Documenta

Surrealismo mostra-se em duas centenas de obras

“O Reverso do Olhar” é o título da Exposição Internacional de Surrealismo Actual que vai estar patente em Coimbra, na Galeria Pinho Diniz (Casa Municipal da Cultura) e na Galeria de Exposições Temporárias do Edifício Chiado, de 3 de Maio (Sábado) a 28 de Junho.

Nesta mostra, que Mário Nunes, vereador da Cultura do Município de Coimbra, classificou de “grande e extraordinária exposição de surrealismo”, estarão representados cerca de 130 autores de 20 países, com mais de duas centenas de obras em desenho, pintura, colagem, poesia, fotografia, ensaio e artes gráficas.

A iniciativa é organizada pela editora “Debout Sur L’ Oeuf” e pelo Departamento de Cultura da Câmara Municipal de Coimbra.

Miguel de Carvalho, proprietário da Editora e de uma livraria na Rua Ferreira Borges onde tem vindo a divulgar a arte surrealista, afirma que a exposição “O Reverso do Olhar” pretende ser a “expressão múltipla da continuidade do movimento histórico criado por André Breton e constituído em torno da sua pessoa, e em relação com ele a partir de diversos pontos do planeta até à sua morte em 1966”.

Ao apresentar a exposição, ontem em conferência de imprensa, Miguel Carvalho lembrou que Coimbra, apesar de ter estado de certa forma “afastada do palco das principais movimentações dos surrealistas portugueses”, foi no entanto a cidade berço de “um dos mais importantes movimentos da modernidade portuguesa, em torno da revista Presença (1927-1940)”, através da qual chaegaram as primeiras notícias do movimento surrealista.

Recordou também que o movimento surrealista internacional esteve reunido em Coimbra através da exposição “Phases” no Museu Machado de Castro, em 1978, e a cidade, 30 anos depois, reúne alguns desses participantes e “dá a conhecer outros novos protagonistas” desta corrente estética.

Miguel de Carvalho considerou a documentação que vai estar patente a partir de sábado em Coimbra “testemunha da vitalidade intelectual do surrealismo actual e das suas implicações nos acontecimentos do seu tempo”.

Diário de Coimbra, 30 de Abril de 2008