HELENA FIGUEIREDO:
AO SABOR DA PELE

PROSAS

Renascer
Doce infância
A menina de negro
Êxodo
Cegueira

POEMAS

Atípico
Liberdade
Leva-me contigo, pastor
Enleio
Tentação
Ninguém
Tabu
Poema sentido
Um dia sem ti
Vendaval

TABU

Quisera eu,
Ser fogosa,
Desvairada de amor,
Gueixa de noites
E dias de prazer,
Gritando em suspiros,
Toda a minha loucura.
Deixar-me possuir sem pudor,
Por corpos que me quisessem,
E abandonar-me
Na luxúria das paixões.
Mas não!
Carrego um fardo
De pecados originais,
E mortais também.
Não quero passar para o lado de lá
Da barricada.
Sou sentinela
De mim mesma,
Um anjo assexuado
Em corpo de mulher pagã.
Deus e o Diabo
me fizeram assim.
Tenho o condão
De me sentir virgem,
E assim permanecer,
Até que a minha alma
Gire um dia,
Nalgum girassol
Perdido no campo.

Helena Figueiredo nasceu em 9 de Março de 1959, numa pequena aldeia do concelho de Carregal do Sal, distrito de Viseu. É licenciada em Educação de Infância, e desde os 21 anos que trabalha com crianças entre os 3 e os 6 anos. Entre 2003 e 2006 prestou assessoria ao Conselho Executivo do Agrupamento de Escolas de Carregal do Sal.
Entrada no TriploV: Abril de 2008