécie foi oficialmente conhecida da ciência, se bem que já vinte anos antes, Greeff, da Universidade de Marburgo, dissesse, na língua das aves (Troschell): - Nas Canárias há uns lagartos grandes e pretos como gatos horrorosos, chamados Euprepes coctei..........

Os Euprepes coctei estavam considerados extintos, ninguém sabia qual a proveniência do espécime cuja pele fora descrita com esse nome por Duméril & Bibron, e por Cuvier, que lhe estudara o crânio, com o nome de Lacerta scincoides, o scinco de língua azul australiano. Nunca ninguém vira um espécime vivo de Euprepes coctei. Porém, mal Greeff tal coisa anunciou, os extintos lagartos foram descobertos em Cabo Verde e logo tiveram duas redescrições, uma de Bocage com o nome de Macroscincus coctei, e outra de Troschell com o nome de Charactodon coctei. Se quer mais pormenores, leia, no TriploV, a história de Francisco Newton, esse bravo naturalista que antes de nascido já o era, e explorou todas as nossas colónias, conseguindo a proeza de o fazer ao mesmo tempo em Timor, São Tomé e Angola, etc..

Boulenger (1891) é quem publica esta belíssima estampa de Peter Smit. Diz ele que o mais próximo parente do lagarto negro gigante, endemismo estrito da ilha de Hierro, ou mesmo só de um rochedo ali existente, é o nosso sardão (Lacerta ocellata). E que a espécie fora descrita a partir de um exemplar coligido por Lord Lilford, o mesmo que deu origem às centenas de lagartixas lilfordi das Baleares (procure neste site e achará uma base de dados sobre as Podarcis lilfordi e pityusensis), afirmações que devem ser grandes, duplas e tão negras maldades como gatos horrorosos.............................

Nota - A bibliografia relativa às obras de que foram retiradas as estampas está em Biblos-Alexandria, neste site. Procure, nestes casos, os textos de Boulenger, de Bocage e Troschell.