marcar rochedos
com dentes miúdos
ou beber poentes
que se instalam mudos
sobre línguas @ de terra conservadas
à pele da água
por um fio dourado


dia a dia a cidade aproximada
como água que se enfia
em cada um dos cinco @ dedos
presos por outros dedos cinco
de sal e de metal
fundidos
num cinto polar entre noite e dia
a cabeleira solar


por aí cantar âncora e vela
ou luz que a noite empresta
à enseada
emersa da lisura de uma praia
breve porque assim não é
a sua sombra que passa
numa língua estranha @ algo crua


medos de quem sobe
à beleza como grua
além do telhado citadino
esse pêssego lunar @ a embriaguez oculta
na radiação mortal do seu próprio eclipse


fechada ainda e lisa a pedra
ou concha entreaberta
trivia de seu nome latino
ou duplo beijo nesse lábio
quando a neblina se vem
na porosidade da areia



branca e deserta
a arena sacrificada
no altar de um touro
ofertas ao sol que o calcina @ em ondas
de amor infiltrado
no róseo cristal de uma salina


lenta é a umbra a que nos encostamos
pesada pixel a pixel
pela maresia
e então chega amaro o dia
com a sua cintilação que centopeia




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PORTUGAL-NOVEMBRO DE 2002