Exposição individual de pintura
A BIGORNA E O ANJO do surrealista holandês Rik Lina.

Inauguração: 11 de Setembro de 2009 na Fundação Escultor José Rodrigues (Fábrica Social), pelas 19:00 (Rua da Fábrica Social) no Porto.
Na inauguração haverá lugar a uma performance colectiva com a presença de elementos do Cabo Mondego Section of Portuguese Surrealism (Rik Lina, Seixas Peixoto, João Rasteiro & Miguel de Carvalho) assim como do Grupo CAPA (Collective Automatic Painting Amsterdam – Jan Giliam, Rik Lina, Paul Goodman).
Apresentar-se-á ainda o documentário audiovisual de Rik Lina com música experimental do compositor canadiano Paul Goodman.
O evento contará ainda com a apresentação do livro com o mesmo nome.
Para qualquer esclarecimento adicional, queira por favor contactar para:
Miguel de Carvalho
239 826 014 . 968 079 282 . miguel-carvalho@livro-antigo.com

01. Sinopse da exposição
a bigorna e o anjo
Rik Lina | exposição individual
7 de agosto a 30 de setembro ‘09
Fábrica Social | Fundação José Rodrigues
 

comissário
Miguel de Carvalho
A exposição de pintura do holandês Rik Lina, intitulada A BIGORNA E O ANJO na Fundação José Rodrigues (Porto) é resultado das suas relações com Portugal, em especial com os surrealistas portugueses, iniciadas na década de 70 com Mário Cesariny e Artur Cruzeiro Seixas e, mais recentemente, com Miguel de Carvalho em torno da editora de livros surrealistas Debout sur l’Oeuf. Este vínculo foi tanto mais reforçado com a sua recente integração nas actividades surrealistas do The Cabo Mondego Section of Portuguese Surrealism sediada na Figueira da Foz, onde estabeleceu residência.
Rik Lina é, para além de pintor e poeta, um surrealista que pinta e o resultado da sua forma de estar na vida encontra-se bem vincada nas obras que agora serão expostas, desde as de dimensões menores
até às de dimensões métricas, onde, segundo António Gonçalves, toda a sua pintura associa a audácia da cor vibrante ao poder sugestivo da mancha informal.
E porque, ao longo de mais de 50 anos de carreira artística, nunca Rik Lina teve a oportunidade de expor as obras maiores, resolveu a Fundação José Rodrigues acolher entusiasticamente este projecto,
com o maior dos carinhos, e assim difundir o aroma da poesia encerrada em cada uma das suas obras.
Esta mostra encontra-se contextualizada nas três grandes exposições internacionais de surrealismo actual que, desde 2008, ocorreram em território nacional, onde foi Rik Lina também participante.
Uma das portas de entrada no surrealismo é através da do automatismo, técnica esta, como o próprio diz, semelhante a uma banda de músicos jazz em profundo improviso e em total liberdade , regente
na sua atitude perante o suporte que trabalha. Estes variam desde a tradicional tela ou papel até ao simples fragmento de madeira que encontrara ocasionalmente na praia ou à tampa de plástico
depositada na obra da casa vizinha.
Através da sua pintura, Rik Lina não é um contador de histórias, mas antes um historiador de contas, em que sem recurso à matemática, cada conta representa o resultado das suas vivências em plena
liberdade nos ambientes desérticos, subaquáticos e nas selvas tropicais, em que já contabiliza largos anos de vida.

 

02. Nota biográfica do artista
Rik Lina (Maastricht, Holanda - 1942) estudou na Academia de Belas Artes Gerrit Rietveld em Amesterdão, terminando com classificação máxima em 1965. Através de "Bureau de Recherches Surrealistes en Hollande", contactou em 1969 pela primeira vez com os surrealistas portugueses Mario Cesariny, Artur Cruzeiro Seixas e Raul Perez, tornando-se como eles membro do agrupamento surrealista internacional PHASES em 1973.
Viajante compulsivo, viveu maioritáriamente em Espanha, Turquia e nas Caraíbas tendo fixado residência em Portugal desde 2008. Em 1975 começou com estudos intensivos nos recifes e florestas
tropicais dando forma à sua própria linguagem plástica com utilização de cores intensa. Nas suas viagens, faz-se acompanhar dos seus carnet, fazendo parte do seu acervo inúmeros exemplares
elaborados nos Pirineus, no Cáucaso, nos desertos do Sahara, Sinai e Atacama, assim como nos bancos coralíferos das caraíbas e da Indonésia. O seu interesse pela vida selvagem não tem só como
finalidade a sua obra plástica, mas também à sua preservação tendo para o efeito contribuido para a manutenção do património natural sub-aquático e de outras reservas naturais das ilhas de Bonaire e
Saba nas Caraíbas.
Rik Lina iniciou a sua actividade colectiva surrealista através de revistas internacionais tais como DROOMSCHAAR (Tesouras dos Sonhos) e pelo grupo CAPA (Collective Automatic Painting Amsterdam),
trabalhando em conjunto com pintores e poetas.
Recentemente iniciou "The Cabo Mondego Section of Portuguese Surrealism", na Figueira da Foz, com Miguel de Carvalho, Seixas Peixoto, João Rasteiro e Elize Bleys.
A obra de Rik Lina foi incluida em importantes exposições retrospectivas do Surrealismo tais como no Bochum Museum (Alemanha) "IMAGINATION " em 1975 e "LATEIN AMERIKA UN DER SURREALISMUS"
em 1993. Na Holanda participou na mostra itinerante "DE AUTOMATISCHE VERBEELDING" em 1989. No Brasil em 1997 integrou a PHASES - GRUPO AUSTRAL DO BRAZIL E CONE SUL no Museu de Arte
Contemporanea da USP. Em 2004 integrou O SURREALISMO ABRANGENTE - Colecção de Artur Cruzeiro Seixas, na Fundação Cupertino de Miranda, Famalicão, e na Sociedade Nacional de Belas Artes em
Lisboa.
Com a plataforma SONAMBULA - Inconcientes para una Geografica Onorica participou na Fundacion Eugenio Granell em Santiago de Compostela em 2007. Ainda nesta mesma instituição teve
recentemente duas exposições: XUNGLA CARIBENA (Individual, 2005) e CANTO DE PAJAROS (colectiva com sua companheira Elize Bleys, 2007).
Finalmente em Portugal, 2008 e 2009, participou num vasto conjunto de manifestações de Surrealismo Internacional Actual "REVERSO DO OLHAR" (Coimbra), "VOZ DOS ESPELHOS" (Amadora) e
"ILUMINAÇÕES DESCONTÍNUAS" (Lagoa).
A sua obra é classificada como "poética natural surrealista" dada a sua frequente colaboração com poetas tais como Mario Cesariny, Laurens Vancrevel, Luc Tournier, Jan Bervoets, Sergio Lima, João
Rasteiro, Maria Estela Guedes, Allan Graubard, Beatriz Hausner e por fim com Miguel de Carvalho que definiu a sua como "constelações rikliniana".

website www.riklina-art.nl

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