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Oscar Portela
Ahora-agora
Ahora

Ahora que mis soles mortecinos
Van a eclipsarse definitivamente,
¿Como no salmodiar al dios que nace,
Estrella de la mañana, nueva aurora –
Y libar de su polen que da vida
Y abras de luz a un mundo ensimismado?
Aquí bebe el mortal, no en los
Dioses crucificados o dolientes,
Sino en la transfiguración eterna de lo
Mismo, el mismo sol eternamente
Diferente. Es Apolo y es Marcias
A un mismo tiempo: sus bucles caen
Sobre el poniente como versos
De un cadencia insomne que a si misma
Se ignora. Los tiempos de indigencia
No son gratos. En extraños convierte
A los que gratitudes y reverencias
Se prometen y pactan un secreto
Que al mismo mundo dejaría inerte.
Cuatro letras, cuatro signos conforman
El alfabeto que puso un Dios entre
Mis labios para que cante el canto
Ya postrero de aquellas osadías
Que me llevaran antes al Conquero. Sale
Del agua, del canto emerge siempre
Como lo mismo renovado y en ésta
Soledad del alma mía, el amor se me muere
Entre los labios. Es la vida que vuelve
Mientras ya me despido de éstos aires.

Oscar Portela
27 de diciembre del 2006

 
Agora

Agora que os meus sóis mortiços

Vão eclipsar-se definitivamente,

Como não salmodiar o deus que nasce,

Estrela da manhã, nova aurora –

E libar o seu pólen que dá vida

E clareiras de luz a um mundo ensimesmado?

Aqui bebe o mortal, não nos

Deuses crucificados e doentes,

Sim na eterna transfiguração do

Mesmo, o mesmo sol eternamente

Diverso. É Apolo e é Marsias

Em simultâneo: os anéis do seu cabelo caem

Sobre o poente como versos

De uma cadência insone que

Se ignora. Os tempos de indigência

São ingratos. Em estranhos converte

Os que gratidão e reverências

Se prometem e um pacto de segredo

Que o mundo deixaria inerte

Estabelecem.

Quatro letras, quatro signos conformam

O alfabeto que pôs um Deus na

Minha boca para que entoe o canto

Já derradeiro das ousadias

Que outrora me levaram ao Conquero. Sai

Da água, do canto emerge sempre

Como o renovado mesmo e nesta

Solidão da minha alma morre-me

O amor entre os lábios. É a vida que regressa

Quando já destes ares me despeço.

Oscar Portela
27 de Dezembro de 2006
Traduzido por Maria Estela Guedes