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BRANCA MARIA DE PAULA
Pétala por Pétala

Imersa na escuridão, a casa dorme.

Eu , não .

Longe, sussurrante, abafada, a chuva. A chuva fina e o vento rolando folhas .

Há milênios nenhuma fresta de luz perturba o recinto, qual intocado sarcófago .

A morte dentro da morte dentro da morte dentro da morte. É isso . É assim.

Cada coisa em seu lugar : quatro cadeiras ali , na parede o sonho do poeta, pote de cristal, colares, pedras , frascos de perfume, frutas , uma mesa a 45º e a porta fechada.

Tudo isso sei de cor . Há milênios .

Mas sei também que um botão de rosa , lento e silencioso, desabrocha na escuridão.

Domingo , início de 2003