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MARIA AZENHA
E era o som da água na noite
 
 

era o som da água da noite

 

era o som da água da noite

entrava no quarto  e cantava

através

de uma voz ausente

 

ao longe era um sino e um aquário

- que segurava  entre mãos -

tão  alvo,

tão incandescente,

que derramava ouro  pelo chão

 

vinha  com um nome de água  numa ânfora azul 

descendo  um rio  lilás 

na agonia de um  relâmpago

 

e era um muro de luz onde  floriam sílabas exatas

 

atravessava  minha mão  cheia de sombras

num girassol verde

 

dentro de suas máscaras há um silêncio perfeito

 

 

maria azenha
2013-03-25