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FERNANDO BOTTO SEMEDO
Chama de água

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As crianças que correm por este papel branco

O meu sangue branco é uma folha das infinitas

Na minha infância via corredores de hospitais

As nuvens passam como sinal do tempo mortal

Quiseram ceifar a primavera, cortando cerce

Doem-me estes poemas tão pobres, tão humildes

As crianças que correm por este papel branco

As crianças que correm por este papel branco

E efémero têm os rostos de todos os santos

Que viveram na mais pura dádiva de

Todo o seu amor sagrado, para a construção

Da casa da poesia eterna e simples,

Da poesia que nasce das sementes do sonho,

Desde sempre semeado por todas as infâncias

De sol fulgurante e luar branco

Em histórias absurdas e reais.