But alas for the stability of this ingenious
natural-history romance!
All reasoning upon Dr. Gray’s imaginary animal now
becomes superfluous, and we have only to deal with
Prof. Bocage’s specimens.
Bowerbank (acerca de Hyalonema lusitanica) 

NOTAS 

1. Laureano Perez Arcas, Especies nuevas ó críticas de la fauna española. Anales de la Sociedad Española de Historia Natural, I, Madrid, 1872.

2. V.P. Mellado & A. Salvador, The Balearic lizard: Podarcis lilfordi (Günther, 1874) (Sauria, Lacertidae) of Menorca. Arquivos do Museu Bocage, NS, I: 10, 1988.

3. F.A. Martins de Carvalho, Algumas Horas na minha Livraria. Coimbra, 1910.

4. Jorge de Abreu, A revolução portuguesa. Rio de Janeiro e Lisboa, 1913.

5. A.H. de Oliveira Marques, História da Maçonaria em Portugal. Política e Maçonaria - 1820-1869. Segunda Parte. Editorial Presença, Lisboa, 1997.

6. Um dos textos de base espiritual da maçonaria é o Apocalipse segundo S. João.

7. A.H. de Oliveira Marques, Dicionário da Maçonaria Portuguesa. I e II. Editorial Delta, Lisboa, 1986.

8. CGRA - Catálogo geral de répteis e anfíbios do Museu Bocage. Caderno manuscrito por dois funcionários, no Verão de 1915, intitulado "Deposito de Reptis". Dá conta da destruição das etiquetas de talvez dois terços da colecção, que assim ficou inutilizada. Arquivo histórico do Museu Bocage (=AhMB), Rem.-247.

9. Vivien Saint-Martin, continuado por Louis Rousselet, Nouveau Dictionnaire de Géographie Universelle. Tomo VI, Paris, 1894.

10. Pinheiro Chagas, Os Portuguezes na Africa, Asia, America e Oceania. Lisboa, 1910.

11. Alice Godinho Rodrigues, Correspondência de J. Batalha Reis para Barbosa du Bocage. INIC, Lisboa, 1990.

12. Eduardo Sequeira, Guia do Naturalista. Porto, 1888.

13. Correspondência de Francisco Newton para Bocage e outros naturalistas, abrangendo o período de 1885 a 1902. Arquivo histórico do Museu Bocage, CN/N-10 a CN/N-149.

14. Manuel Paulino d’Oliveira, Aves da Península Ibérica e especialmente de Portugal. Imprensa da Universidade. Coimbra, 1928, 3ª edição.

15. L.V., José Maria Rosa de Carvalho. Annaes de Sciencias Naturaes do Porto, IV, 1897. Esta nota é uma necrologia e L.V. são as iniciais de Lopes Vieira, naturalista do Museu Zoológico de Coimbra. Rosa morreu na sua Quinta do Espinheiro a 11 de Outubro de 1896. 

16. Manuel Ovilo y Otero, Biografía del naturalista español Don Victor Lopez Seoane. Escenas Contemporaneas, I (8). Madrid, 1883.

17. Eduardo Boscá, Nota sem título. Actas de la Sociedad Española de Historia Natural, IX, 1880. 

18. Eduardo Boscá, Nota sem título. Actas de la Sociedad Española de Historia Natural, IX, 1880, págs. 38-39.

19. Eduardo Boscá, Adiciones herpetológicas a la fauna de Cataluña. Boletín de la Real Sociedad Española de Historia Natural, XVI (4), 1916.

20. Eduardo Boscá y Casanoves, Una adición al género Pelobates Wagler. Boletín de la Real Sociedad Española de Historia Natural, XIX (2), 1919.

21. J. de Bedriaga, De l’importation et du croisement de reptiles et amphibiens. In: Congrès International de Zoologie. Deuxième session, à Moscou. Première Partie. Moscou, 1892.

22. J. de Bedriaga, Chalcides Symonyi Steind. et Molge Luschiani Steind. In: Congrès International de Zoologie. Deuxième session, à Moscou. Première Partie. Moscou, 1892.

23. Xose A. Fraga Vazquez, O ensino das Ciéncias Naturais. A História Natural na Universidade de Santiago (1815-1919). Ingenium, 3, 1992. Seminario de Estudos Galegos.

24. Os Hyperolius vão dar muita preocupação a Bocage, em particular Rappia plicifera (=Hyperolius marmoratus). No CGA, vemos que Francisco Newton enviou exemplares de Cabo Verde, ilha de Santo Antão (699). A herpetologia não refere a existência de rãs neste arquipélago, apesar de obras antigas as mencionarem. Também ignorava a existência de sapos, só descobertos em Cabo Verde em 1964, apesar de obras antigas os mencionarem. Na transcrição do CGRA, o número corresponde a numeração em placas de chumbo presas aos frascos. Então temos H. marmoratus de Angola e Cabo Verde dentro do mesmo recipiente, algo similar ao Hyperolius num frasco cheio de rãs espanholas.

A data de remessa de Newton também é muito significativa: o telegrama dos ingleses que veio a chamar-se Ultimatum, exigindo aos portugueses que retirassem dos territórios situados entre Angola e Moçambique, ou a esquadra inglesa estacionada em Gibraltar bombar­dearia Lisboa, tinha data de 11 de Janeiro de 1890. É a partir do Ultimato que os republicanos ganham força. A revolução do 31 de Janeiro, no Porto, foi em 1891. Em 1892 Newton veio a Portugal falar do “comércio” do Daomé.

25. O CGRA mostra que no Museu Bocage se recebiam animais provenientes de regiões a cuja fauna (ainda) não pertencem, caso de cobras nos Açores (406) e sardões em Angola (569).

 26. Não é verdade que todos os répteis e anfíbios do país se concentrem nas Caldas do Gerês, onde Alfredo Tait tinha uma propriedade. O próprio Sequeira mostra que o Porto também é local privilegiado para a herpetofauna. Os Seps chalcides são ali abundan­tíssimos, em especial para os lados da Maia, onde nascem aos cardumes debaixo dos pés. E o Blanus cinereus (cego e subterrâneo) também abunda tanto que foi encontrado por Isaac Newton na rua da Restauração, quando acabava a visita ao Palácio de Cristal. Isaac Newton tinha casa em Matosinhos. Deve ter enviado todas as espécies do país (e não só) para Lisboa com etiquetas a informarem que tinham sido coligidos em Esmoriz, Matosinhos, Vila Nova de Gaia, etc., e Porto propriamente dito.

Para o Porto e cercanias foram citadas todas as espécies e subespécies que existem em Portugal, e são muitas, mesmo espalhafatosamente abundantes face à realista sobriedade do catálogo de Vandelli. Para o Porto, só não foram citadas Hemidactylus turcicus (redescoberta há pouco, após longa ausência de 60 anos e conhecimento de só três ou quatro exemplares), Acanthodactylus erythrurus, Lacerta hispanica vaucheri (que saibamos, ainda só se conhece o tipo, de Salir, Algarve, coligido por Gadow; esse exemplar serviu de base à descrição de Boulenger, em 1905, como variedade), Lacerta m. monticola (até Crespo redescobrir esta espécie, em 1974, só se conhecia ainda o exemplar-tipo, da Serra da Estrela, que serviu a Boulenger para a descrição, em 1905, como variedade), Pleurodeles waltl, Hyla meridionalis e Macroprotodon cucullatus (raríssima, Boscá trouxe poucos exemplares para acrescentar à nossa fauna). As restantes 36 formas de répteis e anfíbios de Portugal registadas por Crespo nos catálogos de 1971 e 1972 (hoje já devem ser mais) foram todas citadas para Porto e arredores, o que só se compreende pela boa vontade de os naturalistas enriquecerem a fauna de uma região que em matéria de répteis e anfíbios devia ser paupérrima. Na Quinta do Alfeite também existem todas as espécies de répteis e anfíbios de Portugal, à excepção dos quioglossos. Corrija-nos pelos Anexos, há mais uma ou duas excepções.

27. Carta de Bocage para José Augusto de Sousa, s/d, s/l, a falar da remessa de Seoane. AhMB, CN/B-72.

28. Eduardo Boscá, Nota sem título. Actas de la Sociedad Española de Historia Natural, VI, 1877: 21-24.

29. E.G. Crespo, Répteis de Portugal continental das colecções do Museu Bocage. Arquivos do Museu Bocage (2) III (17), 1972.

30. J.-L. Perret, Révision des Amphibiens africains et princi­palement des types, conservés au Musée Bocage de Lisbonne. Arquivos do Museu Bocage (2) VI: 2, 1976.

31. Artur Ricardo Jorge, Um homem nefasto, Lisboa, 1963.

32. José Brandão, Carbonária - O Exército Secreto da República. Perspectivas & Realidades, Lisboa, 1984.

33. Carlos França, Le Professeur Barbosa du Bocage 1823-1907. Bulletin de la Société Portugaise des Sciences Naturelles, II (1-2), 1908.

34. José Antunes Serra, Relatório do Director: Museu e Laboratório Zoológico e Antropológico. Revista Portuguesa de Zoologia e Biologia Geral, 3 (1-3), 1961.

35. Nada menos que cinco autores de três nacionalidades foram precisos para substituir os sapos parteiros da Península, Discoglossus pictus, por Discoglossus galganoi: M. Capula, G. Nascetti, B. Lanza, L. Bullini & E. G. Crespo, Morphological and genetic differentiation between the Iberian and the other West Mediterranean Discoglossus species (Amphibia Salientia Discoglossidae). Monitore Zoologico Italiano, N.S., 19, 1985. 

O primeiro autor, cinco anos depois, já não reconhecia a espécie Discoglossus galganoi. Na Península, o que voltou a existir foi Discoglossus pictus: Massimo Capula, The MacDonald Encyclopedia of Amphibians and Reptiles. London, 1990.

36. Fernand Lataste, Sur une nouvelle forme de Batracien anoure d’Europe (Alytes Obstetricans Boscai, n. subsp.). Communication faite devant la Société Zoologique de France, le 11 novembre 1879. Revue des Travaux Scientifiques, IV: 12 (1880).

37. Boyd Alexander, On the Birds of Fernando Po. The Ibis, 1903.

38. Xose A. Fraga Vasquez, Victor Lopez Seoane. Instituto “Jose Cornide” de Estudios Coruñeses. La Coruña, 1992.