:::::::::::::::::::::LUÍS COSTA::::::::::::
ÓRFICO
Um céu sem nuvens espaço telúrico
Ramagens atordoadas de evoés e evoés
Uma sonda de luz dionisíaca que os
Pássaros transportam em seus bicos
Que atiram de encontro às janelas

Vozes de floresta vozes verdes vozes
Fontes que jorram do corpo da flauta
Rios que trespassam o momento
O facho que passa de rua em rua de
Corpo em corpo de silêncio em silêncio

Ciência dos gestos gestos de pedra e cal
Danças e rodopios Rodopios e danças
carícias de musgo azul carícias tão-fogo!
O corpo em bronze a alma em liberdade

- A orelha encostada ao peito de Geia
Para ouvir a metamorfose das coisas

Luís, Züschen 2008

Luís Costa nasce a 17 de Abril de 1964 em Carregal do Sal, distrito de Viseu. É aí que passa a maior parte da sua juventude. Com a idade de 7 anos tem o seu primeiro contacto com a poesia, por meio de  Antero de quental, poeta/ filósofo, pelo qual nutre um amor de irmão espiritual. A partir dai não mais parou de escrever.

Depois de passar três anos  num internato católico, em Viseu, desencantado com a vida e com o sistema de ensino, resolve abandonar o liceu. No entanto nunca abandona o estudo.  Aprende autodidacticamente o Alemão, aprofunda os seus conhecimentos de Francês, bem como alguns princípios da língua latina. Lê, lê sem descanso: os surrealistas, a Geração de 27, Mário de Sá-Carneiro, Beckett, E. M. Cioran, Krolow, Homero, Goethe, Hölderlin, Schiller, Cesariny, Kafke e por aí adiante. Dedica-se também, ferverosamente, ao estudo da filosofia, mas uma filosofia viva. Lê os clássicos, mas ama, sobretudo, o poeta/ filósofo Nietzsche, o qual lera pela primeira vez com a idade de 16 anos : "A Origem da Tragédia" e o existencialista Karl Jaspers.

Mais tarde abandona Portugal rumo à Alemanha, pais onde se encontra hoje radicado.