LUÍS SERGUILHA
Texto 1

Numa ondulação intervalada de rastejantes substâncias

magnetizas a espádua ilimitada das combinações

que auscultam o exuberante deslizamento dos semáforos instantâneos

onde os pilares escalavrados do sol parecem pássaros de vantagens perfeitas

As assinaturas dos abrigos inesperados são longamente embaladas pelo esboço incandescente dos golfos caçadores

como as lavras despercebidas a susterem as sentenças primaveris dos labirintos

sobre a circunspecção cosmopolita dos respiradouros

aqui as escrituras caprichosas das maratonas solares são capturadas

pelas toalhas aceleradas das fêmeas que partilham o monumento do ilusionismo

com a lua fenícia das eternas fronteiras

As linhas iluminadas das alavancas esmeram a navegação cerâmica da mítica cordoagem

como os tambores hesitantes dos corações aborígenes a legitimarem os tronos sibilantes das serpentes

nas reentrâncias fatídicas das tapeçarias quase terrestres

aqui os calendários anunciadores dos esconderijos verificam a claridade dos gémeos hospedadores

enredados furtivamente

entre os acolhimentos vasculares e as latitudes fulgentes dos felizes estorvos

A orquídea cósmica reúne minuciosamente os imponentes amparos da livre plumagem

para inclinar os lábios purificados da cidade-desembarcadouro na preciosidade da momentânea tempestade

e a demarcação esplendente das rosáceas enfeitiça a fertilização dos golpes equilibrados nos profundos inventários das mós atlânticas

onde as cortinas inenarráveis dos úteros se contraem sonoramente

Assim as origens das premeditações aperfeiçoam as metamorfoses

das guelras nos minúsculos enxovais incrustados no morro-navio do alabastro

assim a altercação cilíndrica do chã fecha as bordas concisas destinadas ao destacável anarquismo da pélvis universal