:::::::::::::::::::::LUÍS COSTA::::::::::::
O LIVRO EXUMADO
(XLIV POEMAS) - Index
Simetria poética

M'illumino
  d'imenso
  Giuseppi  Ungaretti

I

A simetria dos corpos
um rasgo no azul,
uma seta para lá do tempo.

II 

A simetria das asas
Uma  janela aberta
Um cântaro de luz.

III

Dois gatos.
Um punhado de palavras.
O fogo na pele.

IV

Explosão de luz.
O voo dos pássaros pelos fios do telefone.
O milagre da internet.

V

Tremor de terra nos corpos.
O mistério dos sentidos,
centro de nós, gerando-se  em nós.

VI

A distância que nos une...
Com o flash do silêncio
Sondamos as cavernas do mundo.

Luís Costa nasce a 17 de Abril de 1964 em Carregal do Sal, distrito de Viseu. É aí que passa a maior parte da sua juventude. Com a idade de 7 anos tem o seu primeiro contacto com a poesia, por meio de  Antero de quental, poeta/ filósofo, pelo qual nutre um amor de irmão espiritual. A partir dai não mais parou de escrever.

Depois de passar três anos  num internato católico, em Viseu, desencantado com a vida e com o sistema de ensino, resolve abandonar o liceu. No entanto nunca abandona o estudo.  Aprende autodidacticamente o Alemão, aprofunda os seus conhecimentos de Francês, bem como alguns princípios da língua latina. Lê, lê sem descanso: os surrealistas, a Geração de 27, Mário de Sá-Carneiro, Beckett, E. M. Cioran, Krolow, Homero, Goethe, Hölderlin, Schiller, Cesariny, Kafke e por aí adiante. Dedica-se também, ferverosamente, ao estudo da filosofia, mas uma filosofia viva. Lê os clássicos, mas ama, sobretudo, o poeta/ filósofo Nietzsche, o qual lera pela primeira vez com a idade de 16 anos : "A Origem da Tragédia" e o existencialista Karl Jaspers.

Mais tarde abandona Portugal rumo à Alemanha, pais onde se encontra hoje radicado.