JORGE SERRÃO

Simon Bolívar,
o Cidadão da América

Peça de Marcenaria do B.´. P.´. M.´. C.´. Jorge Serrão, Secretário de Ofício da Venda Conde Camilo Benso de Cavour no 6, no Nasc.´. do Rio de Janeiro, em homenagem ao nome histórico do maçom que utilizará nos documentos e comunicações com a A.´. V.´. Carb.´..

 

Simon Bolívar é conhecido, tradicionalmente, como o "Libertador" da América. No entanto, o próprio estadista, em um discurso registrado no dia 3 de outubro de 1821, deixou bem claro que exigia, antecipadamente, um reparo histórico de sua biografia: "Prefiro o título de Cidadão ao de Libertador, porque este emana da guerra, e aquele emana das leis". A frase espelha bem o espírito do Maçom que sempre defendeu "um governo forte por sua estrutura e liberal por seus princípios". O cidadão Bolívar brilhava anos luz à frente do próprio tempo.

Simon José Antonio de la Santíssima Trinidad Bolívar y Palácios nasceu em Caracas em 24 de julho de 1783. Bolívar foi um misto de conservador por tradição familiar e revolucionário por instinto. Foi único e original. Defendeu a liberdade com ordem.

Pregou o voto popular consciente. Pensou uma República com unidade e prestígio. Arriscou a própria existência pela consecução de seus desígnios. E foi vitorioso. Partiu para o Oriente Eterno em 17 de dezembro de 1830. E desde então vive para sempre nas mentes, corações e espíritos dos povos americanos. Seu pensamento e legado estão mais vivos que nunca.

Bolívar foi um estudioso da obra de Rousseau e de outros iluministas. Matemática, Literatura e História foram sua base intelectual. Também praticou Esgrima e Dança. Interessou-se pela ciência, conhecendo, pessoalmente, em viagem à Europa, os cientistas Humbolt e Bonplant. Tudo que aprendeu na Europa praticou em favor dos povos da América, trazendo liberdade para seis países que presidiu: a Gran Colômbia (que incluía as atuais Colômbia e Venezuela, Equador e o que hoje é o Panamá, entre 1919 e 1830); o Peru (1824-1826); e a Bolívia (1825/1826).

Sua história pessoal registra momentos épicos que retratam sua firmeza de caráter. Em Roma, em agosto de 1805, subiu ao Monte Sacro e de lá, em tom solene, jurou não dar descanso a sua alma e nem repouso a seu braço até conseguir libertar a América Espanhola do domínio da Metrópole. Em 1806, Bolívar foi iniciado na Maçonaria, em Paris. Teria ficado na ordem por breve tempo, mas foi eternamente fiel aos ideais maçônicos.

Simon Bolívar teve uma existência coerente com a de um verdadeiro "Maestro Maçom". Até porque Maestro vem do latim Magister: aquele que é magis (mais) que os demais. Mestre Perfeito, Bolívar foi um homem superior em todo sentido. Sábio e justo, moral, intelectual e espiritualmente superior, o Mestre Bolívar trabalhou a expressão da idéia, dominou a vontade e a dirigiu sua ação. Desta forma, decifrou o tríplice enigma: "de onde viemos", "quem somos" e "aonde vamos". Mestre Bolívar cumpriu sua missão de forma justa e perfeita.

Bolívar era um homem que expressava o mais puro espírito carbonário. Em dado momento de extremo perigo, no campo de batalha, relata-se que Bolívar desnudou a garganta e empunhou um afiado punhal para decapitar-se, caso seus perseguidores o alcançassem. Não alcançaram, mas o gesto heróico do Maçom ficou eternizado. O mesmo espírito era expresso na bandeira que empunhava em lances de batalha. Na flâmula estava escrito o lema: "Liberdade ou Morte". Venceu a Liberdade!

Bolívar foi um homem que amou profundamente. Por volta de 1830, em uma de suas famosas cartas, ao descrever suas três mulheres amadas ao longo de sua vida - Teresa, a mais ingênua; Fanny, a mais elegante; e Manuelita, a mais fogosa -, Simon Bolívar escreveu: "Ilusória a variedade. O superficial nunca deixa recordações.

Antes o profundo. Um amor destes penetra-nos na alma. A diversidade de muitos caprichos apenas nos roça".

Ninguém melhor para definir Simon Bolívar que um de seus mais famosos biógrafos mundiais, o brasileiro Sílvio Júlio: "Bolívar é o maior dos libertadores americanos: é o libertador. Superou uns em ambição. Outros em heroísmo. Superou a todos em atividade multiforme, em dom profético, em império. Um criador de nações. Bolívar é general e estadista, tão grande nos congressos como nas batalhas. É um político superior. É um tribuno. O pensador da revolução. Escreve constituições. Analisa o estado social das democracias que liberta. Anuncia, com a precisão de um vidente, o que há por vir. Em seus atos e discursos, em sua inquietude, em sua dignidade e em sua fé, há uma insólita grandeza. Trabalha para a eternidade. Acumula sonhos e utopias. Vence a terra hostil e os homens anárquicos".

O professor Silvio Júlio acrescenta: "Nenhum americano manifestou tanta pluralidade de ação e de pensamento. Guerreiro, militar, improvisador de tropas, disciplinador de soldados. Literato. Tribuno. Polemista. Teve uma harmonia de primores do seu caráter. Foi um homem que tudo inventou para triunfar. Foi um homem que abandonou comodidades, desprezou interesses particulares, esqueceu capitais e fazendas que possuía e começou a pelejar pela independência do Novo Mundo, quando suas populações mal cogitavam separar-se da metrópole".

E o biógrafo sintetiza: "Bolívar foi um homem que teve consciência de seu grande destino, pois sua força de vontade era proverbial. Pisou os intrigantes, afastou os caluniadores, insulou os rivais mesquinhos. Batalhou por princípios republicanos e nobilíssimos. Extraiu de si energias para predicar, opinar, ora polemizando pela imprensa, ora assomando à Tribuna, ora recolhendo-se ao gabinete de legislador".

E o poeta e Maçom José Martí fez questão de deixar imortalizado em sua biografia do Libertador: "Não esqueçamos nunca que Bolívar ainda tem o que fazer na América". A epopéia do "Cidadão da América" renasce nos ideais da "Revolução Bolivariana". O movimento é liderado pelo Presidente da Venezuela, Hugo Chávez, que defende uma verdadeira integração político-econômica e social de nosso Continente - tal como vislumbrou Bolívar, 179 anos atrás.

 
Blog do jornalista Jorge Serrão
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E-mail: simonbolivar@carbonaria.org
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