FARO: RIA FORMOSA / Tyto alba (Scop.) / Coruja-das-torres
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16-09-2004

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FAUNA DA RIA FORMOSA
 

À diversidade de comunidades vegetais corresponde uma abundância faunística que constitui um dos aspectos notáveis da Ria Formosa. Salienta-se a avifauna, na qual se incluem numerosas espécies consideradas ameaçadas, um dos principais interesses da conservação da natureza.

Muitas espécies de aves aquáticas migratórias, provenientes do Norte da Europa, passam aqui o Inverno ou utilizam a Ria como ponto de escala na sua rota, rumo a zonas mais meridionais. De entre as espécies invernantes mais relevantes podem destacar-se anatídeos como o Pato-real (Anas platyrhynchos), a Piadeira (Anas penelope), o Pato-trombeteiro (Anas clypeata), o Marrequinho-comum (Anas crecca) e o Zarro-comum (Aythya ferina) e das limícolas destaca-se o Borrelho-de-coleira-interrompida (Charadrius alexandrinus), o Borrelho-grande-de-coleira (Charadrius hiaticula), a Tarambola-cinzenta (Pluvialis squatarola), o Fuselo (Limosa lapponica), o Maçarico-de-bico-direito (Limosa limosa), o Maçarico-real (Numenius arquata), o Alfaiate (Recurvirostra avosetta), o Perna-longa (Himantopus himantopus), o Pilrito-pequeno (Calidris minuta) e o Pilrito-comum (Calidris alpina).

A Galinha-sultana (Porphyrio porphyrio) é a espécie emblemática do Parque. Devido à crescente protecção e estudo desta espécie, os seus efectivos populacionais têm aumentado nos últimos anos.

Merecem também destaque a colónia de Garça-branca-pequena (Egretta garzetta), o Colhereiro (Platalea leucorodia), que nidifica às vezes na Ria; e as populações de Cegonha-branca (Ciconia ciconia). A população de Andorinha-do-mar-anã (Sterna albifrons), uma espécie em declínio na Europa, que nidifica nas dunas e salinas da Ria Formosa, representa 40% dos efectivos totais populacionais de Portugal.

Aves de rapina são pouco frequentes mas, durante as épocas de migração e no Inverno, encontram-se a caçar por toda a área, Tartaranhões como o Tartaranhão-azulado (Circus cyaneus) e o Tartaranhão-caçador (Circus pygargus); a Águia-de-asa-redonda (Buteo buteo) e vários Falcões como Falcão-peregrino (Falco peregrinus) e o Peneireiro-vulgar (Falco tinnunculus). Assim como algumas rapinas nocturnas - a Coruja-do-Nabal (Asio flammeus ), a Coruja-das-torres (Tyto alba) e a Coruja-do-mato (Strix aluco).

É de salientar a importância da Ria no ciclo de vida de numerosas espécies de peixes, moluscos e crustáceos, principalmente como zona de reprodução e alimentação. As comunidades bênticas, com composição variando desde as espécies nitidamente marinhas a outras próprias do sistema lagunar, apresentam populações extremamente numerosas e, algumas das quais de interesse económico, caso da Amêijoa-boa (Ruditapes decussatus), do Berbigão (Cerastoderma edule) e do Lingueirão (Ensis siliqua).

Da ictiofauna estão identificadas 65 espécies, que se dividem em sedentárias, ocasionais e as migradoras-colonizadoras; de entre estas, as de maior interesse económico são a Dourada (Sparus aurata), o Sargo (Diplodus sargus), o Robalo (Dicentratus labrax), o Linguado (Solea senegalensis ) e a Enguia (Anguilla anguilla).

Nos répteis há que salientar a ocorrência do Camaleão (Chamaeleo chamaeleon), espécie ameaçada de extinção e cuja distribuição em Portugal está confinada ao litoral Sotavento do Algarve, nos pinhais da orla continental e nas ilhas-barreira.

Nos mamíferos existentes pode-se destacar a Lontra Lutra lutra, o Saca-rabos Herpestes ichneumon, a Geneta Genetta genetta, a Fuinha Martes foina, o Texugo Meles meles e a Raposa Vulpes vulpes.

SALINAS

A importância das salinas como habitat para as aves aquáticas tem sido reconhecida por diversos autores e Organizações Internacionais, que lhes atribuem igualmente uma importância fundamental na conservação de espécies raras e ameaçadas.

Para as aves aquáticas, particularmente as limícolas, as salinas constituem zonas de refúgio e alimentação fundamentais, quer durante o período de inverno, quer durante as migrações pré- e pós-nupciais. Por outro lado, as salinas constituem ambientes adequados para a reprodução de diversas espécies de aves, como o Perna-longa (Himantopus himantopus), o Alfaiate (Recurvirostra avosetta), o Borrelho-de-coleira-interrompida (Charadrius alexandrinus ), a Andorinha-do-mar-anã (Sterna albifrons ), etc.

Texto em linha no sítio do ICN
Instituto para a Conservação da Natureza

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