SEMANA DE VERÃO DE TEOLOGIA
FÁTIMA, 25 - 29 DE AGOSTO DE 2008

 

Durante séculos, metade da humanidade – as mulheres – foi maltratada na cultura e excluída na política. A ideologia estóica do poder assenta no tríptico: “ego, parentes, pátria” que as ignora. A Republica apoia-se na mulher dedicada ao lar, sem direito à palavra, e a política será reservada aos homens.

Denunciadas como gastadoras, infiéis, arrogantes, as mulheres na Cidade de Deus prolongam a sorte das Romanas, já consideradas como o “sexo defeituoso”.

Mónica não é descrita por Agostinho, seu filho como “santa mulher”, mas na medida em que está “ao serviço de seu dono”. Ser casada, mesmo no código cristão, é ser serva. Mesmo a divisa republicana francesa – “liberdade, igualdade, fraternidade”, apaga, a seu modo, a metade da humanidade.

A consciência desta exclusão não tem mais de um século na história das mentalidades. Banalizamos facilmente o racismo imemorial que pesa sobre as mães da espécie. Teremos ultrapassado estes arcaísmos, romanos ou cristãos, no nosso mundo em que há mulheres-ministros?

A exclusão actual das mulheres enraíza-se num passado nunca totalmente exorcizado. Não é só a República, mas também a Igreja cristã que é hoje convocada para responder diante do tribunal da leitura, da sua maneira de excluir as mulheres.

(José A. Mourão)

PROGRAMA

SEGUNDA-FEIRA – 25 DE AGOSTO
As mulheres na Bíblia

(Francolino Gonçalves)

TERÇA-FEIRA – 26 DE AGOSTO
As mulheres na prática ministerial da Igreja

(Bento Domingues / Maria Julieta Dias)

QUARTA-FEIRA – 27 DE AGOSTO
As mulheres na Política

(José Leitão / Cristina Clímaco)

QUINTA-FEIRA – 28 DE AGOSTO
As mulheres no Teatro e na Ciência

(Eugénia Vasques/ Estela Guedes)

SEXTA-FEIRA – 29 DE AGOSTO
O modo que têm (eles) de falar das mulheres

(Cristina Costa Gomes)

O modo que têm (elas) de falar de Deus

(José Augusto Mourão)

 

“Elas são quatro milhões, o dia nasce,
elas acendem o lume.
Elas cortam o pão e aquecem o café.
Elas correm esbaforidas para não perder o comboio, o barco.
Elas pousam o cesto e abrem a porta com a mão vermelha
Elas lavam. Elas carregam ao colo.
Elas batem à máquina palavras que não entendem.
Elas arquivam por ordem alfabética duas mil fichas e vinte e cinco ofícios.
Elas olham para o espelho muito tempo.
Elas choram.
Elas fizeram greves de braços caídos. Elas brigaram em casa para ir ao sindicato e à junta.
Elas souberam dizer salário igual e creches e cantinas. Elas foram pedir para ali uma estrada de alcatrão e canos de água.
Elas disseram à mãe e à sogra que isso era dantes.
Elas ouviram falar de uma grande mudança que ia entrar pelas casas. Elas choraram no cais agarradas aos filhos que vinham da guerra.
Elas choraram de ver o pai a guerrear com o filho. Elas tiveram medo e foram e não foram.
Elas levantaram o braço nas grandes assembleias.
Elas diziam tu às pessoas com estudos e aos outros homens. Elas acendem o lume. Elas cortam o pão e aquecem o café esfriado.
São elas que acordam pela manhã as bestas, os homens e as crianças adormecidas.”

Elas, Maria Velho da Costa (1975)

 
IMAGENS

Igreja da Santíssima Trindade

Igreja ortodoxa da Domus Pacis

 

INSCRIÇÕES

CONVENTO E CENTRO CULTURAL DOMINICANO
R. JOÃO DE FREITAS BRANCO, 12
1500-359 LISBOA
CONTACTOS:
GERAL: ista@dominicanos.com.pt

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