Pede uma voz um número ao telefone:

Norte - 2, O, 5, 7...

E no Ar eis que se cravam moldes de algarismos:



Mais longe um criado deixa cair uma bandeja...

Não tem fim a maravilha!

Um novo turbilhão de ondas prateadas

Se alarga em ecos circulares, rútilos, farfalhantes

Como água fria a salpicar e a refrescar o ambiente...

- Meus olhos extenuaram de Beleza!

Inefável devaneio penumbroso -

Descem-me as pálpebras vislumbradamente...

....................................................

...Começam-me a lembrar anéis de jade

De certas mãos que um dia possuí -

E ei-Ios, de sortilégio, já enroscando o Ar...

Lembram-me beijos - e sobem

Marchetações a carmim...

Divergem hélices lantejoulares...

Abrem-se cristas, fendem-se gumes...

Pequenos timbres d'ouro se enclavinham...

Alçam-se espiras, travam-se cruzetas...

Quebram-se estrelas, sossobram plumas...

Dorido, para roubar meus olhos à riqueza,

Fincadamente os cerro...

Embalde! Não há defesa:

Zurzem-se planos a meus ouvidos, em catadupas,

Durante a escuridão -

Planos, intervalos, quebras, saltos, declives...

- Ó mágica teatral da atmosfera,

- Ó mágica contemporânea - pois só nós,

Os de Hoje, te dobrámos e fremimos!

....................................................

Eia! Eia!

Singra o tropel das vibrações

Como nunca a esgotar-se em ritmos iriados!

Eu próprio sinto-me ir transmitido pelo ar, aos novelos!

Eia! Eia! Eia!...

(Como tudo é diferente

Irrealizado a gás:

De livres pensadoras, as mesas fluídicas,

Diluídas,

São já como eu católicas, e são como eu monárquicas!...)

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Sereno.

Em minha face assenta-se um estrangeiro

Que desdobra o «Matin».

Meus olhos, já tranquilos de espaço,

Ei-los que, ao entrever de longe os caracteres,

Começam a vibrar

Toda a nova sensibilidade tipográfica.



>>>>segue>>>>