Luís Estrela de Matos

Tristes trópicos, com certeza
Sem  demarcações  e  esperanças
Uma bandeira se crava em silêncio e argila
Pode o corpo ter planta
Pode a planta sonhar um corpo
E um corpo sonhar uma alma
E a alma sangrar um deus
Fica-se tudo nos interlúdios
Quase um  bandeirante e sua sina
Mais que um  animal,
Mais que ofegante,
transpira sozinho
E feliz
Sua única certeza
Com gosto de  verde
  
carnívoro
 
 

Luis Estrela de Matos  -  escritor, professor universitário e doutorando em Literatura Comparada  pela Universidade Federal Fluminense ( UFF) finalizando uma tese sobre o Livro do Desassossego, de Fernando Pessoa.