Tyrannosaurus rex viveu no Cretácico superior e foi um dos maiores carnívoros terrestres de sempre. No entanto, não há consenso acerca da possibilidade de ter sido predador, necrófago ou ambas as coisas. Fosse qual fosse o modo de vida deste carnívoro, os seus dentes, fortemente serrilhados e de longa raiz inserida no maxilar, eram ideais para rasgar carne. Até há poucos anos era considerado o maior dos terópodes, no entanto, Giganotosaurus e Carcharodontosaurus são maiores. Tyrannosaurus rex tinha crânio grande com órbitas pequenas, dentes compridos e pontiagudos, substituíveis, e inseridos em mandíbulas providas de fortes músculos. Os membros anteriores eram muito curtos e apresentavam dois dedos, enquanto que os posteriores eram robustos, com pés que tinham três dedos bem desenvolvidos e dotados de garras.

Quanto ao regime alimentar, a polémica mantém-se. Predadores ou necrófagos? Ou ambas as coisas? Alguns paleontólogos defendem que Tyrannosaurus rex não podia ter sido um predador, tendo em conta as pernas robustas (o que sugere baixa velocidade de locomoção), a diminuta dimensão dos braços, o pequeno tamanho dos olhos e a falta de provas de predação no registo fóssil, tais como ossos fósseis de outros animais com marcas de dentes de tiranossáurios. Por outro lado, as impressões na parede interna do crânio que correspondem à área do olfacto, e os membros posteriores fortes, capazes de lhe proporcionar longas deslocações, apoiam a hipótese de ter sido necrófago. É de referir que os actuais necrófagos têm bom olfacto e conseguem deslocar-se ao longo de grandes distâncias.














Como predados, os herbívoros desenvolveram estratégias defensivas entre as quais placas ósseas, espigões e cornos

Euoplocephalus tutus
Dinossáurio quadrúpede da família dos anquilossaurídeos. Viveu durante o Cretácico superior na América do Norte. Com membros curtos e robustos, tinha o dorso coberto por placas ósseas, dispostas em bandas, que lhe protegia o corpo. O crânio estava resguardado por placas ósseas, algumas delas pontiagudas, que lhe protegia o pescoço em caso de ataque de predadores. A maça óssea e pesada da extremidade da cauda terá sido usada como arma de defesa, capaz de infligir graves danos no atacante. Terão sido criaturas ágeis, não obstante o seu tamanho (cerca de 7m de comprimento).






Stegosaurus armatus
Dinossáurio herbívoro, quadrúpede, podendo atingir 7 m de comprimento. Em contraste com tal corpulência, a cabeça muito pequena, com um bico sem dentes.

Ao longo do dorso apresentava um conjunto de grandes placas ósseas achatadas e poligonais. A função deestas placas não é bem conhecida. Como estavam irrigadas por vasos sanguíneos, admite-se que terão tido um papel na regulação térmica do organismo, mas também poderão ter sido usadas como dispositivos de protecção ou de exibição. Os longos espigões na ponta da cauda seriam usados como arma de defesa, capaz de infligir danos no atacante. Enquanto quadrúpede, tinha a particularidade de os membros posteriores serem duas vezes mais compridos do que os anteriores. São conhecidos fósseis de Stegosaurus no Jurássico superior da América do Norte, Europa, Ásia e África.


Foto: pegada tridáctila de dinossáurio carnívoro (Terópode). Jurássico médio (175 Ma), Santarém, Portugal.

O estudo paleontológico dos rastos dos dinossáurios permite aperfeiçoar as reconstituições destes animais (morfologia das extremidades dos membros, dimensões dos animais, etc.), mas também obter informações sobre os ambientes onde viviam e os seus hábitos de vida: tipo de locomoção; velocidade a que se deslocavam; existência, ou não de comportamento gregário (manadas ou bandos), etc.

As pegadas e as pistas dos dinossáurios variam consoante o animal, o seu tamanho, a estrutura dos pés e das mãos, o seu modo de locomoção e comportamento e, ainda, a natureza e estado de compactação dos sedimentos que pisaram. Os dinossáurios bípedes produziram pegadas tridáctilas (os pés apresentavam três dedos bem desenvolvidos) com aspectos distintos, consoante eram terópodes (carnívoros) ou ornitópodes. Os terópodes deixaram marcas com dedos compridos e finos, terminando em ponta aguçada evidenciando a presença de garras.

Os ornitópodes (herbívoros) deixaram pegadas quase tão largas quanto compridas, pois os dedos eram, em geral, largos e curtos, com extremidades arredondadas por falta de garras tão pontiagudas como as dos carnívoros.