REVISTA TRIPLOV
de Artes, Religiões e Ciências
nova Série . número 66 . agosto-setembro . 2017 . ÍNDICE

 
 

João Santos Fernandes (Portugal). Coronel do Exército de Portugal, aposentado, casado e natural de Lisboa. Autor dos livros Portugal Iluminado (1997), Despertar do Ser (1999), ambos da extinta Editora Hugin, Cicutem Sócrates/disse a grande prostituta republicana (2009), Aníbal/ maldição do Deus de Israel (2010) e Os Cardeais de Camarate publicados pela Fronteira do Caos Editores. Desde os 25 anos teve uma carreira diversificada a nível do intelligence militar, começando por ser nomeado para a Comissão de Extinção da Ex-PIDE/DGS e LP, passando por órgãos de informações de Estados-Maiores e Quartéis-Generais, reuniões e missões a nível da NATO em Bruxelas e ex-Jugoslávia.
 
 Publicamente destacou-se a sua investigação no assassinato do General Humberto Delgado, a participação num dos inquéritos da Assembleia da República sobre o Caso Camarate, bem como nos contributos à Universidade Aberta em Congressos sobre África, com relevo para os temas A PIDE/DGS e a Guerra Colonial e Os Massacres de Williamo, integrados nos Livros de Actas dos Congressos publicados em 2001 e 2002 pela Editorial Notícias. É membro de Comunidades, Sociedades e Ordens Iniciáticas de raiz cristã, nacionais e estrangeiras, tendo sido expulso de duas, a GLRP e GPIL, não pactuando com violações dos seus padrões de moral e ética em prol do seu forte ideal ecuménico e desenvolvimento do ser humano, bem expresso por Embaixadas, Órgãos de Soberania e Comunidades religiosas. Confrade da Academia Lusitana de Heráldica propôs um Brasão-de-Armas para a União Europeia, infelizmente rejeitado, acarretando, na sua visão, nefastas consequências. 

JOÃO SANTOS FERNANDES

 

Da Estética à Ética

Visões reais e mentais em padrões morais da Humanidade

(temática apresentada na Quinta do Frade a convite da Revista TRIPLOV)

(texto de João Santos Fernandes com imagens adaptadas do GOOGLE)

Sendo a ética a filosofia da moral e a estética, em geral, o despertar dos nossos sentimentos perante a Arte do BELO em nós, fácil é inferir que ao longo de séculos grandes têm sido as variações comportamentais do ser humano perante o seu pensamento e a forma como ele aprecia o que o rodeia, cativa e leva a adquirir obras-de-arte, ou a decorar e dar harmonia ao seu lar e ao seu viver.

Se pensarmos nos períodos paleolítico e neolitico, onde a sedentarização humana era escassa e a nomadização enorme, imaginando-se a rudeza comportamental, raramente tribal mas gregária, mesmo conseguimos encontrar o imortalizar do BELO nas cavernas, em pinturas rupestres, no plasmar do transcendente na arte funerária, megalítica ou em traçado de sinais e amuletos, encontrando-se ainda na escassa arqueologia, em osso ou pedra, muita estatuária pequena, simbolizando a fecundidade, maternidade e a sobrevivência (caça, pastorícia e pesca) do ser humano. Podemos dizer que esta estética e ética eram inseparáveis do rumo de como nascer, viver e morrer, até surgirem os primeiros pólos de sedentarização, antes em palafitas e castros, depois em recintos tribais e lugarejos.

O salto proto-histórico neste tema proposto, acontece com as raizes civilizacionais sitas na Mesopotâmia (Suméria-Babilónia; Tribos de Israel; Assíria-Fenícia), Pérsia, Egipto, Mar Mediterrâneo (Civilizações Micénica, Etrusca, Celta e Ibéro-Africanas), ou, se quisermos, na grande área da Matriz Indo-Europeia. Porém, não nos devemos esquecer das Américas (Maias e Incas) e do Extremo Oriente (Matriz védico-xintoísta que germinará os povos do hinduísmo, budismo, confucionismo e taoísmo), ou seja, temos a ÉTICA sob a égide dos Deuses e a ESTÉTICA gravitando em três grandes CLASSES SOCIAIS: a de palácios e templos; a de homens livres e de homens públicos, sob um patriarcado quase universal; a  de escravos e de «bolsas neolíticas» perdidas nas florestas ou errantes.   

Mas para nos centrarmos no tema, face ao limite de tempo de 15 minutos atribuídos,  surge a Civilização Grega, onde um conceito simples de filosofia irá dignificar o BELO e transformar a ética ancestral das leis de talião, dos rituais de sacrifícios humanos aos Deuses, dos absolutismos reais e sacerdotais: OS DEUSES DEVEM SER CRITICADOS E OS HUMANOS ASCENDER À DIVINIZAÇÃO.

São os 14 Sábios gregos, os ANTIGOS (Tales, Pítaco, Bias, Sólon, Cleobulo, Periandro e Quilon) e os CLÁSSICOS (Anaxágoras, Anacarses, Pitágoras, Orfeu, Sócrates, Platão e Aristóteles) que ajudam a moldar, na mitologia das NOVE MUSAS (Calíope, Clio, Euterpe, Melpómene, Talia, Terpsícore, Erato, Polímnia e Urânia), as Humanidades (poesia heróica, história, música, tragédia, comédia, dança, poesia lírica, elegia e astronomia), bem como as Escolas de Ciência (ensinando a ESCULTURA e ARQUITECTURA) e os LICEUS de aprendizagem global, onde alguns professores eram sábios escravos, ministrado-se de manhã o esotérico e à tarde o exotérico, até Platão fundar a ACADEMIA.

Tipifiquemos este Mundo Antigo até ao «Século de Péricles», apesar dele só ter governado a Cidade-Estado de Atenas por 16/17 anos, finalizado pelo desmembramento do Império de Alexandre Magno, agregando saberes vindos da Pérsia e da Índia:

  Os povos visualizavam  o conceito e realidade de BELO nas grandes construções de palácios, templos e colossais  obras faraónicas, venerando deuses de imolações ou idolatrando governações ditas divinas, temendo a moral das leis de talião (iniciadas pelo Código de Hamurábi) e o poder da pena de morte emanada pelas elites. Com o advento grego a Humanidade plasmou SETE MARAVILHAS, sendo 2 a Pirâmide de Gizé e os Jardins Suspensos da Babilónia e mais outras 5 fruto do helenismo: Templo de Ártemis, Estátua de Zeus, Mausoléu de Halicarnasso, Colosso de Rodes e o Farol de Alexandria.  

Os povos do Mar Egeu, da talassocracia cretense às colónias gregas do Mar Mediterrâneo, Mar Negro e Região do Bósforo, fundaram uma nova estética e ética, desde o belo Humano e da Paz nos Jogos Olímpicos ao harmonioso da Arte Escultórica, gerando o pensamento da filosofia como «amor da sabedoria» que permitiu ver o mental nas construções e a feitura das leis num conceito democrático de Clístenes, tornando-se a moral próxima dos ideais de LIBERDADE e FELICIDADE.
 

A Civilização Romana vai metamorfosear este ideal helénico-ptolomaico, dos deuses aos costumes, das ciências às artes, compilando e padronizando o Direito, permitindo ao ser humano continuar a ser herdeiro da dualidade da sua visão: o real e o estético; o mental e o simbólico exposto. Isto traduzui-se na apreciação mais cuidada e motivadora da erudição do mitológico, do misterioso, do enigmático, do fabuloso e do cósmico, enquanto a visão mais recuada dos povos da proto-história tinha a supremacia racional do megalítico, majestoso e monstruoso, potenciando-se o culto funerário da morte, donde dele se «exceptuavam» as almas das classes inferiores e de muitas mulheres.

As Escolas do Conhecimento e Saberes, apesar do Patriarcado dominante, tinham também «mantos» Matriarcais, como os Mistérios de Ísis, Deméter, Atena, Danann, ou de nexo causal com o planetário e misterioso culto serpentário, da «cabeça dos faraós» ao Paraíso de Adão, das simbologias funerárias plebeias e da medicina grega até aos Templos das «Serpentes Emplumadas» das Américas e dos SETE povos principais: Nahuas, Toltecas, Astecas, Maias, Incas, Zapotecas e Quéchuas.

Podemos dizer que para além da estética visual e sem depender de qualquer ética, o ser humano criou uma estética mental hermética que se manisfesta de formas diversas: a mais simples, atribuindo, por exemplo, a leões alados, minotauros, esfinges, grifos, ninfas, centauros, unicórnios, sagitários, pégasos, dragões, serpentes e anjos, iconografias de regras de conduta e advertência para apreciar o BEM e o MAL, ou melhor, o BELO ou o IMPERFEITO; criou e irradiou fábulas de Pitonisas a Esôpo, das Vestais a Fedro, dos Monges a La Fontaine, para padronizar a moral pública, longe das religiões e dos seus dogmas; manteve elites, cada vez mais secretas, por perseguições, cruzadas e tribunais de fé, para criarem o BELO assente nos 7 SABERES gregos: gramática, dialética, retórica, música, geometria, aritmética e astronomia. Da Esfera Armilar de Erastótenes às primeiras Catedrais do Gótico Flamejante, vai uma Idade Média de um Românico austero, de uma moral feudal e decadente, de povos europeus sem liberdade, onde apenas emergem TROVADORES e raros reinos com sábios das 3 religiões vindas do Patriarca Abraão, onde havia CANTIGAS de Escárnio e Mal-dizer.    

Cansados os povos, a burguesia e as elites do Conhecimento da putrefação da estética e da ética medievais volta o RENASCIMENTO dos arquétipos greco-romanos, onde o velho «Século de Péricles» se torna no «Século dos Sforza e Medici» em Itália, na REFORMA da ÉTICA com as clivagens PROTESTANTES, com os novos Estados-Nação que irão surgir na PAZ DE WESTFALIA em 1648.

O ser humano  vê uma nova ESTÉTICA e ÉTICA graças a um escol, do qual destaco:

  Giotto, Botticeli,  Bramante, Alberti, Vecchio,  Donatello,  Piero della Francesca, Leonardo da Vinci, El Greco, Michelangelo, Raphael, Jan van Eyck, Tintoretto, Newton, Kepler, John Dee, Duarte Pacheco Pereira, Colombo, Vasco da Gama, Francis Drake, Fernão de Magalhães, Pedro Nunes, Garcia d’ Orta, Damião de Góis, Francis Bacon, Copérnico, Maquiavel, Montaigne, Lutero, Monteverdi, Arbeau, Descartes, Pacioli, Shakespeare, Fulvio Orsini (espólio no Vaticano) e Luís Vaz de Camões.   

Porém, este Renascimento não floresce com o despontar do desenvolvimento da instrução e da cultura dos povos europeus, como havia, em contrário, acontecido na Grécia. A Contra-Reforma e a Inquisição, o nefasto Império de Carlos V, o declínio dos Medici, com a sua Catarina, Rainha de França, a massacrar Protestantes na noite São Bartolomeu, com o júbilo do Papa, o Tráfico dos Escravos e a avidez de novos recursos naturais, pelas especiarias e posse de colónias, adultera toda a ética da Idade Moderna, gerando o absolutismo, o tráfico negreiro e as sumptuosidades da Basílica de Roma e dos palácios do Escorial, Schönbrunn, Versalhes, Charlottenburg, São Peterburgo e Mafra, como que se todos quisessem ultrapassar a grandiosidade do Palácio Pitti dos Mecenas Medici, cujo Patriarca, Cósimo, o Velho, tudo fez por nos dar uma mais moderna filosofia de Platão e Aristóteles.

O falhanço do RENASCIMENTO, do que nele se via de beleza estética e hermética, de simbologia de arquétipos clássicos e de escrita, poesia e prosa, de música e dança, de pintura e nova ciência, iria arrastar o POVO POBRE e INCULTO para os ideais morais da REVOLUÇÃO FRANCESA.

Porém, mais uma vez, voltam os ARCOS DE TRIUNFO da Roma Antiga e os sonhos imperiais da França de Napoleão, da Inglaterra da Rainha Victória e da Alemanha de Guilherme I, apesar de ter havido uma Nau »Mayflower», uma «Marselhesa», uma Estátua da Liberdade e a Revolução Russa.

A falta de instrução e salubridade, as leis e posturas racistas, a escravatura e ideais coloniais, mercantis ou geo-estratégicos, adulteram toda a ética da Idade Contemporânea.

   O ser humano da Revolução Industrial anglo-americana das máquinas a vapor, locomotivas e ferrovias e, depois, de bojudos cargueiros e grandes petroleiros, passou a ver o BELO, como nas obras colossais do Mundo Antigo: o Canal do Panamá e do Suez; as Barragens de Hoover e Assuão; o Empire State Building e o World Trade Center; o Eurotúnel e as novas Torres da Babilónia do Canadá (CN), dos EAU, Singapura e Astana. A monumentalidade da pedra passou a ser feita de betão-armado.

 Contudo, desta metamorfose do binómio burguesia-proletariado nasceu, felizmente, a ética das doutrinas filosófico-políticas do comunismo, socialismo, social-democracia e democracia-cristã, a par com novos sentidos de estética do século XX, como o impressionismo (luz e a sombra), o expressionismo (cor vibrante sentimento-angústia), o fauvismo (cores puras, simplificando formas), o futurismo (realidade-movimento), o cubismo (plano único de e com vários ângulos), o abstracionismo (desprezo por formas naturais), o surrealismo (sem lógica-razão, como ícone do inconsciente e sonhos) e, finalmente, porque mais lato e abrangente, no literário, musical, filosófico e político, o dadaísmo (absurdo, incoerente e caótico), um verdadeiro grito contra duas guerras mundiais.

                A partir dos anos 60 do século XX, os ideais éticos do Movimento Hippie, contra a ética tradicional, os poderios militares e económicos, a favor do amor livre e das drogas, dos Beatles a Jimi Hendrix, de Bob Dylan a Caetano Veloso, quais guerreiros da paz de Gandhi, Luther King ou Nelson Mandela, insuflados pelo Maio de 68 da França e do Festival Woodstock de 1969 nos EUA, incendeiam toda uma sociedade mundial incapaz de ter visto o futuro da juventude, com incompetentes líderes e actores da cena bipolar mundial de «guerras frias», onde «coreias», «muros de berlim», «revoluções culturais», «cubas», «vietnames», «biafras», «guerras de independências» e muitas «malvinas» se assemelham ao início do que é hoje esta NOVA IDADE MÉDIA onde o século XXI hoje se encontra, sem que se vislumbre um NOVO RENASCIMENTO, para neutralizar uma admissível III Guerra Mundial.

            Hoje que estética há, perante um mundo sem boa ética, onde impera a corrupção e as novas escravaturas, sob a tirania do poder financeiro selvagem não regulado, e que visão real e mental têm os povos, estando as verdadeiras elites nas cavernas, com o silêncio dos bons, esperando todos que a tormenta passe, sem se expulsarem os vendilhões dos «templos», «palácios» e muitos «governos»? O BELO está na tatuagem do corpo, na sua ornamentação por piercings, argolas e trajes andrajosos? O BELO está na estatuária com resíduos inertes, de telas enigmáticas, de músicas «heavy metal», pianos «preparados e disco-jokeys alucinados? Será que a juventude ocidental prefere decapitar e imolar-se pelo DAESH e a Humanidade seguir o Islão, iniciando a Arábia Saudita a islamização nos Balcãs ao financiar a construção de quase 400 mesquitas, espalhando logo o seu irradiar à Suiça e à França? Será que o «choque das civilizações» é um mero ataque islâmico à ética e à moral judaico-cristã?

Quase a terminar recordemos que os 10 Livros de Aristóteles, Ética a Nicômaco, tipificavam que a ética era também parte da política, mas a sua finalidade era a vida virtuosa e felicidade, para se poder visualizar o real, o sensitivo e o simbólico. A partir de 1834, o filósofo inglês Jeremy Bentham introduz nos séculos de estética-ética o conceito da ciência do dever e da obrigação: a DEONTOLOGIA. Kant vai desenvolvê-la e dividí-la em duas áreas: a RAZÃO PRÁTICA E A LIBERDADE. Esta evolução do anterior ILUMINISMO, com os ícones máximos de Voltaire e Rousseau, foi primeiramente aplicada à MEDICINA nos EUA, gerando novas deontologias, como a do DIREITO e JORNALISMO, e dá realidade às tipificações das éticas profissional, empresarial, individual, de cidadania e outras, sendo uma triste realidade o «laissez-faire, laissez-passer» perante as REGRAS da ÉTICA POLÍTICA e sua DEONTOLOGIA.

Estamos em condições de concluir que o ser humano visualiza a estética, afectado por regras, tabus e convenções sociais, com a moral dos costumes e, principalmente, com o seu grau de instrução e cultura. Porém, a ética que o tipifica e rodeia, ou seja, os valores do seu caráter, a vida virtuosa e a sua felicidade, dependem em muito da família, da instrução e política, como já expressava Aristóteles.

Quais foram as SETE MARAVILHAS mundiais e nacionais escolhidas pela Humanidade no dia 7/7/2007, em Portugal, no Estádio da Luz? Que arquétipos reais e mentais vê o ser humano nas suas estéticas e quais eram os padrões morais de ética no tempo das suas construções? Porque foi eleita MARAVILHA HONORÁRIA da Humanidade A NECRÓPOLE DE GIZÉ? Será que o ALÉM domina a visão da Humanidade? Talvez que em 2017 a maior visão da estética, numa ética de futuro, seja a ESTAÇÃO ESPACIAL INTERNACIONAL, gastando a Humanidade triliões de dinheiro na exploração do ESPAÇO.

 

SETE MARAVILHAS MUNDIAIS ELEITAS EM 2007

Grande Muralha da China, Cidade de Petra, Coliseu de Roma, Cidades de Chichen Itzá e Machu Picchu, Taj Mahal e o Cristo-Redentor do Brasil

SETE MARAVILAS NACIONAIS ELEITAS EM 2007

Castelos de Guimarães e de Óbidos, Mosteiros da Batalha, Alcobaça e Jerónimos, Palácio da Pena e a Torre de Belém

MARAVILHA HONORÁRIA DA HUMANIDADE

Necrópole de Gizé, evocando as 3 Pirâmides da Constelação Órion (Três Marias) e o Culto dos Mortos
 

As matrizes das Ciências e Humanidades assentam, há milénios, em pilares de PATRIARCADO, dominante em vários países, sendo raros os MECENAS e GOVERNOS que apoiam mudanças relevantes no pensamento e na doutrinação socio-política, acontecendo estas, quase sempre, por revoluções e posturas de contestação que mudam os costumes e as visões da estética. O medo das elites em mudança radicais agrava-se quando os seus povos, tantas vezes oprimidos, são muito incultos e pouco instruídos. Se nos lembrarmos que a nossa I República Portuguesa proibiu o voto feminino, tirando-o mesmo às mulheres que já o exerciam como «chefes-de família», não nos podemos espantar que seja difícil acabar hoje com «burkas», lapidações por adultério ou chicotadas por violação de padrões morais. Criticamos hoje a destruição de PALMIRA pelo DAESH, mas nada fizemos para travar fogueiras de livros e pessoas, holocaustos de etnias arménias e judaicas ou genocídios no continente africano, o qual em 1945 apenas tinha dois países independentes: a Libéria e a República da África do SUL.

Nestas 28 imagens de uma Humanidade com 6000 anos  de uma NOVA CIVILIZAÇÃO na Terra, muitas são as interrogações sobre os novos padrões morais e sensibilidade estética de uma futura Sociedade Mundial robotizada, de inteligência artificial, de empregos deslocalizados e globais, onde o materialismo, o espectro da guerra, das carnificinas e migrações é hoje um cenário de realidade.

Que ÉTICA e ESTÉTICA terá o século XXII face ao que for semeado neste nosso século XXI? Que doutrinas socio-políticas surgirão para teorizar novos MOVIMENTOS e PARTIDOS? Como vamos alterar a repartição da nossa RIQUEZA, hoje detida apenas por 1% da população mundial, estando na pobreza, ou no seu limiar, a outra de 99%? Apreciar-se o BELO com fome, sofrimento e doença num Mundo governado com pouca ÉTICA não é, seguramente, a melhor maneira de ter o RENASCIMENTO da FÉNIX que está na SALA DO CONSELHO DE SEGURANÇA da Organização das Nações Unidas.

Bem-hajam Vossas Excelências por me terem escutado.  

 
 
 
 
HOMENAGEM DO TRIPLOV A ERNESTO DE SOUSA
DIREÇÃO  
Maria Estela Guedes  
EDITOR | TRIPLOV  
ISSN 2182-147X  
Contacto: revista@triplov.com  
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