Ir.'. e BPr.'.
GIUSEPPE GARIBALDI


Por: Ir.'. WALMIR BATTU

 

 

 

   
Maçom Carbonário, Giuseppe Garibaldi (1807-1882) era Italiano, conhecido como Herói de Dois Mundos. Entrou para a Marinha Mercante em razão de ser filho de um construtor naval, também oriundo da Marinha Mercante. Fez numerosas viagens. Passou à Marinha do Estado. Tendo participado numa conspiração Maçônica/Carbonária com Mazzini, criador da "Jovem Itália", foi para Marselha, onde embarcou como oficial num navio mercante francês e serviu na Turquia. Em 1836, foi para o Rio de Janeiro, onde avistou-se com Bento Gonçalves, que lá se encontrava preso.

Convencidos, Garibaldi e Bento Gonçalves firmaram acordo para que o primeiro aderisse ao serviço da Revolução Farroupilha e, com uma carta de corso, tomou uma embarcação do Império, rumando para Maldonado, no Uruguai. Daí passou por terra ao Camaquã, onde, em 1838, foi nomeado comandante da esquadrilha farrapa, que ele improvisou e construiu. Por algum tempo, perturbou seriamente a navegação legal na águas interiores do Rio Grande do Sul.

Em 1839 empreendeu a mais lendária das epopéias farrapas, ao transportar por terra, por cerca de 100 quilômetros, os seus dois lanchões de guerra, sobre oito enormes rodas, puxadas por 100 bois, desde a foz do Capivarí até a barra do Tramandaí, o que durou seis dias. Em Santa Catarina, em meio dos combates, conheceu Ana de Jesus Ribeiro, que se imortalizou com o nome de Anita Garibaldi, pelos laços que a uniram a este, e pelos feitos heróicos, a seu lado, em Santa Catarina, no Rio Grande do Sul, no Uruguai e na Europa, combatendo pela Unidade da Itália, junto à Carbonária italiana. Participou da tomada de Laguna, na efêmera República Catarinense.

Depois, lutando, e junto com sua família, retornou por terra ao Rio Grande, no que ele em suas memórias, chamou de "retirada desastrosa".

Em 1841 deixou, com a família, o território do Rio Grande do Sul e foi para Montevidéu, onde recebeu o comando de navios, para combater Rosas e os partidários de Oribe. Tornou-se famoso e foi nomeado general.

Em 1848 voltou à Itália e, novamente unido à Carbonária, lutou pela unidade do seu país contra os austríacos, e contra os franceses (1849) e novamente contra os austríacos (1859).

Auxiliando no comando das tropas da Liga Italiana, preparou a insurreição das Marcas e da Úmbria (1859).

À frente dos milhares de Carbonários italianos, expulsou os Bourbons da Sicília e de Nápoles (1860). Depois combateu as tropas pontifícias e francesas de Roma.

Em 1870 alistou-se no exército francês, na guerra franco-prussiana, desembarcou em Marselha, com os voluntários italianos, e combateu os alemães.

Depois do armistício, foi eleito deputado em quatro departamentos franceses (1871), tendo-se demitido, e após isso recolheu-se a Caprera. Novamente, foi nomeado deputado em Roma, fez ali, em 1875, uma entrada triunfal.

Deixou dois romances: Cantoni in voluntário (1870) e Clelia (1875), além de I Milli di Marsala (1874). Suas "Memórias", publicadas por Alexandre Dumas, em Paris, 1859, tiveram inúmeras reedições e traduções. São célebres as suas expressões sobre a cavalaria gaúcha, as quais constam no livro "A História da Revolução Farroupilha".

Também foram generais seus dois filhos, um nascido em Mostardas, Rio Grande do Sul, de nome Menotti, e o outro em Montevidéu, de nome Riciotti. O filho deste, de nome Giuseppe ou Peppino, também foi general italiano.

Sua vida maçônica no Brasil é um pouco suprimida, contudo, era sabido que Giuseppe Garibaldi, como Carbonário Italiano, cujas ligações são estreitas com a Maçonaria, o compeliram iniciar-se Maçom na Itália. No Brasil, fequentou a Loja Asilo da Virtude, na cidade de Rio Grande, à época, Vila de Rio Grande (1836), quando acabava de chegar do Rio de Janeiro e se dirigia à Montevidéu.

Também filiara-se à Loja "Amis de La Patrie", do Uruguai. Fundou ainda a Loja Gualeguaychu, no Entre Rios, em 1837. Iniciou inúmeros Maçons à Carbonária e no Rio Grande do Sul, algumas Vendas Carbonárias por ele fundadas, uniram-se à maçonaria nos intentos da Revolução Farroupilha.

Foi Venerável da loja "Amis de La Patrie", de Montevidéu, a partir de 1841.

Garibaldi, regressando à Europa, foi eleito Grão-Mestre do G.'.Or.'. da Itália em 1864 e mais tarde Grande Comendador do Supremo Conselho do Grau 33.

O incrível de tudo isso é que Garibaldi, depois que deixou o Uruguai, em 1848, ainda voltou às Américas, mais uma vez. Depois da luta contra os austríacos e da morte de Anita, em 1849, Garibaldi teve que se exilar novamente: Gibraltar, Tânger, Nova York, América Central, a costa do Pacífico, e Lima, no Peru, onde deixou os seus vestígios.

Depois regressou à Pátria, para novas lutas, tudo conforme por mim escrito na obra de minha lavra: A CARBONÁRIA NO BRASIL.

Triplo Abbracio.'.

Ir.'. e BPr.'. Walmir Battu

 
 

Walmir Battú é Membro Honorário - Cad. XXVI - "Giuseppe Garibaldi" - da
ACADEMIA MAÇÔNICA DE LETRAS, CIÊNCIAS E ARTES DO NORDESTE

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