CULTUALIDADE, CULTUALIZAÇÃO E CULTUALISMO:
PARA UMA SOCIOLOGIA (INTERDIMENSIONAL) DOS CULTOS
Pedro de Andrade

Resumo

Esta comunicação, por um lado, do ponto de vista substantivo, fala sobre o fenómeno dos cultos, nomeadamente a sua inserção nas redes sociais. Se quiséssemos construir uma Sociologia dos Cultos, necessitaríamos, pelo menos, de três ideias, organizadas num Thesaurus teórico com a figura de um triedro conceptual. A primeira ideia é o conceito de cultualidade, que significa a natureza própria dos cultos. O segundo termo a reter é a cultualização, entendendo-se como o processo sócio-histórico de constituição e metamorfose da cultualidade. Por fim, a terceira palavra-chave é o Cultualismo, que traduz o movimento, o regime de pensamento ou a doutrina, que defende a centralidade dos cultos para a hermenêutica ou interpretação da sociedade. Assim sendo, uma Sociologia dos Cultos confunde-se, parcialmente, com a cena filosófica do Cultualismo. Em especial, assim fazendo, o cultural nunca se dissocia do cultual.

Por outro lado, do ponto de vista formal, e em particular afim de captar melhor o diálogo incerto entre o sagrado e o profano - duas ‘formas de vida’ se recorremos ao Thesaurus teórico de Wittgenstein - nos próximos parágrafos vamos delinear uma crítica teórica interdimensional sobre os processos sociais de construção dos cultos. Uma crítica interdimensional é aquela que regista as várias dimensões da sociedade, e não apenas uma única sua dimensão. Na verdade, o real, e o social em particular, não se apresentam apenas lineares, mas mostram-se plurais e polissémicos. Ambos se circunscrevem no quadro do épistémè do dimensionalismo, o modo de pensar, predominante mas não dominante, na nossa epocalidade actual. Desta feita, na dimensão das esferas sociais, versaremos sobre a economia, a política e o discurso ou a cultura dos cultos. Na dimensão dos níveis sociais, referiremos a articulação entre: de uma parte, as estruturas macrossociais que contextualizam os cultos; e, de outra parte, no palco microssocial, as práticas cultuais face-a-face. Em suma, é na conexão destas dimensões sociais que melhor são enunciados os traços poliédricos e prismáticos do real, acima anunciados.

Palavras-chave: Sociologia dos Cultos / Cultualismo / cultualidade / cultualização / Thesaurus teórico / dimensionalismo / interdimensionalidade


Nesta comunicação, por um lado, do ponto de vista substantivo, irei falar sobre o fenómeno dos cultos, nomeadamente a sua inserção nas redes sociais. Se quiséssemos construir uma Sociologia dos Cultos, necessitaríamos, pelo menos, de três ideias, organizadas num Thesaurus teórico com a figura de um triedro conceptual: a primeira ideia é o conceito de cultualidade, que significa a natureza própria dos cultos. O segundo termo a reter é a cultualização, entendendo-se como o processo sócio-histórico de constituição da cultualidade. Por fim, a terceira palavra-chave é o Cultualismo, que traduz o movimento, o regime de pensamento ou a doutrina, que defende a centralidade dos cultos para a hermenêutica ou interpretação da sociedade. Assim sendo, uma Sociologia dos Cultos confunde-se, parcialmente, com a cena filosófica do Cultualismo. Em especial, assim fazendo, o cultural nunca se dissocia do cultual.

Por outro lado, do ponto de vista formal, e em particular afim de captar melhor o diálogo incerto entre o sagrado e o profano - duas ‘formas de vida’ se recorremos ao Thesaurus teórico de Wittgenstein - nos próximos parágrafos vamos delinear uma crítica teórica interdimensional sobre os processos sociais de construção dos cultos. Uma crítica interdimensional é aquela que regista as várias dimensões da sociedade, e não apenas uma única sua dimensão. Na verdade, o real, e o social em particular, não se apresentam apenas lineares, mas mostram-se plurais e polissémicos. Ambos se circunscrevem no quadro do épistémè do dimensionalismo, o modo de pensar dominante na nossa epocalidade actual. Desta feita, na dimensão das esferas sociais, versaremos sobre a economia, a política e o discurso ou a cultura dos cultos. Na dimensão dos níveis sociais, referiremos a articulação entre: de uma parte, as estruturas macrossociais que contextualizam os cultos; e, de outra parte, no palco microssocial, as práticas cultuais face-a-face. Em suma, é na conexão destas dimensões sociais que melhor são enunciados os traços poliédricos e prismáticos do real, acima anunciados.

Na perspectiva de uma tal heurística interdimensional, repare-se na vocação nómada do fenómeno do culto, que circula por todas as dimensões societais. Começando pela dimensão temporal, os cultos não se restringem às comunidades tradicionais, mas proliferam no tecido das sociedades industriais centrais, impregnando-a de múltiplas sacralidades (1). Aliás, diversos cultos sociais e históricos encontram-se na própria raiz do Ocidente.

Passando à dimensão das esferas, e de um modo sumário, logo na esfera sócio-económica encontramos o culto da empresa, que contribuíu para fundar a própria essência do capitalismo e da economia de mercado (2). Depois, na esfera política, o culto do nacionalismo, que reforça o Estado-Nação regulador da vida burguesa democrática, encontrou um terreno fértil nos países ocidentais, desde o advento da modernidade (3). E, na esfera discursiva, o culto do especialista num qualquer saber - como o cientista, o advogado, o psicólogo ou a assistente social - modela a organização do trabalho industrial e de serviços, conduzindo, entretanto, a certos abusos da respectiva autoridade e legitimidade (4).

Especifiquemos estas constatações iniciais. Na esfera sócio-económica, vivemos numa era dominada pelo culto da eficiência. Uma tal obsessão transparece no próprio exercício da linguagem, quando, em qualquer conversa profissional ou mesmo numa charla de lazer, é indispensável ou aconselhável falar no ‘eficiente’ e no ‘eficaz’, sobretudo se os recursos económicos são escassos ou as opções políticas, a serem feitas pelo governo e pelos os cidadãos, se mostram prementes (5). Na verdade, a demanda de eficácia em muitas tarefas subiu num ritmo exponencial com a emergência das novas tecnologias. No entanto, seguindo Theodore Roszak, a tecnologia cria tantos problemas quantos aqueles que resolve. O ‘messianismo do computador’ conduz a um ‘tecno-idealismo utópico’, que esconde os seguintes efeitos: a ascensão de uma oligarquia digital; o controlo da informação pelo governo; a invasão da privacidade; a abdicação do controlo sobre as decisões dos militares; a confiança exagerada nas sondagens; a fusão dos dados com o conhecimento; e a erosão dos valores centrados no humano (6).

Nesta esfera sócio-económica, desenvolvem-se igualmente cultos de consumo e do lazer, como a veneração pelo café, que constituiu uma força histórica, económica, política e cultural ignorada por muitos (7). Esta bebida simbólica associou-se ao fanatismo das motocicletas, em certos cafés e bares americanos frequentados por rockers. Deste modo, as motos trabalharam como a bandeira da geração jovem dos anos 50, mas também de parte da juventude dos anos 60 (8). Outro mito na área do consumo, analisado por Umberto Eco e Omar Calabrese, foi a adesão espectacular à Vespa, a scooter que revolucionou o mercado automóvel, onde permaneceu o raro período de 50 anos, e suscitou consequências sociais de vulto, nomeadamente encorajando o acesso das mulheres às duas rodas (9). Para além disso, a paixão pelo jipe deriva da necessidade de evasão aliada ao gosto pela aventura (10). As férias assemelham-se, desta feita, a uma expedição guerreira levada a cabo por um exército individual, onde os inimigos, por vezes, não são mais perigosos do que aqueles com quem sonhava D. Quixote. Neste âmbito dos tempos livres, a vassalagem ao desporto alimenta indústrias milionárias (11). Por seu turno, a atracção pelo jogo coincide com cidades inteiras, paraísos desse objecto de ócio, como Las Vegas, onde os heróis incontestáveis são Frank Sinatra ou James Bond (12). Finalmente, os jogos de video reuniram uma importante audiência de aficionados, apoiantes de uma indústria que começa a fazer sombra à própria informática (13).

Igualmente, no campo do corpo, da saúde e da nutrição, o vício da magreza provoca sequelas como o crescimento de desordens alimentares, visíveis na anorexia nervosa (resistência compulsiva à comida) e na bulimia (ingestão exagerada de alimentos) (14). Um outro culto, sobejamente conhecido e praticado, é o apego ao álcool. Para o debelar, segundo Charles Bufe, existe uma confiança total na recuperação através do abandono integral da bebida, assistido pelos Alcoólicos Anónimos e outras instituições de tratamento do alcoolismo. Esta atitude confunde a cura real com o culto da infalibilidade do restabelecimento, que adquire assim uma natureza discursiva (15). Na área da sexualidade, o culto da masculinidade impõe os seus regulamentos, por vezes invisíveis ou sinuosos, não só aos homens, mas principalmente às mulheres (16). Face a este e outros discursos sobre as relações entre géneros, uma tendência recente, que conquista cada vez mais fãs, é o celibato ou mesmo a abstinência sexual, mais subscrita pelas mulheres. As razões são várias: a necessidade de abandonar a angústia de manter múltiplas relações sociais e encontros; o investimento numa carreira profissional, num projecto ou numa causa para toda a vida; o retorno a valores básicos da vida; a descoberta mais intensa da espiritualidade; ou simplesmente, a vontade de readquirir um equilíbrio interno. Em qualquer dos casos, a pessoa envolvida reinveste as suas preocupações em si própria, acumulando, por essa via, um poder pessoal mais profundo (17). Acompanhando de perto estas transformações do corpo, desenvolve-se uma espécie de culto negativo, a obsessão pela SIDA e pela estratégia discursiva de culpabilização e estigma de minorias que funcionam como bodes expiatórios, como os homossexuais (18).

Na esfera política, o culto dos dirigentes políticos tornou-se comum, como a deificação de Lenin, sobretudo depois da sua morte, momento em que o seu corpo foi mumificado, suscitando uma espécie de turismo político organizado ao seu túmulo (19). Por seu turno, o mito de Mao suscitou a aparição de ensaios, poemas, canções, fotografias, filmes e múltiplos objectos de floklore (20). Do lado das democracias, o culto nacional britânico revive hoje em diversas manifestações de cultura jovem, como os rockers e os mods dos anos 50, o pop da geração de 60 e 70, o punk da década de 80, ou o Acid Jazz e a techno do último decénio (21). É como se, do ‘cold english’, se passasse para o ‘ool brit’. Por outro lado, o culto do contra-terrorismo mantém um universo simbólico não-desprezável, com os seus profissionais, amadores, palavras de código, ritos e rituais, técnicas e novas tecnologias, e muitas anedotas e histórias picarescas (22). Também a justiça se instituiu em culto (23), merecendo, após o inesquecível Perry Mason, o programa ‘Juiz Decide’, que permitiu um maior acesso à justiça em Portugal, tanto em termos de julgamento de casos, como no plano da divulgação popular da informação legislativa e jurídica.

Quanto à esfera discursiva, ideológica e cultural, os mass media prolongam o aferro tradicional à comédia propagado pelo teatro, pelo circo e pela revista, sobretudo através da sitcom (24). A obra-prima chega com Homer, personagem inolvidável dos Simpsons, que, de acordo com William Irwin e colaboradores, coloca questões filosóficas fundamentais. Por exemplo, Homer Simpson exibe virtudes Aristotélicas? Podemos aprender com Maggie as virtudes do silêncio? O Bart é o tipo de indivíduo Nietzschiano que nos tenta avisar de algo? Como é que a Lisa ilumina a ambivalência americana em relação aos intelectuais? Segundo o autor, esta série introduz a ironia no significado da vida, disserta sobre a política da família nuclear, adverte quanto à inacessibilidade da felicidade. “Aristóteles oferece-nos uma categorização lógica de quatro tipos de carácter.(...) Grosso modo, e colocando de lado os dois tipos extremos do super-homem e dos caracteres animalescos, temos o virtuoso, o continente, o incontinente, e a personagem viciosa.“ O autor compara Lisa ao virtuoso, Lenny ao continente, Bart ao incontinente, e Nelson ao vicioso. Quando chega a Homer, as contradições são grandes: “Não apenas ele não é virtuoso em relação aos seus apetites do corpo, mas é bastante vicioso. Isto é particularmente verdade em relação ao consumo de comida e bebida por Homer, mais do que a actividade sexual.” (Irwin, 2001:10) (25). Num registo mais sisudo, David Stove fala-nos do culto de Platão e de outros filósofos (26), uma espécie de heróis das contendas do pensamento. Por seu lado, Karlfried G. Durckheim convida-nos para a meditação sobre o culto da tranquilidade, na sociedade e cultura japonesas (27).

Na área da educação, o culto da eficacidade, que referimos supra, foi largamente celebrado, especialmente desde os anos 60, embora, em certos casos, o sistema educativo se tenha mostrado mais eficiente na promoção da ineficiência (28). Mais recentemente, o culto da eficácia é retomado pelo pós-liberalismo, em relação ao ensino superior (29). No que respeita a ciência, ela encontra-se periodicamente assombrada por um substrato pseudo-científico que permanece no conhecimento ordinário, segundo Francis Harrold e Raymond Eve. Em Cult Archaeology, estes e outros autores discutem porque é que as pessoas acreditam facilmente em crenças menos ou mais inverosímeis ou absurdas, mesmo quando os próprios factos as desmentem (30). Por exemplo, a crença nos discos voadores constitui uma verdadeira sub-cultura científica na cultura americana, tendo dado origem à ‘ufologia’, ou estudo do objectos voadores não-identificados (UFO - unidentified flying objects) (31). Num plano mais teórico, Keith Windschuttle e D. Stove, a partir da crítica dos trabalhos epistemológicos de Thomas Kuhn e de Karl Popper, acusam a pós-modernidade de encerrar um porão irracional e de funcionar como um mero culto científico (32). Seja quem for que tenha razão, uma conclusão (provisória) parece ser esta: os cultos anti-racionais proliferam, o que não deixa de indiciar algo quanto ao funcionamento das nossas sociedades.

Outra constatação facilmente verificável é a seguinte: a cultura, especialmente a cultura americana, para o bem ou para o mal, possui hoje uma versatilidade espantosa. Os seus símbolos já clássicos, Hollywood e a TV, são hoje reciclados pela CNN, pela ‘espiritualidade’ New Age de John Grisham, pela máquina de fax, pelo computador, pela Internet e pelo telemóvel (33). Embora tenha tido várias mortes anunciadas, o que se observa hoje é que a própria cultura, afinal, ascendeu a culto (34). O cinema produziu não apenas filmes, mas sobretudo um exército de celebridades e de fãs, que por sua vez lhe ditaram os contornos (35). Na literatura, os próprios autores comportavam-se como actores, na sua demanda de fama (36). O culto da celebridade e da fama generaliza-se, hoje em dia, desde o desporto à moda, campos cada vez menos anónimos (37).

No claustro social da religião, o culto da Virgem Maria instaura a imagem da mulher associada seja à pureza através do estado de donzela, seja à maternidade, seja à espiritualidade (38). Pelo contrário, o culto da Virgem Negra tem uma origem pagã, associando-se igualmente às práticas gnósticas das sub-culturas do Cristianismo, inserindo-se no culto de Maria Madalena e ressurgindo na heresia dos Cátaros, no tempo da Cruzadas, mormente através dos Templários. Significa o poder, a majestade e a sabedoria da mulher, um retorno da sexualidade pagã e das suas poderosas deusas, bem como o conhecimento oriundo das forças subterrâneas da terra, em contraponto à espiritualidade do Céu (39). Por outro lado, o culto dos santos permite uma comunicação mais profunda entre o homem e Deus, mas também uma especialização pré-moderna de fidelidades, profissionais e culturais, ao santo de cada corporação medieval (40) Estes cultos de base religiosa espalharam-se pelo mundo, muitas vezes recuperando e fundindo-se com ritos pagãos, construindo verdadeiras religiões mestiças ou híbridas, como se passou com o culto de Todos os Santos, exportados pelos Espanhóis no México (41). Por seu lado, o culto dos antepassados também estabelece uma relação sagrada com o outro mundo, mas desta vez entre pares, entre os homens e a sua comunidade de familiares ou amigos estabelecida não no espaço, mas no tempo (42).

Um outro fenómeno associado aos cultos de natureza religiosa, mas de carácter algo desvirtuado, é o fundamentalismo (43). Alguns destes movimentos, de origem ocidental, encontram-se fortemente radicados em países dessa área étnica e cultural, como os EUA, sob a forma de seitas, menos ou mais secretas. Através da persuasão, da perversão, do terror ou da tortura, conseguem convencer pessoas comuns a praticar actos aberrantes, ou mesmo crimes horrendos, em nome de Deus (44).

Por outro lado, os saberes alternativos, como a magia, permaneceram durante séculos na cave da racionalidade ocidental. Hoje, o êxito recente de Harry Potter apenas reactualiza a sua importância na delimitação das sociedades modernas (45). Um outro culto, desta vez conotado com rituais mágicos extra-ocientais, o vodoo, estabelece ligações entre vários mundos possíveis, através das mediações subjacentes aos comportamentos dos seus fiéis, que, segundo Wade Davis, assemelham-se aos dos zombies (46).

Numa segunda dimensão para além das esferas, que acabámos de tratar, observemos a dimensão dos níveis sociais. No nível macrossocial ou estrutural, e de acordo com Daniel Rancour-Laferriere, as clivagens sociais na Rússia apoiaram-se, para além das suas condicionantes sócio-económicas, num culto do sofrimento, subscrito pelas classes baixas formadas essencialmente por servos, numa atitude de ‘masoquismo moral’. Os acontecimentos da história, a religião, o folklore e a literatura corroboram esta atitude estrutural de auto-desistência, que deixou marcas na consciência colectiva russa (47). No que respeita os cultos relativos à idade, o culto da infância, entre outros, impregna a nossa cultura, tendo alimentado um tipo importante de consumo de bens, dirigido às crianças (48).

Em suma, hoje em dia, a sacralização e a secularização desvelam-as as duas faces de uma mesma moeda, a cultualização do real (49). Aí, o sagrado e profano redefinem os seus pontos de contacto e de atrito. Da resolução desta diversidade de projectos e de programas de vida depende o próprio futuro das nossas sociedades entendidas como um todo, onde, apesar de tudo, a diferença e a tolerância são possíveis.

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1 Para os EUA, consultar: Arthur J, M.D. Deikman, 1994, The Wrong Way Home : Uncovering the Patterns of Cult Behavior in American Society, Beacon Press.

2 Rich Zubaty, 2001, The Corporate Cult: More of What Men Know That Women Don't, [s.n.].

3 David Avrom Bell, 2001, The Cult of the Nation in France: Inventing Nationalism, 1680-1800, Harvard University Press.

4 Morris E. Chafetz, 1996, The Tyranny of Experts : Blowing the Whistle on the Cult of Expertise, Madison Books.

5 Janice Stein, 2001, The Cult of Efficiency, [s.n.].

6 Theodore Roszak, 1994, The Cult of Information : A Neo-Luddite Treatise on High Tech, Artificial Intelligence, and the True Art of Thinking, University of California Press.

7 Stewart Lee Allen, 1999, The Devil's Cup : Coffee, the Driving Force in History, Soho Press.

8 Mike Clay, 1988, Cafe Racers: Rockers, Rock 'n' Roll, and the Coffee-Bar Cult, Motorbooks International.

9 Umberto Eco, Omar Calabrese, 2001, Cult Of Vespa, Gingko Press.

10 Granville King, Willie Worthy, 1997, The Jeep Bible : Written Personally for the Jeep Cult! : 1941-1986, Quellen.

11 Ulrich Sinn, Thomas Thornton (Translator), 2000, Olympia : Cult, Sport, and Ancient Festival, Markus Wiener Pub.

12 Mike Weatherford, 2001, Cult Vegas: The Weirdest! The Wildest! The Swingin'est Town on Earth, Huntington Press.

13 Steve L. Kent, 2001, The Ultimate History of Video Games: From Pong to Pokemon --The Story Behind the Craze That Touched Our Lives and Changed the World, Prima Publishing.

14 Sharlene Hesse-Biber, 1997, Am I Thin Enough Yet? : The Cult of Thinness and the Commercialization of Identity, Oxford University Press.

15 Charles Bufe, Stanton Peele (Introduction), 1998, Alcoholics Anonymous : Cult or Cure?, See Sharp Press.

16 Bram Dijkstra, 1996, Evil Sisters : The Threat of Female Sexuality and the Cult of Manhood, Knopf.

17 Wendy Keller, 1999, The Cult of the Born-Again Virgin: How Single Women Can Reclaim Their Sexuality, Health Communications.

18 John Lauritsen (ed.), Ian Young (ed.), 1997, The AIDS Cult : Essays on the Gay Health Crisis, Pagan Press.

19 Nina Tumarkin, 1997, Lenin Lives! : The Lenin Cult in Soviet Russia, Harvard University Press.

20 Geremie R. Barme (ed.), 1996, Shades of Mao : The Posthumous Cult of the Great Leader, M.E.Sharpe.

21 Andrew Calcutt, 2001, Brit Cult, McGrawHill Professional Publishing.

22 Neil C. Livingstone, The Cult of Counterterrorism : The 'Weird World' of Spooks, Counterterrorists, Adventurers, and the Not-Quite Professionals, [s.n.].

23 John Brigham, 1987, The Cult of the Court, Temple University Press.

24 Jon E. Lewis, Penny Stempel, 1998, Cult TV : The Comedies, Bay Books.

25 William Irwin (ed.), et al, 2001, The Simpsons and Philosophy: The D'oh! of Homer, Open Court Pub.

26 David Stove, 1991, The Plato Cult and Other Philosophical Follies, Blackwell Pub.

27 Karlfried G. Durckheim, 1992, The Japanese Cult of Tranquillity, Red Wheel/Weiser.

28 Raymond E. Callahan, 1964, Education and the Cult of Efficiency, University of Chicago Press.

29 Charles W. Anderson, 1993, Prescribing the Life of the Mind : An Essay on the Purpose of the University, the Aims of Liberal Education, the Competence of Citizens, and the Cult, University of Wisconsin Press.

30 Francis B. Harrold, Raymond A. Eve (ed.), Cult Archaeology and Creationism : Understanding Pseudoscientific Beliefs About the Past, [s.n.].

31 Brenda Denzler, 2001, The Lure of the Edge: Scientific Passions, Religious Beliefs, and the Pursuit of UFOs, University of California Press.

32 D. C. Stove, Keith Windschuttle, 2001, Scientific Irrationalism : Origins of a Postmodern Cult, Transaction Pub.

33 Morris Berman, 2001, The Twilight of American Culture, W.W. Norton & Company.

34 Roger Sandall, 2000, The Culture Cult : Designer Tribalism & Other Essays, Westview Press.

35 Samantha Barbas, 2001, Movie Crazy : Stars, Fans, and the Cult of Celebrity, Palgrave.

36 Clive Bloom, 1998, Cult Fiction : Popular Reading and Pulp Theory, Palgrave; Andrew Calcutt, Richard Shephard, 1999, Cult Fiction : A Reader's Guide, McGraw Hill NTC.

37 Deyan Sudjic, 1990, Cult Heroes : How to Be Famous for More Than Fifteen Minutes, W.W. Norton & Company.

38 Sarah Jane Boss, 2000, Empress and Handmaid : Nature and Gender in the Cult of the Virgin Mary, Cassell Academic.

39 Ean C. M. Begg, 1997, The Cult of the Black Virgin, Penguin USA Paper.

40 Peter Brown, 1982, Cult of the Saints, University of Chicago Press.

41 Hugo G. Nutini, Todos Santos in Rural Tlaxcala : A Syncretic, Expressive, and Symbolic Analysis of the Cult of the Dead, [s.n.].

42 Brian B. Schmidt, 1996, Israel's Beneficent Dead : Ancestor Cult and Necromancy in Ancient Israelite Religion and Tradition, Eisenbrauns.

43 Clifford L. Linedecker, 1993, Massacre at Waco, Texas : The Shocking Story of Cult Leader David Koresh and the Branch Davidian, St Martins Mass Market PaperMass Market.

44 Rod Colvin, Evil Harvest : A True Story of Cult Murder in the American Heartland, [s.n.].

45 Allan Zola Kronzek, Elizabeth Kronzek, 2001, The Sorcerer's Companion: A Guide to the Magical World of Harry Potter, Broadway Books.

46 Wade Davis, et al, 1988, Passage of Darkness : The Ethnobiology of the Haitian Zombie, University of North Carolina Press. Rod Davis, American Voudou : Journey into a Hidden World, [s.n.].

47 Daniel Rancour-Laferriere, 1995, The Slave Soul of Russia : Moral Masochism and the Cult of Suffering, New York University Press.

48 George Boas, Norman Kemp Smith, 1990, The Cult of Childhood, Spring Publications.

49 Rodney Stark, William Sims Bainbridge (Contributor), 1986, The Future of Religion : Secularization, Revival, and Cult Formation, University of California Press.