Direcção de Miguel de Carvalho

EXPOSIÇÃO INTERNACIONAL DE SURREALISMO ACTUAL
O Reverso do Olhar - Index

Documenta

Grande exposição do surrealismo na cidade de Coimbra em 2008

Centena e meia de obras de artistas plásticos, onde sobressai Joan Miró, integram uma exposição de surrealismo que a Câmara de Coimbra realiza de 3 de Maio a 28 de Junho de 2008.

“O Reverso do Olhar – Exposição Internacional de Surrealismo” prestará também homenagem aos portugueses que integraram este movimento fundado nos anos 20 do século XX pelo poeta francês André Breton, que tem como figuras cimeiras Cruzeiro Seixas e Mário Cesariny, este último falecido há um ano.

O Surrealismo nas artes plásticas portuguesas estará ainda representado através das obras de Abrunheira, Alfredo Cruz, Isabel Meyrelles, Santiago Ribeiro, Miguel de Carvalho, Raul Perez, António Pimentel e Carlos Calvet.

A mostra será exibida em três galerias de Exposições do município: no Museu da Cidade de Coimbra, no Edifício Chiado, e em duas da Casa Municipal da Cultura.

Nesta exposição serão apresentadas obras de vários artistas contemporâneos pertencentes a este movimento, do Brasil, Santiago do Chile, Argentina, República Dominicana, México, E.U.A, Canadá, França, Holanda, Reino Unido, República Checa, Turquia, Grécia, entre outros países.

Filipe de Carvalho, do Departamento da Cultura da Câmara de Coimbra, adiantou à agência Lusa que decorreram contactos com a filha de André Breton, Aube Elléouet-Breton, para esta estar representada na exposição com trabalhos seus, e para disponibilizar alguns do seu pai, o fundador do movimento.

Actualmente o movimento surrealista mundial, de um modo geral, está organizado em pequenos grupos, ou “células”, que vêm organizando eventos individuais e colectivos, nomeadamente exposições, evocações ou homenagens.

Uma das formas de divulgação mais ampla das suas actividades é através de revistas independentes dessas células, de que são exemplo “Tortue Lievre”, “Infosurr”, “Plaine Marge”, “Superieur Inconnu”, “Brumes Blonde”, ou “Styx”.

Uma boa parte das obras que vão figurar na exposição “O Reverso do Olhar” são emprestadas por essas células surrealistas espalhadas pelo mundo.

No sentido de divulgar a actividade surrealista internacional, no âmbito desta mostra a decorrer em Coimbra será editado um livro onde ficarão registadas referências às obras e aos seus autores.

“O Reverso do Olhar – exposição internacional de Surrealismo”, a decorrer de 3 de Maio a 28 de Junho em Coimbra, é uma co-produção da Câmara Municipal de Coimbra e da editora portuguesa Debout Sur L’Ouef, que conta com a colaboração do Centro de Estudos do Surrealismo da Fundação Cupertino de Miranda (Famalicão), da Fundação Eugénio Granell (Santiago de Compostella, Espanha) e da Galeria Sete (Coimbra).

O Surrealismo constitui uma ideologia fundada nos anos 20 do século passado por um grupo de intelectuais franceses liderado pelo poeta André Breton. É uma ideologia que abarca um pensamento próprio, uma estética, uma concepção filosófica, uma doutrina de comportamento, de moral e de vida.

Foi pioneiro no desejo de transformar o campo da arte numa arena de expressão e combate, e ao mesmo tempo artístico e ideológico, onde a livre experimentação, bem como o afastamento de toda a norma estética anterior, ganhassem pleno direito e supremacia sobre quaisquer outros vínculos de ordem formal.

O movimento, que terá utilizado uma palavra criada pelo escritor Guillaume Apollinaire em 1917 para identificar expressões artísticas que se esboçavam na época, foi fortemente influenciado pelas teorias psicanalistas de Sigmund Freud, dando ênfase ao papel do insconsciente na criação. Os espanhóis Salvador Dali e Joan Miro, o alemão Max Ernest, o belga Réne Magritte são os expoentes máximos do movimento nas artes plásticas. Na literatura à volta da figura cimeira que foi André Breton encontramos Antonin Artaud, Paul Éluard, Louis Aragon ou Jacques Prévert. No cinema o espanhol Luís Bunuel é o “ícone” do surrealismo.

 

Diário das Beiras, 22 de Dezembro de 2007

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