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Magloire Saint-Aude
REFLEXOS

Atado, franzino, o mofo do nada

na minha gravata de cavalo

flácido como o desconhecido e sobre os caminhos.

 

Lamentações nos escarros dos mortos.

 

A negligente franquia paga para falar

fora das minhas ancas

como um alazão árabe.

O êxtase o luto a luxúria

na gordura dos repiques dos estertores.

 

No calafrio das rendas, ó minha bela emoção

- frio de lâmpadas frias.

 

Doce e gelada a rua da Madalena

hortelã-pimenta de extintos lumes.

 

Eu saio dos liames do meu sol invulgar.

Serei eu o intérprete dos séculos

a escultura dos ventos dos centauros?

 

Desço, desenraizado repetido

num cabelo antecedido p’los meus dedos.

 

E como a suavidade da carícia

para onde vai, ó paz, o meu coração?

 

No galope dos mudos zeladores

dobro-os congelo-os

- castos de vida

nos faróis recortados.

 

Amargo é quem nasce para os elogios

e a vós deseja, espíritos

enclausurados e marmóreos

 

Pois este é o poema do prisioneiro

o tilintar dos sóis rememorados

 

E as matracas enterradas

no coração do peregrino.

 

Eis o meu sudário sem coroa

na vaidade deste baile

nos saltos de Antinéa

enluvada por este ideal.

 

A estrela do mendigo ouve

ouve o respirar vazio

da minha morte

da minha angustiada estupefacta

escrita

este meu lenço rendilhado de cambraia.

 

Retorcidos nos meus olhos apagados

a caneta e o poema que não atende a causas.

 

Limitado à desgraça sem repouso

Edith é a minha própria face lívida.

 

Mas meus olhos sempre os retiro

do enterro dos olhos ressuscitados…

 

in “Poèmes”

 
 
 
Tradução de NS