LUÍS SERGUILHA
Texto 2

As faces palpitantes navegam no cordame do ventre desembarcado nas dedicatórias das vindimas

é nesta calmaria quase perpétua

que os cubos crepusculares estiolam as superstições minúsculas dos frutos inalteráveis

é nesta espinha firmemente divina

que o testemunho da sementeira se distancia da implacável profusão dos abrasamentos

para abraçar mudamente os juramentos da fantasia universal

para purificar a divisibilidade das antenas aflautadas dos desfiladeiros

encharcados de pássaros vagarosos

é neste ensaio de subtilezas que a procriação denomina o espalhamento das grutas como uma torrente rápida de florescências extasiadas de límpidas catedrais

onde perpetuamente as configurações invasoras das veias transfiguram os ângulos da celebridade aquática

albergada na aceitação fugaz dos tecidos absolutamente solares

é nesta combustão de cisternas distraídas

que as cabeceiras tumefactas dos polvos desordenam as forquilhas do absorvimento solar

para reencontrarem o prolongado açaime doutros astros protegidos admiravelmente

pelas mandíbulas dos caçadores sagrados

como se a humanidade derramasse os reflexos das letras surdas como a massagem da emigração da linfa a descerrar

a erecção da platina do dialecto inadiável

As fundações descuidadas têm uma estabilidade escarlate

como o retorno dos candelabros na exaltação das gargantas dos guindastes

aqui os pássaros inspiram as circulações dos pilares extenuados e as geografias nocturnas são lavradas aereamente

pelas metamorfoses das corolas sonhadoras

A pastagem é possessiva ao abismar-se nas sibilarias secretas imitando as ofegantes labaredas nas estações de ouro-orvalho

onde as equivalências dos passageiros encobertam fixamente o tomilho extenuante da astronomia

As espirais refreadas das avenidas abalançam-se nos chocalheiros elétricos dos abarracamentos

para derramarem os forros dos latejos extravagantes nas entradas subaquáticas

predestinadas ao paraíso dos cios cosmopolitas