MEMÓRIAS DE UMA VIAGEM AO FUNCHAL: ANNABELA RITA / Casa do Artista
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03-03-2004

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Segunda visita sob o signo da melancolia.

A ocasião foi uma sessão do Centro Cívico e Cultural “Universo de Memórias” de João Carlos Nunes de Abreu (mais conhecido como “Centro Cívico e Cultural de Santa Clara”) realizada no dia 10 de Fevereiro de 2004, às 17h, e dedicada à obra de Casimiro de Brito, autor que há muito trabalho e que eu tive, mais uma vez, o privilégio de apresentar, desta vez, a convite da Secretaria Regional da Cultura.

Nas sombras e na brisa que docemente invadiram o “Universo de Memórias”, pressenti o insuspeitado fantasma desse génio ou anjo da Melancolia (1514), de Albrecht Dürer, autorepresentação do sujeito na confluência de práticas e de saberes, rodeado de insígnias da Arte, da Ciência, das tradições esotéricas, etc., ponderando a tradição através dos seus símbolos maiores, para exemplo do futuro, mas também questionando-se sobre a fugacidade da Vida, a relatividade da Ciência e a quase perenidade da Arte. Auto-representação do pintor que Cèzanne evoca como protagonista do acto criativo em O Sonho do Poeta (1858-60). Figura reflexiva que habita o pensamento ocidental, modulando-lhe o discurso.