venda das raparigas . britiande . portugal . abertura: 2006
Versões do Feminismo na Amazônia brasileira:
Orminda e Eneida
nos contextos nacional e internacional
MARIA LUZIA MIRANDA ÁLVARES

Sumário

Introdução
1. Feminismo e Feministas: entre histórias e movimentos
1.1. Ideologias, conceitos e práticas feministas
1. 2. Os caminhos históricos do feminismo
2. As vertentes brasileiras do feminismo
3. As versões do feminismo Amazônico: entre a corrente liberal-burguesa
e a socialista

3.1. O Feminismo sufragista, na versão da imprensa, no Pará
3.2. O Sufragismo de Orminda Bastos
3.3. Eneida de Morais e sua versão partidária anti-sufragista
3.4. O anti-sufragismo de letrados e letradas paraenses
4. Amarrando alguns tipos... criando conclusões
BIBLIOGRAFIA

1. Feminismo e Feministas: entre histórias e movimentos
1.1. Ideologias, conceitos e práticas feministas

A exacerbação das formas de opressão e sujeição das mulheres na sociedade, ao longo da história, contribuiu para a emergência de um estado de percepção em torno dos níveis de desigualdade a que estas se submetiam. Criaram-se mecanismos para superar a situação, investigando-se o processo originário de opressão e de formação de uma consciência crítica questionadora das práticas opressoras. Travou-se um segundo estágio transformador de crítica através da organização de movimentos emancipatórios, com os primeiros desses movimentos esboçando-se em fases recentes da história.

O delineamento da “modernidade” capitalista explorou contradições. Ao criar mecanismos de domínio e submissão sobre as mulheres acenou com uma política de igualdade de direitos, lançando-as na luta pela emancipação civil e política e por direitos de igualdade social. Nesse estágio, a ação das mulheres instituiu o feminismo, um movimento organizado que se estabeleceu com base em uma doutrina (ideologia) e em uma práxis (ação prática). A intenção era subverter a ordem instituída da cultura ocidental cristã, contestando crenças e padrões mentais arraigados no caráter social objetivando desenvolver uma nova forma de experiência em que as vivências das mulheres fossem vistas com as diferenças inerentes ao seu gênero. Isso favoreceu lutar pela igualdade entre os sexos e contribuiu para um processo redefinidor do papel das mulheres na sociedade.

Essas vivências diferenciadas controlam os níveis de manifestação da subordinação em tempos, etnias e classes sociais distintas, implicando no processo de percebimento específico para cada mulher. Daí a formação dos níveis de consciência de gênero, “feminista”. Isto originou as lutas travadas pelas mulheres, ao longo da história e em diferentes lugares. O acompanhamento a esses movimentos possibilita visibilizar os contornos históricos mais amplos em diferentes países.

 
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