CLÁUDIO PORTELLA.................

Entorpecentes - Index

A Revolta da Marionete

O Homem vale o que consegue desmontar
e não dá mais para guardar
o parangolé no qual eu e você nos enfiamos
Vou desmontar nossa cama
quebrar o bar
bater na sua cara
fazer você pirar
lhe mostrar por a mais a
que um homem também pode chorar
E se ando bebendo todas
é porque creio ser impossível
mexer com a verdade
sem titubear
de cara
e a verdade é
não há mais vida no ar que respiro
mais lua sobre o meu lar

Uma notícia biográfica, por ele mesmo [agosto/2000]:

Cláudio Portella, 27 anos. Escritor e Poeta. Legítimo representante da vanguarda contemporâneo na poesia brasileira. Nunca pertenceu a grupos. Acredita que a poesia atual, pois para ele nada é novíssimo, possui como característica o individualismo. Não o individualismo transparente, do qual refere-se Allen Ginsberg, quando interrogado acerca do que seria nudez na poesia, e esse imediatamente tirou a roupa.

O intimismo de Cláudio Portella, não é coeso, não é translúcido, não é emblemático, não é panfletário. Mas falho, caótico e doentio. Sua poesia busca cobrir a falsa moral, desdizer o lengalenga dos intelectuais, dos doutos que apontam os falos alheios comparando-os aos seus.

A poesia de Cláudio Portella é uma velhinha de 4000 anos, que sobe ao palco para declamar seus versos, de botas, gibão e guarda-chuva.

Jornal de Poesia.
http://www.revista.agulha.nom.br/cportella.html#bio